Feliz 2015!

Não gosto de anos pares. 
Só depois de muitos anos cheguei a essa conclusão. Não que me acontecessem coisas ruins nesses anos, mas no geral noto que anos pares são mais "pesados".
Pode ser uma constatação boba, só coincidências.
Meu pai nasceu em ano par.
Minha mãe nasceu em ano ímpar.
Casaram-se em ano ímpar.
Nasci em ano ímpar. 
Casei-me em ano par.
Tive filhos em anos ímpares e pares.
Tenho netos de anos ímpares e pares. 
Meu pai morreu em ano ímpar.
Minha mãe adoeceu em ano par.
Certamente tive muitas alegrias em anos pares e muitos dissabores em anos ímpares, mas fiquei com isso na cabeça, embora não espere nada de ruim, de ano nenhum.
E hoje penso que tudo acontece quando tem que acontecer, seja em que ano for.
Par ou ímpar? A vida é cheia de escolhas, do começo ao fim.
Mas a dor é inerente ao ser humano. Como a alegria, a sensatez, a casmurrice, o otimismo, o inconformismo, a fé, a esperança, a caridade, o amor, a descrença, a luz.
Somos todos um universo à parte, sujeitos  a qualquer acontecimento.
E a vida continua, sendo boa ou ruim. O que nos reserva o destino só acaba quando acabamos.
E então, desejo que 2015 lhe traga, antes de tudo, a paz de espírito. 
A força interior que lhe faça aceitar e levar adiante o que lhe faça mal.
E continuar pagando o mal com o bem.
Desejo manhãs luminosas, mesmo que o sol não apareça.
Desejo céu azul, de abril, em todos os dias, mesmo quando nuvens cinzas impeçam de ver a luz azul refletida.
Desejo que 2015 lhe surpreenda com políticos honestos, que não roubem mais. Nem empresários desonestos que alimentem a facilidade de roubarem.
Desejo que todos tenham direito a uma boa escola, o que implica em bons professores e uma infraestrutura governamental para melhores prédios onde se possa estudar.
Desejo que todos usufruam de vida boa, com pelo menos um quarto/sala/banheiro/cozinha que dê abrigo da chuva, do frio, dos horrores da rua. 
Desejo que todos tenham sua saúde garantida por um bom atendimento, com profissionais de qualidade, bem remunerados, com estrutura para trabalhar e atender seus pacientes.
Assim talvez tenhamos mais escolas e menos hospitais.
Desejo que não sejamos distinguidos por cor, crença, dinheiro, cargo, sexo. Somos gente. Cada um igual ao outro, mesmo que pesem as idiossincrasias.
Desejo que estejamos livres para circular pelas ruas sem medo de bandido, de carros, de motos.
Desejo que tenhamos tempo para olhar o céu, visitar parentes, encontrar amigos numa roda, comprar o que precisarmos, sem a euforia de "ter" apenas.
Desejo mais risos, gargalhadas, alegrias.
Desejo o cheiro de bebê, o aperto dos bracinhos de uma criança, a bagunça de uma casa, por estar cheia de vida, com crianças correndo pra lá e pra cá. 
Desejo mais humanidade para o tratamento dos doentes da cabeça.
Desejo alegrias com seu time de futebol.
Desejo que seu chefe seja apenas seu líder, não seu carrasco.
Desejo remuneração adequada, tempo de trabalho humanizado para quem costura nossas roupas, nossos calçados, nossas bolsas.
Desejo o encontro de um amor que lhe faça bem, de alguém que divida os sonhos com você e possam realizá-los.
Desejo que não procuremos tanto a felicidade, pois ela não precisa ser encontrada, ela está conosco o tempo todo. Há quem insista em não enxergá-la.
Desejo que cada momento de sua vida seja vivido com sabedoria, pois sem ela não podemos entender o que nos acontece, algumas vezes. 

Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos, e Sabedoria para distinguir umas das outras.
(Há dúvidas quanto a autoria dessa oração, que vc lê aqui.)

