De aniversário, sogra, empregada doméstica



 (Eu, aos 2 anos e pouco e Carlos, com 1 ano. Faltou ele, na comemoração, ontem.)

Uma mistura de assuntos. Final de semana intenso, com muitas comemorações.
No dia 27, foi comemorado o dia da empregada doméstica. Categoria na qual me enquadro. A maioria das  mulheres cumpre esse labor. Somos todas empregadas domésticas, e sem remuneração, o que é pior...Vem tudo no pacote, quando se monta uma casa.
Juntou quarto, sala, cozinha, banheiro, existe arrumação diária, existe responsabilidade sobre aquele local e quem ali mora.
Não adianta fingir que o pó não se acumulou num móvel.
Não adianta deixar sem correr vassoura e pano pela casa.
Não adianta pensar que vidros, espelhos, fogão, geladeira, armários,sejam autolimpantes, pois não são!
Organização, boa vontade, espírito aberto para dias monótonos, rotineiros, previsíveis.
Hora de levantar, hora de limpar, hora de cozinhar, hora de lavar, de passar, de enxugar, de ...
Então, se você não faz nada disso, agradeça a quem faz pra você. E lhe dê todos os direitos. Cumpra todos e deveres e exija dela que cumpra todos os dela, idem.
No dia 28, comemoração dupla: dia da sogra e dia do meu aniversário.
Meu aniversário é sempre dividido com minha irmã, na verdade, eu é que "me meti" na vida dela, nascendo na mesma data , quando ela comemorava 2 aninhos. Às vezes, bem humorada, ela fala que fui seu presente de aniversário. Nunca parei para pensar que foi um dia de dores para minha mãe. Não por minha causa, as dores foram do parto. E que foi um dia sem comemoração para a minha irmã, pois que nossa mãe estava no hospital. Não por minha culpa, de novo, mas do parto.
O que sei é que sempre ficamos juntas no dia, embora ela é que faça a festa, nem colaboro (já contei aqui, outras vezes...E continuo não colaborando. rs). Isso porque, por mim, não comemorava, então vou comemorar o aniversário dela. 
Quero que seja sempre assim, que fiquemos juntas, seja quem esteja pagando a festa.
E, de brinde no dia, sempre tem o parabéns para a sogra, que nem é comemorado, visto que não sou uma sogra convencional. Sou uma sogra amada pelo genro e nora. Com um pouco de boa vontade, até pelo ex-genro. rs
E assim, de comemoração em comemoração, mais um ano se passou.
Agradecendo a Deus cada minuto da minha vida. Agradecendo os presentes que Ele me deu, o que faz de todos os meus problemas interiores uma gota d'água no mar de bênçãos que é a minha vida.
Feliz aniversário para mim. Saúde, paz e amor, junto aos meus e a amigos, sempre queridos. 

