Sobre pais e filhos/Parte 1

Domingo não estava em casa. Cheguei na 3ª feira, os jornais dos dias que estive fora guardadinhos pela Renata, fiquei protelando levá-los "pra fora", pra dar um fim neles, pensando em tudo que não tinha lido. 
Ler jornal pra mim é parte do dia. Às vezes chega a hora de ir dormir, vejo-o lá , num canto da sala e se não o li de manhã (acontece, tem dias que começam "pauleira"), leio assim mesmo, com notícias que já vi ao longo do dia, ou alguma reportagem que achei bom não perder. Enfim, hoje resolvi abrir o jornal de domingo passado, 25/03.
Coisas de Lúcia, entre tantas esquisitices.
E me deparei com duas notícias que não gostaria de ter perdido mesmo.
Existe uma terapia chamada Terapia Breve, geralmente 16 sessões. Isso já conhecia, há anos li sobre e guardei uma página por um tempo, fiz contato com a clínica, na época com marcação para muito à frente, acabei nem pensando mais nisso.
Agora descubro que há uma específica para quem tem medo de viajar de avião. Esta vou conseguir marcar!
Eita como detesto entrar naquela máquina! Não fico pensando em acidente, mas me dá uma ansiedade esquisita, um calor na barriga, um mau humor, um desejo de que ninguém fale nada, nem eu ouça nada, enfim, fico com os nervos à flor da pele. Por causa disso deixei de fazer inúmeras viagens, pois como tenho sobrinha que mora na Alemanha e um tio que mora na Itália, já há muito poderia ter ido vê-los, mas nunca aceitei fazer uma viagem tão longa. Agora, quem sabe, é minha oportunidade de ir?
O outro assunto que li, me interessa muito, porque vivo entre meus netos, sei das lutas das filhas, então tudo que envolve pais e crianças me interessa. 
A chamada da reportagem: "Os pais procuram ajuda psicológica quando percebem que algo não vai bem com os filhos. Situações estressantes do dia a dia estão levando mais crianças aos consultórios".
Assusta, não? Falar em psicólogo ou psiquiatra para crianças leva a pensar que o problema é muito sério.
Mas o que está levando as crianças, ou os assustados pais aos consultórios é a vida que essas crianças estão levando, sem tempo para brincadeiras, ou até sem lugar para brincar!
O que mais? Crianças vendo todo tipo de notícia na televisão, nas novelas, informações difíceis de serem "digeridas" corretamente por elas. Violência, mortes, assaltos, espancamentos, atropelamentos, ladrões invadindo escolas, bares, lojas, etc. "Ah! Mas a vida é assim mesmo, pra que esconder da criança? Pelo menos ela aprende logo e fica esperta!", é um dos pensamentos mais comuns do adulto. Mas a criança tem que aprender os perigos que a vida ou a sociedade impõem na hora certa, da maneira certa, na dimensão do entendimento dela. 
A reportagem aborda o lançamento do livro "Os 10 erros mais comuns na educação das crianças", dos norte-americanos Po Bronson e Ashley Merryman, Editora Lua de Papel. Os autores querem provar que "tudo o que acreditávamos está errado". Sem ler o livro todo, é difícil falar, vou só desdobrando os tópicos da reportagem, que traz mães "apavoradas", com medo de não dar conta de criar bem os filhos!
Se assusta a mim, imagina a quem está criando filhos. Sabemos de muita coisa errada que anda por aí, na minha ideia a principal é a terceirização da criação dos filhos. 
Joguem pedra em mim, sinto muito dizer isso, mas filho quem educa é pai e mãe. Não é a escola, não é a empregada, não é a avó, nem a tia, nem a irmã mais velha. (Por que será que coloquei tudo no feminino? Freud explica?!)
Sou avó de neta com pais separados e sei que um dos problemas está aí.
A mãe, que fica o tempo maior com a criança, é a que educa.
O pai, que vê a criança nos finais de semana ou até quinzenalmente, é o que adula. Pode ser rígido, não se esquecer de educar, mas sempre tem a defesa do "já fico tão pouco com ele/a, vou ficar só cobrando?"
Quem teve uma boa educação em casa, vai passá-la para os filhos, seja em que época for.
Isso se não achar que está fora do tempo, que "hoje já não se faz isso ou aquilo, os tempos mudaram". Não. O essencial nunca vai poder ser esquecido.
Como ensinar o filho a respeitar o que é do outro, seja ele o irmão, ou o primo, ou o colega de escola.
Outro grande erro de hoje é a quantidade de tarefas que os pais impõem aos filhos e ainda exigem que sejam o melhor em tudo. Aulas de natação, inglês, futebol, balé, judô, tocar um instrumento musical, quanta criança não tem 2 atividades ou mais, além da escola? 
Para não ficar mais longo do que já está, vou mostrar os 10 itens abordados pelo livro.
1 - O poder inverso do elogio. Sem dúvida, seu filho é especial. Mas, segundo pesquisas recentes, dizer isso à criança pode "estragá-la". (Cada item e o desenvolvimento dele copiei integralmente da reportagem). Segundo uma das psicólogas entrevistadas, devemos elogiar a criança por um fato específico: fêz bem uma lição, uma atividade, esforçou-se por algum motivo e o realizou bem. Elogios "vazios', não levam a nada: "Você era a menina mais bonita da festa", "Você é o mais inteligente, o melhor, da escola"...
2 - A hora perdida. Em todo o mundo as crianças estão dormindo 1 hora a menos do que dormiam há 20 anos. O preço disso? Menos pontos no quociente de inteligência (QI), comprometimento do bem-estar emocional, déficit de atenção e obesidade.
3 - Por que os pais não falam sobre preconceito? Ensinar às crianças sobre diversidade racial e cor da pele pode ajudar ou atrapalhar.
4 - Por que as crianças mentem? Apesar do valor atribuido à honestidade, as pesquisas são claras: as estratégias clássicas para estimular a sinceridade apenas levam crianças e jovens a mentir melhor. (Essa não entendi, acho que só lendo o livro, assim ficou muito vago!)
5 - A busca por vida inteligente na educação infantil. Milhões de crianças competem por vagas em programas para superdotados e em escolas particulares. Os responsáveis pelas matrículas afirmam ser uma arte , mas avanços científicos revelam que eles se enganam em 73% dos casos.
6 - A influência dos irmãos. Na relação entre irmãos, as interações sociais podem ser atestadas até o seu limite. A raiva e a irritação não precisam ser coibidos. Irmãos brigam. (Simples assim?!!)
7 - A ciência da rebeldia adolescente.  Para os adolescentes, discutir com os adultos é um sinal de respeito e não de desrespeito - e as discussões não são destrutivas, mas construtivas para o relacionamento. (só mesmo lendo o livro pra desdobrar esse pensamento...)
8 - O autocontrole pode ser ensinado? Os pesquisadores sobre métodos inovadores para a educação infantil estão perdendo a verba de financiamento para realizar suas experiências - as crianças têm se saído tão bem que não representam mais um problema tão grave que justifique estudos aprofundados. (Discordo dessa afirmativa. Hoje nem os pais têm um bom autocontrole, que dirá os filhos?!)
9 - Relacionando-se com os outros. Pais modernos e engajados falharam ao tentar criar uma geração de anjos, filhos perfeitos. (Não entendi também...)
10 - Por que crianças da mesma idade não têm o mesmo desenvolvimento? Apesar do alerta dos cientistas, os pais continuam a gastar bilhões todos os anos em parafernálias e vídeos na tentativa de apressar o desenvolvimento da fala das crianças. (?)

