Direito ou avesso?


Você não me conhece, mesmo achando que sim.
Você me imagina, de um jeito seu, como quer imaginar.
Sou uma incógnita até para mim mesma.
Só sei de mim o que preciso saber.
O mais, fica esperando ocasião de se mostrar.
Só tem o melhor de  mim quem me dá seu melhor.
Só rio com você, não rio de você.
Choro com você, se o momento assim pedir.
Choro por você, se souber que precisa da  minha solidariedade.
Deito-me e durmo o sono dos justos, pois sei que nada fiz que magoasse alguém.
Quando sei que magoei, retrato-me, jamais deixo um assunto pendente.
Não posso querer que todos me apreciem. Não me aprecio o tempo todo.
Não posso achar que estou além do bem e do mal e posso falar o que quiser, na hora que quiser, com quem quiser, do jeito que quiser.
Só admito que me condene quem vive ou viveu comigo, que viu o melhor e o pior de mim.
Porque, sim, temos nossos lados, nem sempre bonitos, gentis, delicados.
Não sou o que você pensa. Nem anjo, nem demônio.
Sou como sou, todos os dias querendo ser melhor e perfeita.
Nunca se chega à perfeição, mas é bom que se tente.
Sou como o mais fiel dos animais. Entrego-me.
Sou um porto seguro, se precisar de mim.
Sou boazinha, nasci assim, e nem sempre isso é bom.
O mundo é de quem sabe se posicionar e eu não soube.
Sempre precisei saber-me amada, sem entender que amor não se pede, amor se tem ou não.
E carinho, admiração, respeito. Tudo tem que vir a nós, sem que peçamos.
Desejo, sempre, que todos tenham o melhor da vida.
Por mais que as coisas não andem bem, sou otimista e espero os dias melhores que virão.
Tem dia que é preciso um pouco de calma e tempo para reflexões.
Como é difícil viver-com. Con-viver.
Como é interessante perceber, a cada dia, a cada minuto, que por mais que a gente se disponha a encarar a vida com alegria, encontra tropeços de toda sorte.
Metade de mim é estupefação. E a outra metade é esperança.