Desejo que tenha consciência de que tudo é possível, tudo pode lhe acontecer, que tudo que é ruim pode se tornar pior, sim, mas também pode se tornar melhor...
E, sim, embora a perplexidade não lhe deixe pensar, em alguns momentos, Ele é todo poderoso e certamente está no comando, reservando-lhe bons momentos.
Desejo que leia muitos livros, assista a muitos filmes, saia para passear no parque, veja seus irmãos todos os dias, ou telefone, cuide dos seus pais, mesmo que lhe pareça um fardo.

"Cerra meus ouvidos a toda calúnia.
Guarda minha língua de toda maldade.
Que só de bênçãos se encha meu espírito."
(Parte da Oração do amanhecer)

Tenha fé que sempre dias melhores virão.
Desejo-lhe um 2015 de paz. 




E então é Natal...



E eu, que sempre contei aqui que não gostava de Natal, agora tenho um motivo real.
Não gostava da data porque achava tudo muito falso, muitos gastos e pouca atenção ao Aniversariante.
Podia achar isso e cumprir a tradição do nascimento, mesmo ele não tendo ocorrido nesta época do ano.
Podia seguir com o ritual católico, o que me agradaria muito mais, mas acabei fazendo como todo mundo, embora nunca tenha me envolvido com essas compras frenéticas, esse consumo desenfreado.
Com  minha mãe forte e saudável, passávamos todos juntos.
Este ano ela nem sabe que é Natal...

E passarei com ela, no hospital, eu e minha irmã mais nova, Mônica, sua "rapinha de tacho", aquela filha que Deus sabe porque veio ao mundo com minha mãe já passada dos 40 anos, depois de 9 filhos. Veio para ser nosso ponto de apoio, embora ela mesma precisando tanto. Mas é forte e tem nos comandado com força e foco.
Eu nem sei o que estou passando, nem dói, de tanta dor...
Às vezes rio, com meus netos, com meus filhos, esqueço a dor por uns momentos. 
Não há sol lá fora, mesmo que ele brilhe intensamente.
A gente sabe o quanto ama sua mãe, mas não sabe que é muito, muito mais do que se pensava.
E eu, que sempre a amei mais do que a mim, estou sem chão.
Tenho a certeza de que fui uma filha muito amada e muito querida. Às vezes me chamavam de "queridinha" dela, isso não é verdade, mas é bom de ouvir.
Impossível passar a data sem desejar que renovem sua fé, que as alegrias sejam muitas, que a paz reine entre os homens, que o amor seja a tônica entre todos os seres.
O amor verdadeiro, que quer a justiça, a solidariedade, o respeito, a fé, a esperança, em partes iguais. 
O amor que nos faça não perder a ilusão, por mais que tudo seja nebuloso.
Há inúmeras perguntas que nos fazemos e não encontramos as respostas. 
No entanto, Alguém sabe de tudo e está no comando. 
Que Ele nos ilumine a todos, nos dê muitas alegrias e esperança de dias melhores.
Feliz Natal!

Há tanta vida lá fora...