Comecei o texto com uma visão, mas acabei me frustrando ao ler os itens abordados pelo livro. Acho que coisa de americano não é sempre que funciona por aqui.  Embora pais e filhos sejam pais e filhos em qualquer lugar, a cultura influencia nos comportamentos.
O assunto é longo, dá outro post.
Ontem vi o cartaz abaixo no FB e achei muito certo. Compartilho aqui. ( "Viage"  foi mal! O verbo viajar só usa o j. A única viagem com g é do substantivo mesmo. Então, viaje junto).

Enquanto não volto

http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/2012/03/27/acreditar-no-que-e-em-quem/

Enquanto me inspiro, lê a Rosana Hermann. Falou o que penso.

E dá uma passada no EmQuantos, tô lá hoje.
http://emquantos.blogspot.com.br/2012/03/causos-de-minasminha-cidade.html

AMA!


  Esse AMA! que de vez em quando aparece em algum comentário meu, para quem não me conheceu no blog "De amor e de...", tem uma história.
Em 2009 nasceram meus netos gêmeos, Fabrício e Henrique. O mais velho, Estevão, ainda ia fazer 2 anos.
Fiquei por 52 dias com eles e me tomei de intimidades com Estevão.
 Daí que eu falava várias vezes ao dia:" Amo você! Você me ama?" E ele respondia..."Não!" 
É...respondia e ria, ele sabia, o danadinho, que estava me provocando. Algumas vezes eu perguntava e ele dizia logo que sim, pra eu o deixar em paz. Na véspera de vir embora, com a casa cheia pois o Vovô A e os vovós M e E tinham chegado, me distraí e não perguntei nem uma vez.
Nessas alturas, os bebês já tinham feito 1 mês.
Bom, o fato é que a casa "fervia" de gente e não perguntei ao meu Dug se ele me amava.
Estávamos lá fora, num churrasquinho básico, ele se chegou de mansinho, se encostou em mim, olhou bem nos meu olhos e disse: "Vovó, ama!" . (Querendo dizer: vovó, eu amo!)
Até esse exato momento sei direitinho o que senti na hora. E todo mundo ouviu, não fui eu quem "imaginou" a frase.
Eu o apertei, rimos muito e lhe disse que o amava também. E ele saiu de perto de mim, leve e satisfeito.
Uma coisica de 2 anos e sabia direitinho como me  envolver, o que me agrada, como me seduzir irremediavelmente!
Aí esse "AMA!" virou "amo, te amo, amo você"! Com patente minha, mas já se espalhou pela minha família e para algumas amigas queridas.
(De vez em quando se aborrece com Vovó, fica "bravo", não quer papo, mas só dura uns minutinhos. Basta Vovó dar um pouquinho de atenção extra para os irmãos, que se achega logo e quer tomar seu lugar...)
 Estevão completa hoje 5 anos de idade.
É uma criança linda, por fora e por dentro.
Nada no mundo vai me fazer esquecer a emoção do momento em que o vi a primeira vez.
Ele me tornou avó.
 O amor se multiplica, se divide para todos, agora são 5 netos. (1 ainda na fôrma, nasce em Agosto, leãozinho como o pai).
Vovó AMA! com paixão.

 (Não perca nunca a alegria de viver, o bom humor, meu amor. Às vezes já não cabemos em um lugar, mas podemos resgatar os prazeres que nos trouxeram).

 Tem tanta foto que poderia colocar aqui, fiz mosaico de "quinhentas", mas sempre ficava alguém de fora. Então, registro apenas 2 pessoas, que foram as ajudantes da Mamãe, nesses 5 anos. Deram-lhe carinho, amor, cuidados que não têm preço. A Erica, apenas por 3 meses e a Titina esses 5 anos, uma dedicação e carinho de rei. Para Titina, com seu amor, uma foto das inúmeras mordomias que ela lhe proporcionava. E o olhar amoroso entre você e Erica mostra bem o que teria sido essa relação.
Ao meu primeiro amor, toda a felicidade do mundo, que Deus ilumine seu caminho e esta luz  proteja-o, oriente e abrace sempre que precisar.
 Vovó há de estar na primeira fila e vai se emocionar do jeito que quiser, quando você se formar na Faculdade.
Prometo! AMA!