Meu autor favorito

Li a chamada para essa blogagem no blog da Norma, e fiquei pensando em como não tenho um autor preferido. Nunca li muitos livros de um mesmo autor. Assim pensei. Mas quando comecei a responder a ela, lembrei-me, de estalo, de 3 autores dos quais li praticamente todos os livros e dos quais sou fã .
Sempre gostei de filmes e livros de amor. O romance sempre me encantou. Desde as fotonovelas.
Leio de tudo, do clássico ao moderno, gosto de leitura leve, detalhada, com pesquisa, baseada na realidade e com muito romance.
Atualmente, desde janeiro, leio uma série escrita por Maurice Druon (cujo livro mais conhecido é o delicioso "O menino do dedo verde", e de quem só conhecia esta obra). A série tem 7 volumes, que conta a história dos reis da França, na metade do século XIV, anos 1300 e pouco. "Os reis malditos". Um mundo fascinante, de corrupção, assassinatos, traições, jogo de poder, guerras, etc. tudo tão parecido com os dias de hoje! Então, Maurice Druon agora é um dos meus autores preferidos.
Realmente, os autores que li mais foram Irving Wallace, Harold Robbins e Sidney Sheldon.
Sidney Sheldon foi também roteirista de teatro e de cinema, escreveu  as histórias de vários seriados, entre eles  "Jeannie é um gênio" e o "Casal 20", de enorme sucesso na TV.
Em romances, dos vários que escreveu, o que mais gostei foi "O outro lado da meia noite" e "A ira dos anjos", histórias de suspense, intrigas, sensualidade na dose certa, amor, riqueza, etc. Nunca foi muito aceito pela crítica, por acharem suas histórias "comerciais", mas sempre foi best-seller. 
Uma característica dos seus livros é que as protagonistas eram mulheres, a quem ele homenageava por serem "corajosas, talentosas, capazes e não perderem a feminilidade".
Ler Irving Wallace é passear por um mundo muito real, com riquezas de detalhes e uma visão do futuro.
Em 1964 publicou o romance "O Homem",  que imaginava o que aconteceria se um negro fosse eleito presidente dos Estados Unidos da América...
Um dos melhores livros que já li é dele: "O sétimo segredo", a história (ficção) de Eva Braun, que não teria morrido junto com Hitler, e nem  nas circunstâncias que a história conta. Fascinante, da primeira à última página. 
Harold Robbins foi outro autor que me entreteve por muitos anos. A maioria dos seus livros viraram filmes famosos, na época de ouro de Hollywood. Um dos mais marcantes  romances que já li foi dele,  "79 Park Avenue". 
Leio  muito e nem me lembro da maioria dos livros que já li. 
Os clássicos brasileiros, li a maioria: Machado de Assis, José de Alencar, Jorge Amado, Fernando Sabino, (O menino no espelho é um lindo livro), Erico Veríssimo, etc. 
Geralmente leio um livro por indicação, ou porque o ganhei. Mas, curiosamente, não vou atrás de outras obras do autor, não necessariamente.
Sempre se tira uma lição de uma boa leitura, por mais simples que a história seja.
Nunca vivi nenhuma situação lida em um livro, mas bem que algumas gostaria de ter vivido.
Ler é um dos melhores benefícios que podemos fazer por nós mesmos.
Não sou de leitura "cabeça", nem gosto de livros de autoajuda, nem me encantei (ainda) por biografias, mas estou a caminho. 
Atualmente estou encantada com uma autora americana, Francine Rivers, de quem li "A esperança de uma mãe", que tem continuação, recentemente lançada (O sonho de uma filha) continuando a saga de uma família de mulheres fortes. 
Assim é que gosto, leitura baseada na vida real.
A arte (escrever, no caso) imita a vida ou a vida imita a arte?
Velha pergunta, sem resposta.
Ler é muito bom e depende exclusivamente do gosto pessoal. Não gostaria de ser leitora por obrigação de emprego.
Não sei se queria ser uma revisora ou tradutora, por mais que ler seja fascinante para mim.

(Para ler mais e encontrar sugestões de leitura, visite o blog da Alê).

Ser coruja ou ser falcão?

 Acho que nada acontece por acaso e sempre que me deparo com um texto assim, fico a pensar no real valor que nos damos. Aproveitem a semana.
  A coruja e o falcão
 "Certa vez, um homem que rezava, observou uma coruja que estava junto à janela. 
Ela caiu e o distraiu da oração, mas ele não deu muito importância a ela.
Nos outros dias, ele observou que a coruja permanecia naquele lugar e parece que se estabelecera ali. 
Começou a incomodar-se com aquela ave; ela ocupava mais tempo de sua atenção que a oração.
Como veio parar ali, se não comia?  E uma vez até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade. 
De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas. 
Até que um dia, notou que um falcão entrava na igreja com algo entre os bicos.
Eram algumas minhocas ou algum inseto e que servia de alimento para a coruja. 
Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: o falcão entrava na igreja para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes!
Imediatamente o piedoso homem começou a louvar o Senhor e a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o cuidado de um pai. 
Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja. 
O que não faria Deus por ele? 
Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave.
No entanto sua consolação também lhe trouxe a noção interior de que Deus lhe revelava algo único. 
Refletiu e decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se aos cuidados de Deus.
Ponderou que era apegado demais aos seus bens e que Deus o chamava para viver uma vida de pobre, dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de coruja.
Saiu de sua casa e colocou-se como mendigo na porta da mesma igreja que costumava frequentar. 
No entanto, começou a ter dificuldades. 
As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali. 
Alguns achavam que tinha endoidecido; não lhe davam esmolas e ele começou a passar fome. 
Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado. 
Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia. 
Entrou na igreja e revelou sua desolação a um padre. 
Ao que o padre lhe perguntou:
– Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo?
– Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! – Respondeu, convicto.
O padre o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou:
– Você tem certeza que Deus o chamava para ser coruja? Não lhe estaria chamando para ser falcão?

(Deus nos trata como à coruja, mas nos chamou para sermos como o falcão. 
Se você decidir assumir seu papel como falcão, Deus lhe conduzirá exatamente onde há uma coruja precisando de alimento.)"
(Texto recebido por e-mail, sem autoria. Procuro no Google e encontro várias postagens, mas não a autoria. Caí em sites religiosos, que tratam o texto como parábola). 