...mas aqui dentro de mim não há alegria. 
A vida dá tantas voltas e numa dessas, prostrou minha mãe na cama.
Era um grande medo seu, ficar presa a um leito.
Pode ser revertido, tudo é possível, ainda é prematuro saber.
A vida vem em ondas, como o mar...
E a gente não pensa que tudo, tudo mesmo, pode ficar melhor ou pior, um dia.
E quando a saúde sai de cena é que realmente tudo fica pior.
Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia...
89 anos de vida. Uma vida rica de graças e também de muita luta e tristezas, como é quase sempre, o tempo todo. 
E ela sabe o significado correto de ser guerreira.
Segunda de 7 filhos, perdeu o pai aos 13 anos. Ele, 39 anos. A mãe, 35 anos. 7 filhos e poucos recursos, pois o pai era farmacêutico, dono de farmácia, mas a doença levou todos os bens e só restou a família. Viveram de ajuda dos irmãos, cunhados, avós, bem situados na vida. Nunca nada lhes faltou, a não ser a presença marcante de um pai maravilhoso, amigo e companheiro.
E ela, a segunda dos irmãos, a mais nova com 2 anos, tomou a frente de tudo e tocaram a vida.
Casou-se aos 17 anos, levou mãe e irmãos, aos poucos, para morar com ela. 
Muitas lutas,  muitas alegrias, muita união, mas sempre aquela falta inconformável da perda do pai.
Mais de 50 anos depois, perdeu aquele amor de desde os 13 e novamente a luta foi dura.
2 filhos especiais para cuidar, todos já adultos, muitos netos, muitas alegrias, muita luta.
Autoritária, independente, centralizadora, sempre à frente de tudo. Ciumenta, quer sempre ser o centro das atenções. Sempre bonita, cuidada, vaidosa, chic, mesmo com apenas um vestido e um par de sapatos no guarda-roupas, pq por muitos anos foi assim. Mas era sempre a mais festejada em festas de família, amada por todos os cunhados e cunhadas, sogros, irmãos, sobrinhos.
11 filhos. 10 paridos e uma neta que criou como filha e ai de quem fizer a contagem e incluí-la entre as netas! 
Ano que vem, mais um/a bisneto/a chegando, ou mais de um, pois há algumas netas na parada, para uma gravidez a qualquer momento.
Sou muito parecida com ela, brava como ela, já "tomei conta dela" com a mesma autoridade que ela fez com a gente, porque chega um tempo que os pais se tornam meio filhos dos filhos. Ela relutou muito em "entregar os pontos", tinha mais de 80 anos quando finalmente deixou, não de bom grado, mas com juízo para entender que era  a hora,  que os filhos pouco a pouco fossem tomando conta dela.
Há 2 anos perdeu um filho e passou por isso de uma maneira que não entendemos, uma fortaleza, uma quase "indiferença", que não foi senão um mecanismo para não sucumbir à dor. Porque era um filho muito amado, que especialmente exigiu muito dela, como mãe,  mas que era alguém com quem ela podia contar sempre. E ela pouco falar dele a mim parece que é uma forma de negar que ele esteja morto.
Minha mãe, que Deus tenha piedade e só a leve de nós se for para não sofrer mais. 
Tudo muda, o tempo todo, no mundo. Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo, agora, há tanta vida lá fora, aqui dentro, como uma onda no mar...

O filho predileto

 
Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, aquele que ela mais amava e ela, deixando entrever um sorriso respondeu:
"Nada é mais volúvel que um coração de mãe".
E como mãe lhe respondeu:
O filho predileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma é
O meu filho doente, até que sare
O que partiu, até que volte
O que está cansado, até que descanse
O que está com fome, até que se alimente
O que está com sede, até que beba
O que está estudando, até que aprenda
O que está com frio, até que se agasalhe
O que não trabalha, até que se empregue
O que namora, até que se case
O que casa, até que conviva
O que é pai,até que os crie
O que deve, até que pague
O que prometeu, até que cumpra
O que chora, até que cale.
E já com o semblante bem distante daquele sorriso completou:
O que já me deixou, até que o reencontre.
(
Erma Bombeck)
 (Sobre a autora, de quem (supostamente) é o texto: Erma Louise (Harris) Bombeck nasceu em 1927, no estado de Ohio e morreu em 1996. Era uma humorista, então me fica a dúvida em ter escrito um texto tão sério. Publicou 15 livros, dos quais muitos se tornaram bestsellers. De 1965 a 1996, escreveu mais de 4.000 colunas de jornal contando sobre a vida comum de uma dona de casa suburbana do meio-oeste, com muito humor e eloquência.

Manuel de Barros (1916/2014)

Autorretrato falado

Venho de um Cuiabá garimpo
e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda de
bananas no Beco da Marinha,
onde nasci.

Me criei no pantanal de Corumbá,
entre bichos do chão, pessoas
humildes, aves, árvores e rios.

Aprecio viver em lugares
decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.

Fazer o desprezível ser prezado
é a coisa que me apraz.