Preparar-se para a velhice

O bom da vida é ser independente. 
E independência só vem com dinheiro no bolso. Não importa quanto. Mas que possa lhe dar o de imediato e possibilidades de crescer e conquistar mais. 
Para muitos ter dinheiro é ser rico. Para mim, ser rico é ter saúde e disposição para trabalhar. Uma mente racional, que o impulsione e o leve até onde quer. 
E em meio às conquistas, é preciso sempre pensar em poupar. Não tanto que lhe comprometa a ponto de perder o prazer de se divertir, mas o suficiente para formar degraus que o ajudem a subir. 
E quanto mais conseguir, mais guarde para uma velhice tranquila. Não é nada bom ser dependente de filhos ou de parentes.
Fazer um bom plano de saúde e ter uma reserva para eventuais remédios de uso constante, dos quais poucos escapam. O mais, se conseguiu juntar, use para se distrair, se divertir, da maneira que quiser.
Não dá pra carregar filhos nas costas mesmo depois deles adultos e teoricamente emancipados. Os que podem, ajudam na compra do imóvel, ou na troca do carro, ou financiam a viagem dos sonhos (embora eles mesmos não viajem), montam um negócio que vai dar mais aborrecimentos que alegrias, ajudam na escola dos netos, muitas vezes nem com tantas possibilidades de ajuda, então sacrificam o que guardaram em função de outros, não de si mesmos. 
A velha máxima de ensinar a pescar tem que prevalecer, não mais continuar dando o peixe, que este já foi dado, quando tiveram uma boa formação profissional.
A hora de ser egoísta é esta, quando você já criou sua família, se vê numa boa situação e tem que aproveitá-la. Não que não se possa ou não se deva ajudar, pois o que mais se quer é a alegria dos filhos, a satisfação de poder lhes dar uma vida sem muitos pesos, pois que esta já é pesada por si só.
Mas chega a hora de preocupar mais com a saúde, com o corpo, a mente, as alegrias esquecidas no fundo de um baú, ou de uma gaveta, em forma de uma viagem inesquecível, ou a compra de um objeto de desejo que foi namorado por anos a fio.
Hora de comer bem, leve, saudável, sem pressa, sem gordura, pouco sal, mas com gosto pois também sem horário, sem pressa. Uma boa caminhada, para movimentar a musculatura e renovar os ares, de preferência num local bonito, arborizado, calmo.
Dirigir já não é o máximo do prazer? Venda o carro ou arranje um motorista, saia só acompanhado, mas saia, desenferruje, viva.
Cuida da paz interior, esqueça rápido os momentos ruins, curta bastante os bons.
Cuida do coração, no sentido de amar, ou não esquecer o grande amor, o quanto é bom viver nem que seja só pra recordar.
Ser velho não é ser descuidado, tome seu banho diariamente, penteie-se, pinte os cabelos (ou não!), escove os dentes, use roupas confortáveis, mas bonitas, limpas, cheirosas.
Não adianta querer ser moderno demais, o que não quer dizer que não seja informado, que esteja por dentro dos acontecimentos.
A vida é hoje, aqui, agora. Leia, vá ao cinema, assista TV, converse com vizinhos, receba amigos, saia com os filhos, faça sua presença agradável, para que eles o queiram sempre por perto.
Mantenha sua casa, seu lar, mesmo que agora só seja você. Não more com filho, com parentes. Também não dificulte a vida deles, não cause empecilhos, mude pra perto de um, ou aceite que um more perto de você, o importante é estar perto para um socorro eventual.
Hoje mais pessoas pensam na possibilidade de morar em um asilo, e muitas casas têm surgido, algumas de luxo, que oferecem todo o conforto e onde se terá a companhia de pessoas da mesma idade, o que pode ser uma boa solução. Um quarto só seu, visitas liberadas para qualquer horário do dia, sair a passeio acompanhada, são possiblidades que não devem ser descartadas, melhor do que morar com filhos.
Não deixar nunca de se divertir, de encarar a vida com alegria e disposição, pois isso deixará a doença bem longe.
Saia em excursões, passeie, vá a festas, formaturas, missas, comemorações de toda ordem, lugares onde possa estar em boa companhia, rindo, se informando, vivendo.
