Goiabada com queijo

 Nem a goiabada é só de Minas, nem comer goiabada com queijo é coisa só de mineiro.
A dupla famosa tem origem búlgara, segundo me informa a Wikipédia. Mas o nome "Romeu e Julieta" foi dado por Maurício de Souza, na década de  1960, num anúncio para a Cica. 

 A goiaba é uma fruta tropical, mais comum no Brasil e nas Antilhas. O nome é indígena, claro, derivado de guaiaba.
Mas o queijo, ah! esse tem que ser o de Minas, patrimônio reconhecido mundialmente.
O queijo Minas artesanal, feito com o leite cru, não pasteurizado, é patrimônio de Minas, sendo amplamente fiscalizada sua comercialização fora do estado. (Patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan -, em 2008).
Verdade seja dita, o queijinho de cada dia, para muitos indispensável, está muito caro, sendo encontrado de 18,00 a 27,00 o kg, e como um bom queijo sempre pesa mais de 1 kg, não sai barato tê-lo à mesa diariamente.
Bom saber que a  fabricação de queijo é uma tradição diária nas regiões produtoras. Apenas na sexta-feira da Semana Santa ele não é feito, quando o leite é distribuído na vizinhança e destinado ao doce de leite e às quitandas.  Isso é coisa de mineiro, né? Guardar os dias de devoção.
Embora tão apreciado, não é distribuído no Brasil inteiro nesta forma pura. 
E a famosa dupla goiabada com queijo, ou "romeu e julieta" agrada a todo mundo, afinal.
Ou não?
           O famoso queijo curado (casca mais firme, amarelada). Ideal para se fazer o pão de queijo.

                 Cafezim fresquim, passado na hora, pedacim de queijo, trem bão dimais da conta, sô!

(Este texto foi escrito em 13/02/2012, no blog EmQuantos. Imagens Google))

Amigos virtuais/Blogagem coletiva

Lendo o blog da Luma, cheguei ao post da Ana Paula, convidando a falar de amigos virtuais. http://ladodeforadocoracao.blogspot.com.br/
Esta blogagem foi motivada pelo acontecido semana passada, quando a querida Chica fechou todos os seus blogs, nos dando um enorme susto! Mas foram tantos os e-mails e os pedidos do neto Neno e do maridão Kiko que a fez, rapidinho, voltar à vida de blogueira, que ela tanto ama. A Chica é a blogueira mais presente em todos os blogs, quase sempre é a primeira a ler. E esse amor que temos por nossos amigos, ainda que nunca os tenhamos visto, é que nos motiva a continuar. Um beijo mais do que especial à Chica. 

Ando desanimada para tudo, sem inspiração, mas ainda gosto muito de ir aos blogs amigos. Pela minha lista ao lado, veem que sigo bastantes blogs. (É esquisito escrever "bastantes", mas é assim mesmo). Então, claro que aderi a essa blogagem, porque falar de amigos virtuais é muito bom.
Não digo que todos os blogs que sigo me deram amigos "de verdade", ainda que apenas no campo virtual, mas com certeza a maioria é de pessoas que, mesmo que nunca nos vejamos pessoalmente, considero amigos. Para o que der e vier, como na vida real. 
Tenho blog há 6 anos. O primeiro não está mais on line, mas guardo-o quietinho e com carinho. Comecei com o "Um amor de pessoa", em 28/04/2009 e um tempo depois troquei o nome para "De amor e de...". Há uns 3 anos o fechei e abri esse "Sem medida". 
Os amigos que fiz, ao longo desses anos, são inúmeros.
Pessoalmente conheço alguns e virtualmente posso dizer que conheço centenas e adoraria poder abraçá-los. 
Para alguns já telefonei, com outros mantenho correspondência por e-mail e agora reforcei ainda mais os laços, usando o Facebook. E ganhei novos amigos, com certeza.
Sou muito afetiva e realmente sofro quando não sou aceita. Na internet tem muito disso, grupinhos que se unem e deixam indevassável a entrada neles. 
Blogar é interagir, é estar aberto a opiniões que sejam contrárias às nossas, mesmo porque não somos iguais. Quando vou a um blog e não encontro receptividade, também não fico ali. 
Com algumas blogueiras tentei me entrosar, insisti meses, até anos, mas não deu "liga" e realmente desisti de insistir. Se não vamos interagir, não é amizade.
Amigos confidenciam, desabafam, riem e choram juntos. Se não, não é amizade.
Perdi algumas amigas pelo destino, que as tirou de nós.
De outras ganhei o título de mãe, fui madrinha de casamento, recebo carinho e atenção constantes, e me dou muito.
Certamente acredito em amizade virtual e algumas tomam uma proporção maior, superando até algumas amizades reais, mas de quem não nos dá a devida atenção, não o tempo todo.
Blogar, para mim, é sinônimo de interagir. Ninguém quer ter um blog para ficar "às moscas", sem um comentário. Seguidores ali, marcados, não importam tanto, mesmo porque há muitos que não se colocam como seguidores, mas são os primeiros a comentar.
Meu beijo especial para duas pessoas que me incentivaram a blogar. Era uma comentarista assídua e elas me diziam, todos os dias, para criar o meu blog. 
Laura, que já não escreve mais no seu Não tem pão francês na França, um doce de menina e Beth Lilás, que dispensa apresentações.
E um abraço apertado naqueles que já abracei pessoalmente, que são minhas (meus)  amigas-os/filhas/irmãs.Se eu esquecer alguém, vem cá e me fala, eu ando avoada...
Ana Seerig, Deusa, IvanaJosé Cláudio Adão,o Cacá, Lívia, Liza, Rosélia. 
A Nilce, abracei com carinho no ano em que se foi. Saudade para sempre.
Sim, não tem como não acreditar em amizade virtual. 
Basta encontrar as pessoas certas. rs