Publiquei 10 livros de poesia; ao
publicá-los, me sinto como que
desonrado e fujo para o Pantanal,
onde sou abençoado a garças.

Me procurei a vida inteira e não
me achei - pelo que fui salvo.

Descobri que todos os caminhos
levam à ignorância.

Não fui para a sarjeta porque
herdei uma fazenda de gado.

Os bois me recria.
Agora sou tão ocaso!

Estou na categoria de sofrer moral,
porque só faço coisas inúteis.

No meu morrer tem uma dor de árvore. 

Morreu aos 97 anos, em 13/11/2014.
Nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em 19/12/1916.
Tinha o apelido familiar de "Neguinho". 
Morou em Corumbá, quando menino, até os 8 anos, e depois foi estudar em Campo Grande.
Já rapaz, Rio de Janeiro, onde se formou em direito, 1941.
Filiou-se, aos 18 anos, à Juventude Comunista, fascinado por Karl Marx, época da 2ª guerra mundial, o movimento era fervilhante no mundo todo.
Desencantou-se com o comunismo, ainda no RJ, quando ouviu um discurso de Luiz Carlos Prestes, que estivera preso por 10 anos, por ser comunista. Sua mulher, Olga Benário, foi extraditada para a Alemanha, onde morreu torturada. E Prestes fazia o discurso com elogios a Getúlio Vargas. O mesmo Getúlio que o mantivera preso e o mesmo que mandara sua mulher para a morte.
"Sai andando sem rumo, desconsolado, e resolvi deixar o Rio", contou ele. 
Aos 21 anos publica seu primeiro livro, o ano era 1937.
Rodou pela Bolívia, Peru, Nova Iorque e em 1960 se estabeleceu em Campo Grande, herdeiro de uma fazenda de gado.
Só nos anos 80 foi reconhecido nacionalmente.
Daí até sua morte, foram vários prêmios e alguns documentários sobre sua vida.Tem livros traduzidos para o francês e o espanhol.
"Não uso computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que na ponta de meu lápis tem um nascimento."
(Informações retiradas do texto de Carlos Herculano Lopes, do jornal O Estado de Minas, em 14/11/14)

Custei a redescobrir Manoel de Barros, depois de conhecê-lo na escola. Acho que ele tem uma pureza ímpar no que escreve. Muita lucidez e sabedoria, mesmo no que escreveu quando bem jovem.

O menino que carregava água na peneira
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!




O poder da fé.

 Em tempos de incredulidade e tristeza, melhor acreditar que haverá uma resposta dos céus para nós.
A história abaixo é daquelas que rodam anos e anos pela internet, sem autoria.
Uma história linda e possível.
Para ler e guardar.




 "Uma mulher vestida de forma simples e com um rosto sofrido, entrou em uma loja. Aproximou-se do dono e envergonhada perguntou se poderia levar alguns produtos e pagar depois. Com uma voz suave, ela explicou que seu marido estava muito doente e que não podia trabalhar, que tinham sete filhos e precisavam de alimentos.
O dono da loja, inflexível, pediu para que a mulher fosse embora. Porém, a mulher pensando em sua família continuou implorando: "Por favor senhor, eu pagarei assim que puder". O dono da loja negou dizendo que não poderia dar crédito para uma pessoa que ele não conhecia.
Perto da entrada da loja estava um cliente que escutou a conversa. O cliente se aproximou e disse ao dono que ele se responsabilizaria pelas compras da mulher, mas ele ignorou.
O dono da loja se virou para mulher e perguntou: "Você tem uma lista de compras?" Ela respondeu "Sim, senhor".
"Está bem, coloque sua lista na balança e o quanto pesar sua lista, eu vou lhe dar em alimentos", disse ele.
Ela  hesitou por um momento e de cabeça baixa, pegou em sua carteira um pedaço de papel e escreveu sobre ele. Em seguida, com receio, a mulher colocou o papel na balança. Ao fazer isto a balança abaixou de uma vez, como se tivesse colocado uma pedra sobre ela. 
O dono da loja e o cliente olharam com espanto e admiração. 
O dono da loja começou a colocar alimentos do outro lado da balança, mas ela nem se mexia, então ele continuou a colocar mais e mais alimentos, mas como a balança nunca se igualava, ele não aguentou e pegou o pedaço de papel para ver se havia algum truque.
O dono da loja olhou o papel e leu com espanto... Não era uma lista de compras, era uma oração que dizia: 'Querido Deus, o Senhor conhece minhas necessidades, deixo esta situação em suas mãos'.
O dono da loja deu à mulher todos os alimentos que estavam na balança e ficou em silêncio enquanto a mulher saía da loja."