Minha Amiguinha

A minha tinha cabelos castanhos, mas era esse mesmo o vestidinho.
Ganhei-a do...marido! Sim, aos 17 anos de casamento, já com filhos adolescentes, este foi o meu presente, pois eu gostava muito da boneca e sempre falava em comprá-la.
As filhas não se interessaram, nem entenderam meu desejo, já que tiveram suas bonecas.
Como não me lembro de nenhuma que eu tenha tido, talvez por isso sonhei tanto em ter a minha Amiguinha.
Claro que devo ter tido N bonecas, só que não tenho memória nenhuma da  minha infância. Nem a mais leve. E sei que tive uma linda infância, não há nada de traumático nesse minha falta de memória.
Claro que não era uma boneca para se brincar. A não ser brincar de amiguinha mesmo. Porque a boneca é muito grande e não dá nem pra ser carregada. 
Aí que hoje, procurando uma imagem pra postar para a Renata, que  faz aniversário, deparei-me com a foto da Letícia, mais linda do que qualquer Amiguinha que eu pudesse desejar! 
Até a pose, que para ela era natural, está a de boneca.
Lembrei-me da minha Amiguinha, a quem chamei de Vanessa, e que ficou por anos paradinha num canto do quarto das filhas, "trambolhando"! rs 
De vez em quando lhe penteava os cabelos, tirava o vestido e lavava, cuidava bem dela, mas acabou se tornando apenas um objeto num canto do quarto.
Dei-a de presente (acho que presente de grego...) para a filha de uma prima e nem sei que fim ela levou, mas sei que já não é mais da Aninha.
Fui procurar por fotos da boneca e me deparei com a venda dela, e como agora é raridade, achei uma de R$800,00! Se soubesse, tinha guardado...rs 
Aqui, a bonequinha da Renata, a sapeca Letícia. Como eu lhe disse, seu melhor presente.
Beijo para minha Rê. Que Deus a abençoe muito e que tudo que desejar chegue no tempo certo.


Amar é fundamental

Estava procurando uma outra poesia do autor e me deparei com esta. É preciso ficar atento. Amar, antes de tudo, a nós mesmos, para saber amar ao próximo. Ninguém complementa ninguém.Cada um tem que ser completo em si mesmo, para se ajustar à completude do outro.  Ou não.
 
Amai-vos...

 

Amai-vos um ao outro,

mas não façais do amor um grilhão.
   Que haja, antes, um mar ondulante

entre as praias de vossa alma.
  Enchei a taça um do outro,

mas não bebais da mesma taça.
  Dai do vosso pão um ao outro,

mas não comais do mesmo pedaço.
  Cantai e dançai juntos,

e sede alegres,
mas deixai

cada um de vós estar sozinho.
   Assim como as cordas da lira

são separadas e, no entanto,

vibram na mesma harmonia.
  Dai vosso coração,

mas não o confieis à guarda um do outro.
  Pois somente a mão da Vida

pode conter vosso coração.
  E vivei juntos,

mas não vos aconchegueis demasiadamente.
  Pois as colunas do templo

erguem-se separadamente.
  E o carvalho e o cipreste

não crescem à sombra um do outro. 
 
Gibran Kahlil Gibran - (aqui)



18 anos depois...

Contato

Eu chamo-te e tu não me ouves.
Estarás atrás daquela estrela, disfarçado
ou oculto numa nebulosa
à espera da palavra que te resgate?
Eu chamo-te e tu talvez me ouças
mas não possas responder-me
porque o vazio da noite não permite
a partilha de sons e de afetos
a uma tão grande distância.

Às vezes bastava-me olhar para o céu
para ter a certeza de que observavas
todos os meus gestos, todos os meus passos.

Era como se as nuvens guardassem 
um sorriso teu no seu bojo de ventos e de chuvas
Adormecia tranquilo no agasalho dessa crença.
Guardo numa gaveta de escrivaninha
a tua carteira, os teus óculos, o lenço
que usavas no dia que partiste.
E já se vão tantos, tantos anos.
De repente dei pela falta de teus telefonemas,
das perguntas inquietas que me controlavam
as horas e as errâncias.
Tinhas medo, um medo terrível de me perder,
e afinal  fui eu que te perdi.
Dizem que foi a vontade de Deus
E agora eu chamo-te e tu já não me ouves.
Ou será que ouves
e que a pequena estrela pálida, trêmula, esquiva
que me ilumina a manhã é apenas
uma forma de o céu escrever a palavra Pai?

(José Jorge Letria)


(Imagem do Facebook)