A velhice está na cabeça, com certeza. O corpo apenas acompanha o que a mente determina.
Embora os recursos sejam maiores hoje, os anos passam inexoravelmente. 
Perseguir a juventude, seja nos trajes, nas atitudes, na busca de uma beleza eterna, não é bom.
É preciso cair na real e viver sua idade verdadeira, principalmente não se iludindo com os recursos da cosmética, das cirurgias, das vitaminas milagrosas.
A alegria reflete na saúde, pessoas de bem com a vida envelhecem do mesmo jeito que as mal humoradas, mas o semblante é mais limpo, independentemente de rugas e cabelos brancos.
Por isso guardar um pouco de dinheiro que seja, o mínimo que lhe dê cobertura pra ser sempre você, é importante.
Mesmo quem tem vida apertada, com o dinheiro que mal dá para o básico, tem que pensar em seu cantinho, em sua aposentadoria e numa velhice digna. O que se vê são casos de mães que se desdobram em casas de família, se cansam em faxinas ou no trabalho doméstico, mas para dar ao filho adolescente um tênis de 600,00! O pensamento dessa mãe? "Se eu não der, tenho medo que ela comece a roubar para ter!".
Cada um sabe como trabalhar sua vida para ter sua velhice tranquila. Com pouco ou muito dinheiro. 
O importante é não esquecer que só temos estas alternativas: ficar velho ou morrer cedo!
Então, que a velhice venha com saúde, paz de espírito e disposição pra não deixar a peteca cair.

E o Facebook?

 Estou no Facebook e todo dia me pergunto para que.
Ou por quê?
São perguntas que me faço e não tenho respostas. 
Simplesmente poderia dizer que é para interagir com meus filhos, uma mora distante, é um meio de comunicação interessante.
Poderia dizer simplesmente que é porque gosto, uai! Distrai, aproxima, diverte.
No entanto, pra mim é uma armadilha. Caio facilmente.
Como em opinião sobre religião, que é uma das opiniões que mais devem ficar guardadas.
Ou dar de cara com gente reclamona (nem imagina como me coço, escrevo, penso, deleto, penso...isso quer dizer que sou reclamona, mas evito sê-lo, mesmo me custando...).
Como um blog, ou o twitter, ou o orkut, pode se tornar uma invasão de privacidade.
Não concordo com as críticas de que pessoas postam só coisas boas sobre si. Pelo menos entre meus amigos, leio muita gente que reclama, que não se faz simpática, que conta uma ou outra (in)confidência.
É uma exposição, sem dúvida. Os que estão de fora pedem cuidado pra não citar nomes, não mostrar onde se mora, não falar muito da vida pessoal, postar poucas ou nenhuma foto. Também tenho reservas, mas nem é por medo, apenas me dou o direito de não dizer ou mostrar.
Isso é muito louco, o mundo passa à nossa frente, numa tela de que tamanho for, e se absorve ou não as informações, que podem vir para o bem ou o mal.
Hoje caí numa dessas de responder sobre religião, mas parei a tempo.
Cada um tem seus motivos para estar no Facebook ou num blog, ou onde quiserem.
Nunca me interessei pelo twitter, acho que é coisa de gente mais jovem, muito preconceituosamente falando.
Não sei onde vamos chegar. Lendo um post da Heloísa, contando da felicidade de ter recebido uma carta do filho, que mora em outro país, pergunto-me porque a vida mudou tanto, nem sempre para melhor?
A internet informa, encurta distâncias, diverte, coloca em nossas vidas pessoas que provavelmente nunca conheceríamos e faz delas amigos de verdade, no entanto nada vale mais que o poder de um abraço, de olhos nos olhos.
Quero um mundo diferente pra meus netos. Mas o de quase 5 anos (ainda faltam uns dias para completar) e a neta de 3 anos, já brilham os olhinhos para os aparelhos dos pais, já falam os nomes corretamente, já correm os dedinhos nas telas dos "i" sei-lá-o-quê, num conhecimento precoce e (medo!) irreversível.
Ou será que em vez de ser uma vovó antenada, ligada no seu tempo (sempre o "agora") , deveria estar na cozinha fritando "sonhos", batendo um bolo, descansando, fazendo tricô, ou palavras cruzadas, em vez de ficar plugada?
Não tenho resposta para essa questão, também. Será?