Só Deus sabe o valor de uma oração. 

Nada mais a ver com o texto, só minha observação: vamos rezar e esperar que sejamos ouvidos. 
Estamos em uma situação de caos, onde só a fé poderá nos levar adiante.


Aécio foi, sim, vencedor.

Aqui se vira mais uma página da história do Brasil.
Deixo alguns números, para que eu mesma possa lembrar bem, e para que meus netos conheçam um pouco do que se passou agora. 
São muito novinhos, um de 7 anos, uma de 6 anos, dois de 5 anos e um de 2 anos.
Esses, sim, não sabem de nada, inocentes.
E desejo que não sejam indiferentes à política, para saberem decidir o destino do seu país, sempre que este precisar.
Também não quero que sejam políticos nem militantes, basta que cumpram, como seus pais e seus avós, de ambos os lados, as suas obrigações de cidadãos.
Não acho que Aécio perdeu.
Perdeu quem não votou, quem não exerceu este que, acho, mais do que um dever é um direito, o de votar.
Eu votarei enquanto puder, mesmo que um dia o voto não seja obrigatório.
Não perdeu um homem que passou por tanta humilhação e conseguiu uma votação tão expressiva.
Não perdeu o homem que o próprio estado rejeitou, mas sua cidade o elegeu.
Os números estão aí, e de nada adianta contestar.
Somos 142 milhões de eleitores.
54.499.901, significando 51,64% foram votos para a vencedora.
51.041.010, significando 48,36% foram para Aécio.
O candidato perdeu em MG, 47,59% a 52,41%. Diferentemente do que pensam, ele venceu em sua cidade natal, Belo Horizonte: 64,27% a 35,73% . Pelo menos nós, que aqui moramos, não nos envergonharemos.
Foi o candidato mais bem votado em todas as disputas que o PSDB teve, até hoje. 
Chorumelas, o importante é ganhar, né? É. Que pena que não foi assim...
Deixo aqui o link do discurso da presidente, para que você realmente o leia e possa cobrar, palavra por palavra.

http://oglobo.globo.com/brasil/leia-integra-do-discurso-de-dilma-rousseff-14369830

Da minha parte, digo que estou triste e decepcionada.
Só posso viver aqui, mas se fosse de outra maneira, iria embora o mais rápido possível, levando minha família comigo.
Não quero um Brasil dividido, somos um só povo e respeito a cada um que acredita nela e votou para que ela ganhasse.
Mais uma vez deixo um post fechado a comentários, porque só vim registrar os números, não adianta mais discutir sobre o assunto.
A cada dia de bom governo, quero vir aqui contar o que houve.
Para cada ato desvairado dessa turma, quero vir aqui deixar o registro.
De que vai adiantar? Não sei, talvez apenas o desabafo me ajude.
A sorte está lançada.
Deus seja louvado!
(Posto aqui um mapa, que achei bem bonito, equilibrado, e fico pensando...Por um "tiquim" de nada...
 

Força, Aécio!