(Estou com a sensação de que esqueci alguém...)

Mãe, para sempre

 Aos 80 anos ainda saía para fazer compras, cozinhava, descia e subia escada íngreme e tomava conta da casa toda, como "general" que sempre foi. A nora fez fotos para comemorar a data, pedia sorrisos e ela dizia que não sabia sorrir. 
As unhas eram feitas toda semana, tanto podia ser um esmalte discreto quanto um vermelhão, dependia do humor.
A vida não foi só generosa com ela, também lhe deu muitas rasteiras, por exemplo, tirando-lhe o pai aos 13 anos, segunda filha, de 7, que praticamente tomou a frente de tudo e foi o braço forte da mãe, viúva aos 35 anos. Isto a abalou para a vida toda, era um pai adorável e adorado.
Aos 17 anos estava casada, com seu primeiro e único amor. Desta vez, a vida lhe foi generosa, ficando juntos por mais de 50 anos.
 Em 2012, no casamento de uma das netas, nem queria ir, mas esta disse que só entraria na igreja com ela presente. E ela foi, com a mesma roupa do casamento da filha caçula, de anos atrás, mas ela sempre foi majestade, ficava bonita com qualquer roupa que vestisse. Uns ajustes, porque agora era mais magra, e lá foi ela, marcar presença, para alegria de todos. 
 Em 2014, poucos meses antes de adoecer, sempre arrumadinha para o almoço, talvez Dia das Mães? As joias sempre foram poucas, a grana era curta (ou os filhos eram muitos?) , mas qualquer enfeite que usasse parecia joia nela. 

Já não queria sair para as comemorações em família. Mas esse dia quis ir, aniversário de 10 anos da neta mais nova. Arrumou-se, chegou e "causou", foi tão festejada quanto a aniversariante, riu, conversou, tirou foto. 
Quatro dias depois, adoeceu, um AVC que a deixou na cama, sem se mexer, sem falar coerentemente, apenas repete nome, palavras, frases.
Não sei se tem algum conhecimento do que se passa a sua volta, às vezes parece que sim, outras vezes parece que não.
E essa dor não passa, é imensa, avassaladora, mil perguntas que não têm respostas, tantos "por quês" que me sufocam.
Cinco meses sem ela, cinco meses com ela? 
Na foto, ainda no hospital, onde ficou por longos 3 meses.
Em casa tem o mesmo regime, cama hospitalar, todo o conforto que podemos dar e para o qual não medimos esforços.
Só quem passou por isso sabe que a dor é diária, embora ainda possamos rir.
Minha mãe, como queria que fosse diferente!
Feliz todos os dias para a senhora e que Deus comande nossas vidas com Sua infinita bondade.
Que perguntemos menos e aceitemos mais.
Que do pranto se faça o riso, diariamente, para que possamos seguir. Juntos, enquanto tiver que ser. 
Meu amor. 