O jogo do amor

 (* sobre a imagem Google)
Vista seu melhor vestido, ou o que mais gostar.
Tome um banho e deixe no ar o perfume do sabonete e do shampoo.
Deixe os cabelos úmidos, soltos, com o cheiro presente no ar.
Coloque as crianças pra dormir, que hoje é dia de amar.
Amar o vento que entra pela janela aberta.
Amar o silêncio relativo da noite.
Amar a chegada do amado.
Não beba nada, o álcool embota os sentidos e o que parecia relax vira sono...
Prepare uma comidinha leve, rápida.
Deixe a natureza agir, com seus cheiros, seus contornos.
Talvez não tenham palavras, é tudo muito igual, muito cansativo.
Basta fechar o olhos, encostar um no outro e deixar o calor agir.
O calor de um abraço, melhor sem palavras, sem porquês.
Abra os olhos e o coração para o amor, por mais cansativo que tenha sido seu dia.
Amor aquece melhor que o calor do dia.
Amor relaxa melhor que horas de sono.
Amor faz bem pra pele, pra razão, pra rotina.
Amor não se perde num dia de trabalho, nos afazeres sem fim, nos filhos que demandam urgências.
Amor só fortalece.
Não seja meu amigo.
Seja sempre meu amor.


(* Amar é, antes de tudo, compartilhar. Acho a imagem da Dama e o Vagabundo linda. Compartilhar as alegrias, as atribulações, os êxitos, os fracassos. Amor não é amizade, mas é companheirismo. Não há dinheiro no mundo que  tenha o mesmo valor de um abraço ao chegar em casa, um beijo mesmo que rápido, selinho, compartilhado com outras boquinhas ávidas de saudade. Não perder o foco, nunca. O amor soma, multiplica, divide, só  não pode diminuir).

Quem sabe?

Quem sabe de alguma coisa? Não se sabe quando se nasce, há apenas uma data provável. 
Que pode ou não coincidir.  
E muito menos sabemos quando morreremos. 
Entre um e outro acontecimento, muita água correrá e tudo se dará à nossa revelia? 
Ou claro que não?
Mas às vezes fico pensando se não há mesmo cartas marcadas. 
Por que alguém morre com câncer de pulmão, sem nunca ter fumado?
Ou com cirrose, sem nunca ter bebido?
Ou de AVC, sendo magra, com níveis excelentes de colesterol, triglicérides, glicose, etc., etc.?
Ou de um acidente, provocado por um louco, enquanto trafegava calmamente, na velocidade permitida, com todos os cuidados de um bom motorista?
Ou estava sentado no portão de casa, final de tarde, tomando uma fresca, e vem um carro e o atropela?
Tem vez que parece que todos têm mesmo sua hora, não?
E essa conversa fiada, sem motivo concreto, onde vai me levar?
Quero chegar ao momento de entender por que perseguimos tanto a tal da verdade, por que somos tão donos dela, tão aptos a falar o que pensamos e não saber calar. Sou muito falastrona e às vezes falo de uma maneira que parece cruel, mas só quero abrir os olhos da pessoa.  Há coisas que devemos guardar para nós, como nossas verdades, mas não necessariamente querer que a aceitem.
Acho que o dia em que conseguir me manter calada e serena, olhando tudo à minha volta e aceitando, sem querer mudar nada nem ninguém, serei mais feliz.
Quem sabe de si, realmente, sem se importar com "o que vão pensar"?
Quem pode de verdade, dar um f....-se e deixar o circo pegar fogo?
Quem não tem essa natureza, consegue mudar um dia?
Não está nos meus planos ser uma velhinha chata. Isso afasta as pessoas, ainda mais filhos e netos de hoje, individualistas, aqueles tais donos da verdade. (copiado da mãe, ou do pai? rs)
Sou teimosa e fico pensando que de tanto falar, "vai que cola!" e as coisas se ajeitam.
Não entendo pessoas sofrerem por algo que se alertou que não daria certo, vão lá, insistem, saem chamuscadas, mas não ouvem...
Como não fui filha rebelde, não contestava muito, nem tinha abertura pra isso, pois preferia acatar a "levar no lombo", não tenho paciência pra não ser ouvida. Mas isso pode ser arrogância, né? Penso nisso agora...
(sim, sou do tempo em que criança apanhava, sim, minha mãe era bem "batedeira", meu pai não, bastava olhar, mesmo assim há os que apanharam dele. E,sim, para mim um tapinha não dói e a melhor frase que conheço sobre isso é "melhor apanhar de pai e mãe que da polícia, mais tarde". Claro que com todas as ressalvas, concordo apenas que corretivo de pai e mãe não é surra, isso ninguém no mundo tem direito, bate-se mais por descontrole nosso do que pelo que a criança fêz. Então, quando notamos que estamos com muitos tapinhas, há algo errado com a criança, querendo chamar a atenção, não apanhar. Enfim, palmadinha no bumbum pra mim é corretivo, só não pode virar hábito, nunca existirá melhor maneira de criar filhos do que com atenção, carinho e respeito).
E me perdi no assunto, comecei de um jeito e fui pra outro lado, e tudo se embaralha na minha cabeça...
Acho que vou registrando e na hora de colocar as ideias, mistura demais...
Não sou dona da verdade, mas sou filha do Dono dela, já é alguma coisa...rsrsr