Comentei numa postagem esta tarde, no Facebook:
"Pela minha saúde, parei, nem que seja por hora. O jogo está sujo demais, ofensas pessoais não fazem parte de campanha. Isso fica a cargo dos jornais, noticiarem e o povo acompanhar, mas na hora do debate tem que ser proposta de governo e só." E reforço com o banner que já coloquei hoje, aqui."
É isso, gente. Chega de acusações pessoais, nada temos com o que o homem seja, mas com o que o estadista será. Ninguém é santo, ninguém pode atirar a primeira pedra.
Aécio Neves não tem que rebater sobre o que fez no passado, sua vida particular não está em pauta.
Nem sua vida pública, anterior a hoje.
O que vale é o que fará, de agora para a frente.
Não voto nele para retaliar o PT, não voto nele contra Dilma, voto nele porque acredito que é hora de  mudar e tentar outra linha de governo, com mais escolas, mais hospitais, menos obras faraônicas, mais estradas bem pavimentadas, mais transporte público de qualidade, mais médicos sendo respeitados e em condições dignas de trabalho, mais empregos, menos cabides deles.
O fato de Aécio querer sua irmã perto dele não me afeta, ela é competente e isso não configura nepotismo. No post anterior eu falei do que é nepotismo.
Algumas pessoas me criticam por me explicar muito, bem a propósito:
"Nunca se explique. Seus amigos não precisam e seus inimigos não vão acreditar" (Autor desconhecido)
Não estou me explicando, só gosto de esgotar um assunto, quando ele me incomoda.
Perda de tempo? Todo mundo já tem sua opinião formada?
Tomara, e também que todos nós estejamos certos.
Que vença quem for o melhor para o Brasil, é tudo que eu quero.
Se D. Dilma ganhar, estará bem convicta de que cumprirá tudo o que prometeu.
Se o Sr. Aécio ganhar, tem que fazer as mudanças que o Brasil precisa, principalmente recuperar o dinheiro todo roubado e entrar com um pedido judicial para que Cuba nos devolva tudo o que foi para lá, em documento secreto, que não passou pelo crivo nem dos deputados, nem dos senadores.
Como não acreditar que cada um de nós quer o melhor para o Brasil e acredita em seu candidato justamente por isso?
Como não entender que a vida pessoal de alguém pertence a ele e um ou dois episódios isolados não fazem de alguém um monstro?
Quantas vezes presenciamos o ex-presidente Lula visivelmente alterado pela bebida, em aparição pública?
No que isso interferiu nas decisões dele, que certamente não foram tomadas em uso de bebida no horário de serviço? O que ele fazia no palácio ou onde estivesse, fora de suas funções, não é da nossa conta.
Que cada um pague na justiça o que fez de errado, não é da nossa conta a vida pessoal de nenhum candidato. A menos que ele seja, comprovadamente, o que não é o caso de ninguém em questão, um arruaceiro, um bandido, um mau-caráter. O mais, que faz parte do cotidiano de cada um, não nos diz respeito.
Como a D. Dilma andar com o neto sem a cadeirinha nem o cinto de segurança, num carro. Quando li a notícia, achei que não era da  minha conta, ela é que tinha de se explicar e nem apontei o dedo para ela.
Cabia a ela se explicar, não a mim condená-la.
Se o Sr. Aécio bateu na namorada, dirigiu com carteira vencida, não quis fazer o teste do bafômetro, isso é problema dele, não afeta como ele é no trabalho, que tem que desempenhar bem.
Então, aprovo tudo isso? Claro que não e vc que me lê sabe disso.
Mas não afeta o que espero dele, como presidente. Acredito que ele, agora, aos 54 anos, nada tem do playboy de 20, 30 anos. Se não me engano, se as notícias não são mentirosas, a moça com a qual ele se desentendeu numa briga em casa noturna é a atual mulher dele. 
Isso reforça a máxima de Nelson Rodrigues, de que "mulher gosta de apanhar"? Ou melhor, "Nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais"?
Você, mulher, que me lê agora, aceita essa frase?
Então, como apontar o dedo para alguém, baseado em um erro de momento, do qual talvez a gente se penitencie a vida toda e jamais se vê livre?
Eu não sei no que vai dar, mas acredito no Aécio.
Desacredito na D. Dilma, porque o governo do PT aprovou:
"Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." (Abraham Lincoln)
Enquanto ele não me decepcionar, continuarei a acreditar.
E enquanto eu quiser, vou continuar dando minha opinião, sem ofender a ninguém, pessoalmente, porque não podemos "tomar as dores" dessas pessoas públicas, nós somos à parte, cada um sabe de si.
"O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida: - Senhoras e senhores, eu sou um canalha." (Nelson Rodrigues)
 Não aceito nem "desculpo" (afinal, quem somos nós, para julgar?) nada do que dizem do presidenciável, mas ainda penso que aqui se trata do homem público, não da vida pessoal dele. 
Abomino toda e qualquer violência, seja contra quem for, até a um animal, e sou totalmente a favor que sigamos leis, regras, normas, etc.
Tenho minha vida ilibada, à prova de qualquer investigação, mas ainda assim, acredito que somos passíveis de erro e não queria ser julgada por um momento de desvario que cometesse, pelo que eu pagaria na justiça, na de Deus e na dos homens, mas queria uma segunda chance, que todos merecemos.
Meu conselho a Aécio Neves é que não responda a provocações. 
A cada pergunta levando em conta sua vida pessoal, apenas responda que a justiça se encarregará de julgá-lo, e que sua proposta de governo é......................................................................
 Debate justo, pelo bem do Brasil.
(E hoje, 19/10/14, pela Rede Record, o debate foi limpo, a vida pessoal do candidato não foi posta em pauta).
 