Palavrões e Dia do Trabalho

Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador? Tanto faz?
Nem vou me reportar à história da data, mesmo pq encontramos muita informação que nem sempre confere.
Bom ter uma data especial, homenageando o trabalhador, esse herói verdadeiro, que dá 4 ou 5 meses de salário no ano, para o deleite dos políticos, levando para os bolsos a maioria da arrecadação.
Mas o que tem o palavrão com a data? 
Nada, mas como quis fazer um post hoje, melhor falar também da data. 
Palavrão e Brasil andam de mãos dadas, porque não conheço ninguém que não despeje um bom número deles quando quer se referir a algum político ou à situação do país.
Não uso palavrões, normalmente. Em minha casa não era permitido, nossos palavrões, bem longe dos pais, eram "nojento", "vaca', "égua", "imbecil", "idiota", coisas feias de se dizer para irmãos, mas eram o máximo da ofensa. Com os anos, os irmãos se soltaram, mas ainda assim não é comum falar em frente a  crianças e adultos mais velhos. Respeito.
Atualmente ando bem "soltinha" e incorporei alguns ao meu cotidiano, então falo sem nem pensar em ofender, só denotam raiva momentânea.
E, sim, arrependo-me logo de ter dito, mesmo porque não me resolveu nada...
E, sim, peço desculpas a Deus, principalmente se usei o fdp, porque mesmo a gente sabendo que não xingou propriamente a mãe, o sentido é esse e devemos tirar terceiros da nossa raiva, que está dirigida apenas a um.
Outro dia, uma sobrinha começou a recordar e ria tanto, não conseguindo falar, que nem a entendíamos. Contava (ou tentava) que eu falei um palavrão, recentemente, misturado a um causo, e ele saiu tão espontâneo que quem me ouviu se assustou, porque não é normal me verem falar. Não nos lembramos qual foi, não era dos "comunzinhos", eu não me lembro mesmo! 
"Comunzinho" para mim é o fdp, o pqp. Há os que não falarei nem sob tortura, acho vulgares, pobres.
E há os que nem tenho vontade de ouvir, muito menos de falar.
Tudo tem hora e lugar, ainda mais para ser dito por uma mulher nem tão jovem mais e avó.
Não sou nenhuma Dercy Gonçalves, confesso que quando a conheci mais me envergonhava do que ria das piadas desbocadas dela. Com o tempo, fui me acostumando mas quando ouço alguém que fala 5 palavras e 1 palavrão, mais 3 e outro palavrão, assim, coloquialmente, de graça mesmo, fico constrangida.
Palavrão tem que estar inserido no contexto, tem que sair na hora da raiva, da dor, do susto, do medo, sei lá, uma emoção mais forte. 
Olhar para um arco-íris, por exemplo, e soltar um "pqp, que coisa linda!" me soa muito fora de propósito.
Não sou contra o palavrão falado na hora certa, que também pode variar para uns e outros.
E também sou contra chamar a governante desse desgovernado país usando palavrões. 
O que é dela está guardado, o que todos esses políticos merecem lhes será cobrado, mais cedo ou mais tarde.
Feliz dia do Trabalho para todos os nossos honrados trabalhadores, que ainda conseguem deixar de pé esse país, ainda tentam tomar o leme das mãos dos que estão fazendo nosso barco ficar à deriva. Estão tentando, um dia conseguimos.
Feliz dia do Trabalhador principal da nação, o professor, tão vilipendiado. 
Nenhum país se faz com homens sem estudo, sem professores.
E, se a maioria trabalha mal porque ganha mal, há os que se empenham e trabalham bem, apesar de ganharem mal. 
Por mais escolas e faculdades que realmente ensinem, não apenas deem os diplomas.
Por mais trabalhadores/professores que chegam em uma classe de quarta série do ensino fundamental e se deparam com crianças que mal sabem escrever seus próprios nomes, que não sabem fazer a leitura de um texto, que não levam o material correto para a escola, e ainda assim esse professor não desanima, acredita que vai conseguir...
Feliz dia para você, que trabalha a semana inteira e descansa, aproveitando o feriado prolongado, curtindo a família e os amigos, tendo tempo para pensar mais em si.
Bom pra você que sabe escolher o momento de usar o palavrão certo, dirigido à pessoa certa.
Enquanto vou tentando me liberar, escuto os seus e, intimamente, compartilho com você. 
Fomos poupados de ouvir asneiras hoje, em rede nacional.
Pqp, coisa mais do que sensata!
E viva o trabalhador brasileiro! E viva o palavrão!