Posso falar?

 O blog é meu canal para escrever. Meu diário, meu receptor de pensamentos.
Andam embaralhados, estes. Penso muito, o que prova que, logo, existo.
E me deparo com uma porção de coisas que quero mudar e não consigo. Não consigo. Mas posso conseguir.
A primeira delas, que está muito na moda, agora, é falar "não". Ando conseguindo falar muitos "nãos" e embora ainda me assuste, me aliviam também.
Cheguei em um ponto da vida que chamo de "quero meu lucro". Significa que já me dei muito, agora quero usufruir. 
Minha vida não foi um palco iluminado mas nunca andei vestida de dourado e nunca fui palhaça de ilusões perdidas.
Não é fácil carregar por décadas a faixa de "Miss Perfeitinha", mesmo alertando a todos que o título não era merecido.
Fui, também, "Miss Santinha", "Miss Enciclopédia" e talvez alguns títulos mais, que nem vêm ao caso agora.
Isso dá raiva e dá uma carga que não é fácil de carregar.
Ando insatisfeita com o quê? Ou com quem? Não sou eu mesma que falei que a gente tem que desabafar, olhar nos olhos, revirar o passado e botar os podres pra fora?
Por uns tempos achei que tinha o domínio da minha vida e de outras vidas. Engano. Ninguém é de ninguém e apenas se adaptam ao momento, esperando o tempo certo e libertador.
(Vendo que isso ia descambar por melodrama, fui atrás de textos antigos, no "De amor e de..." e me deparo com esse, escrito em setembro/2010. Nada mudou. Pode isso?!)
Se perco tempo com tristeza, não tenho tempo pra ser feliz.
Quero tempo para ler, para escrever, para conhecer pessoas e lugares.
Um tempo para me cuidar, aprender a me perfumar, passar creme no corpo.
Tempo para olhar para tudo com menos severidade.
E pensar que o pesadelo político que nos amedronta não precisa acontecer. (Imagino que falava da eleição de Dilma...).
Que milagres acontecem e este possa ser mais um.
Não quero chegar no topo de nada. Porque ao chegar lá, a saída é descer. Não quero refazer caminho nenhum. O que fiz, está feito.
Quero aprender mais e mais, porque o dia é hoje e a hora é agora.
Costuro uma colcha de retalhos. Dia a dia faço mais um pedaço.
Um dia está harmônico, outro dia as cores não combinam, mas o propósito é este.
Quero minhas lembranças de volta. Ou no lugar certo.
Não me lembrar de tudo, mas mais do que me lembro.
Fazer uma lista. Colocar em cima as melhores palavras.
As mais bonitas, as mais alentadoras.
A primeira, na minha praticidade, seria Saúde.
Mas agora quero a Felicidade.
Quero vestir a camisola nova que não vou guardar para uma "oportunidade".
Oportunidade de quê?
Numa noite que não chova, num dia de lua cheia, numa noite de data comemorativa, numa noite sozinhos?
Quero hoje. Para mim. Uma noite de sono fácil, revigorante.
Quero ver Tv, assistir jornais, ler revistas e só filtrar as notícias boas.
As ruins são as de todo dia.
Quero ver o mundo com olhos de ternura, sem críticas, sem considerações.
Quero aprender receitas e voltar a cozinhar. A ter prazer no ato. De cozinhar, estou dizendo. (Continua sendo um grande desejo).
Quero continuar acreditando no que sempre acreditei, sem tirar nem pôr.
Quero continuar tendo meus prazeres pueris.
Preciso aprender uma nova língua, aperfeiçoar o português, cantar mais.
Exercitar-me mais.
Sair de dentro de mim, tirar a casca, como se fosse um casulo e me libertar.
De mim mesma.
(Afinal, tudo depende de um passo de cada vez. Em 1 ano e meio saí só um pouquinho do lugar. Mas vou conseguir chegar onde quero. Principalmente aprendi que de nada adianta falar e não fazer. Melhor ficar calada e agir).
Bom final de semana!