Amigos, amigos. Eleições à parte.

 Tenho me excedido nas postagens sobre as eleições, de pura indignação quanto aos candidatos, embora já definida minha posição. Não sei ficar sem me manifestar e posso garantir que não desfiz amizades por causa disso, coisa tão irreal de pensar e que tem acontecido. Guardei o texto da Ana, minha amiga, uma moça de 22 anos, altamente capacitada para falar sobre qualquer assunto, uma querida, que leva a vida a sério, e aproveita muito, tanto para se divertir quanto para cuidar do seu futuro. Eis o texto, que ela não quis guardar em seu blog, que está meio parado, por falta de tempo mesmo, pois ela trabalha em dois empregos e estuda à noite. Tudo por esforço dela e dos pais. Não ganha nada do governo.

"Ok, me abstive ao máximo de me pronunciar sobre as eleições. No meu Facebook tem eleitores de todos os gêneros: os fanáticos, os que só reclamam de tudo, os que só acusam e ironizam o adversário e aqueles que eu realmente respeito e considero ainda mais, os que se ocupam meramente de expor os lados bons do seu candidato e, no máximo, fazem alguma piadinha sobre o adversário que está longe de subentender "os eleitores deles são os problemas do universo". 
Antes que perguntem meus votos, já digo que não sou uma pessoa politizada. Não acompanho, de modo geral, política. No geral analiso tudo pela postura dos políticos diante de pontos que me interessam, como educação. No fundo isso é só resultado do meu modo individualista de encarar o mundo. Sou das que acredita que mais vale tentar fazer boas ações no dia a dia do que esperar que, de um dia pro outro, alguém torne essas boas ações leis. Pra mim mudar a nós mesmos aos poucos tem mais futuro do que esperar que políticos resolvam tudo, afinal políticos são pessoas e todo ser humano tem seu lado bom e ruim, os quais são classificados de acordo com a vivência, experiência, cultura e crença de cada um.
Enfim, o que me faz escrever agora é ver amigos se estranhando por política. Na blogosfera tomei um hábito: comentar só no que me agradava. O mesmo faço em relação a música e literatura: espalho aos quatro ventos o que gosto até enjoar todo mundo e me abstenho de comentar o que não gosto. Sigo a mesma lógica no Facebook.
Esse é um espaço pessoal de cada um, para cada um pôr suas ideias e opiniões, acho desnecessário que alguém que se oponha a uma postagem vá lá discutir com seu autor. E, pior, discutir coisas que, de modo geral, nem têm relação direta com o que foi dito.
Ler A, entender B e discutir C. É como futebol: acho que se idolatra e se odeia seu time só ao lado de seus companheiros de torcida; que se faz piadas inofensivas só para quem sabe levá-las na brincadeira e quando se sabe fazer de forma dosada; mas que jamais se vá implicar, menosprezar ou ironizar ininterruptamente com o adversário. Isso pra mim é falta de respeito e de não ter o que fazer na vida. É o tal de "trate os outros como gostaria de ser tratado". Desculpa, mas se alguém quer ser atormentado com discussões sem fundamento a todo momento, é alguém em busca de atenção ou outra coisa do gênero.
O que estou pedindo é o mínimo de respeito às opiniões e aos espaços individuais de cada um no Facebook. Têm opiniões diferentes? Legal. Se sabem debatê-las respeitosamente (o que eu entendo por ouvir e refletir sobre a opinião do outro), o façam. Se não sabem, se calem. Não se estraga amizades por causa disso. Não fiquem colocando candidatos em pedestais - eles são humanos e, consequentemente, não-perfeitos; também não fique ridicularizando e ironizando o adversário - afinal, se ele não é bom pra ti, em algum momento da vida deve ter feito algo de bom por alguém, e se não fez, ele merece o mínimo de respeito, afinal só se cobra respeito alheio quando se tem respeito pelos outros.
Encerro com o que me disseram várias vezes na minha época de fanatismo futebolístico: "Por que toda essa energia e exaltação por causa de um time? Por que essa violência (e aqui me refiro à violência moral)? Por acaso estão te pagando algo pra isso? Tu acha que pra eles vai fazer alguma diferença que tu se mate ou perca um amigo por eles? Não. Torça, tudo bem, mas a vida não é só futebol, então não viva à base dele."
Ana Seerig - 16/10/14