Comemorar o quê mesmo?!

Nem ia escrever sobre o Dia Internacional da Mulher, pois não me pego em datas estabelecidas. O único dia de comemorar, para mim, é o do aniversário de nascimento. Para quem nasceu num 8 de março, o dia é de parabéns mesmo. Como a Georgia e tantos outros pelo mundo afora.
Comemorar um dia especial para as mulheres é de rir, ou de chorar. Mulher tem que ser homenageada todos os dias, assim como os homens. Gente que trabalha, que produz, que faz, que mostra o valor da vida, labuta todos os dias e todos os dias deviam ter flores e chocolates em casa, ou uma geladinha pra eles.
A mulher ganhou o quê mesmo? O direito de voto, o direito de cursar uma faculdade, o direito de trabalhar no que quiser ou souber, era questão de tempo apenas. Todo mundo tem seu lugar ao sol, este nasceu para todos, não há dúvida.
Nasceu pra D. Maria, que mora ainda numa choupana, sem água corrente, sem luz elétrica, sem chão sequer calçado, sem dente na boca, mas um batom vermelhinho, um brinco de bijou baratinha, um esmalte nas unhas, uma presilha nos cabelos. Ela só não saiu à luta, mas o sol nasce todos os dias pra ela também.
 Hoje ela vai comemorar o que, especialmente?!
Parabéns para as mulheres que quiseram tanto se igualar aos homens e hoje disputam com eles o mercado de trabalho, competentes, heróicas, matando um leão por dia para ter sob controle um emprego, uma casa, um ou mais filhos, e ainda se sentir bela e poderosa? Então, tá, parabéns!
Parabéns para você, mulher e dona de casa que sai de sua casa e entra na casa da patroa pra cuidar do lar dela e dos filhos dela (a patroa), enquanto sabe-se lá quem cuida dos seus. Isso é independência, é ter seu dinheiro no bolso pra nenhum macho achar que manda em você. Mas quantas de vocês saem pra trabalhar, deixando um macho em casa, muitas vezes não o pai de suas filhas, leva dinheiro pra ele sair à procura de outras mulheres, bebidas e ainda abusam de suas filhas enquanto você trabalha. Parabéns?
Parabéns, sim, a todas as mulheres e homens que lutam por uma vida digna, a batalha é diária e não adianta levantar bandeira, tem é que ir à luta mesmo, mostrando serviço, se sacrificando, mas cumprindo seu papel na sociedade, de garantir seu sustento dignamente.
Valeu o dia, agora acho que é preciso mesmo ter uma data, justamente para levantar essas questões todas, mas não me venham dizer que a mulher conquistou tudo o que quer.
Ainda há as que conquistam, apenas. Com seu corpo, com sua inescrupulosidade, deliberadamente bonequinhas de luxo, pois bom mesmo é ser teúda e manteúda.
Será que eu queria ver minhas filhas sendo simplesmente sustentadas por seus maridos, meu filho sustentando minha nora, elas vivendo como sinhazinhas, cercadas de mucamas, serviçais por todos os lados, filhos criados com amas-de-leite, mercadores à porta trazendo tecidos para serem costurados, bordados finos sendo feitos por elas (as filhas e nora), passeios bucólicos, amantes escancaradas dos maridos circulando pelos mesmos salões? Acho que não. Isso não era vida para as mulheres, realmente.
Quero, sim, ver minhas filhas produtivas, criando seus filhos, cuidando de suas casas, trabalhando para ajudar no sustento da casa. 
Num reino mágico onde as casas são autolimpantes, a comida aparece sozinha no fogão, as roupas não precisam ser lavadas nem passadas.
E todas vivem felizes.

Coisas de mãe

 (Foto "de despedida", já prontinhos pra ir pra escola. À tarde, quando voltaram, já tinha viajado de volta. Henrique, Estevão e Fabrício).
Mãe é mãe. Pode ser a mais doce ou a mais chata das criaturas.
Certamente sou do segundo time. Sou mãe 24 horas por dia, não sei ser boazinha (até tento), nem fazer vista grossa.
Tive uma mãe (ainda a tenho, mas já se aposentou do cargo, agora somos nós, os filhos, um pouco pai e mãe) sempre alerta, sempre presente, brava, prendada, disposta a tudo, mas sem nunca nos passar a mão na cabeça se não o merecéssemos. Aprendi com ela, sei que sou rígida, mas só sei ser assim. Mesmo agora, com os filhos adultos e donos de suas vidas, exerço meu "pátrio poder" e eles sabem que podem contar comigo, mas não para o que não for "nos conformes".
Chega um tempo na vida que queremos, precisamos e devemos ter paz de espírito. Mas mãe só é feliz se os filhos o forem, só vejo assim.
E pra mim, viver longe de filho é um "castigo" para o qual me pergunto todos os dias porque o mereci...rsrrs
Quero ser dramática e exagerada, como boa mama italiana ou a mãe grega, ou ainda a mãe judia, que são os parâmetros para mulheres exageradas e seus filhos amados e eternas crianças (aos olhos da mãe).
Nunca fui de paparicos, tipo café na cama, mas sempre fui disponível. Um "mãe, traz água pra mim", depois de se deitarem, era o máximo de concessão que fazia para atendê-los, pois o resto do tempo era tudo no relojinho, cada coisa em sua hora.
Mas foram crianças felizes, absolutamente conscientes do amor que eu e o pai devotávamos a elas.
Se tiveram algum trauma, já nos contaram, já se queixaram,já resolvemos (ou não?!),já entenderam nosso jeito de ser.
Uma época que a "do meio" reclamava muito de ter se sentido discriminada (é a velha síndrome, inventada por quem? E eu, que sou a 3ª filha, e depois de mim vieram mais...7?  rsrs), cortei-a no ato: "Estamos aqui, eu e seu pai, fale tudo, reclame de tudo, aproveita pra desabafar" e pude rebater com ela as queixas, negar o que ela exagerava, fazê-la enxergar com outros olhos o que ela pensava ser "marcação" ou coisa que o valha.
Por isso, hoje, com eles donos de suas casas e suas famílias, pouco me resta da mãe chata e exigente, pois se assim continuo, perco-os sumariamente. Ninguém merece uma mãe/sogra que fique entrando na vida dos filhos. Continuo a mesma mãe, eles sabem bem, mas fico de coadjuvante, não mais poso de atriz principal.
  (Com Fabrício, sob a bandeira de MG, Esplanada dos Ministérios, emocionante estar ali!)
Filha mais velha (como diz a Taia) mudou-se de cidade, com 3 meninos e marido-que-fica-o-dia-todo-fora-de-casa-pois-é-o-provedor. E quer bancar a mulher-maravilha e dar conta de cuidar de casa, roupas, 3 crianças entre 5 e 3 anos, faxina, almoço, lazer com as crianças, levá-los à escola, fazer compras, ser linda, depilada, unhas feitas, cabelos impecáveis (ainda bem que puxou ao pai, cabelo lava-e-seca-sozinho é tudo de bom! rs). Fui com ela pra primeira semana de adaptação e uma hora em que os meninos "pegavam fogo", ela me falou: "Mãe, você não está aqui pra me ajudar?!" e eu: "Não! Vim pra assistir de camarote!" rsrs Não sou fácil, bem sei!
Sei também que se ela vivesse na Europa ou nos EUA, não poderia contar com ajuda de terceiros, mas já que aqui ela pode, tem que ser assim. "Lá fora" as mulheres têm casas que permanecem fechadas o dia todo, têm toda uma aparelhagem pra ajudar, supermercados que já vendem tudo picado, cozido, assado,enfim, muita coisa que facilita a vida. Aqui temos essa cultura de varrer, tirar o pó, passar pano úmido, todos os dias, fazer almoço e servir o jantar, lanche da tarde, mesa posta pra todas as refeições, um sem fim de regras a cumprir, senão não somos boas donas de casa.
Por isso voltei da casa dela meio perdida, tendo que conter minha ansiedade e entender que a vida é deles, que darão conta, que sabem o que fazem, que foram muito bem criados e saberão conduzir bem os filhos. Engraçado que a mudança de cidade os deixou mais perto de nós, agora menos km nos separam, menos horas de estrada ou de voo, mas ainda assim a distância me pesa.
 (Minha amada primogênita, Fabiana)
A vida é essa, cada um segue seu rumo. Mas não é fácil.
Só o que desejo é que sejam muito felizes e abençoados por Deus, como sempre.

(Ao ver a foto dos primos, de uniforme, Letícia ficou chateada de não estar nela...rsrsr Tive que correr pra tirar foto com ela).