E, é isso. Não vou brigar nem criar inimizade com ninguém, cada um tem sua crença, sua convicção em seu candidato. 
Como digo sempre, quero que ganhe aquele candidato que realmente esteja sendo sincero e leal com seu eleitor e que governe para o povo.

Aécio ou Dilma?

"Na verdade, não temos muita escolha...Não me sinto segura pela posição tomada, mas também não ficaria em cima do muro. Jamais deixaria de usar o meu DIREITO de votar. Votar em branco, anular voto, não é exercer a cidadania. Não sou pessimista, acreditei e ainda acredito, mas ninguém conseguirá levar o Brasil pra frente se não for a par e passo com todo o povo, principalmente o contribuinte. Repito, nós pagamos as contas, eles têm que nos respeitar."
(Lúcia Soares, texto de 08/10/14)


O debate de ontem, (14/10/14) foi um desrespeito, um acinte à inteligência de qualquer um de nós, brasileiros. Não me senti segura com nenhum dos candidatos. O passado os condena, mas como viver do passado? Como não esperar que Aécio, aos 54 anos pense diferente e com mais lucidez do que aos 30 anos? Como ainda acreditar num (des)governo que está no comando há 12 anos e estamos no mesmo passo? 
Não vou "culpar" D.Dilma de nada, pois de uma pessoa que nem sabe se comunicar com clareza, sem "decorebas", que quando precisa pensar no que está falando se perde, gagueja, muda de assunto, entendo que há muita gente por trás, e gente mal intencionada, espero pouco dela . 
Falar que o PT não fez nada é ignorância nossa, pois está claro que ele fez  muita coisa boa e as ruins se sobressaíram porque foi muita bandalheira. 
Como se orgulhar de distribuir dinheiro aos menos favorecidos, sem dar a eles nenhuma melhora de vida? Como ignorar que há lugares nesse Brasil onde ainda faltam luz e água, itens básicos para qualquer vida? Política social é fundamental, porque somos um pais ainda com miséria, muita miséria, nem precisa ir a norte e nordeste, aqui em Minas temos uma das regiões mais pobres, que é o Vale do Jequitinhonha.
Como aceitar que uma emissora de TV mande num país?
Um debate sério teria que ser, no máximo, às 21h, para terminar às 23h, pois a massa dos cidadãos dorme cedo.

Quem se levanta às 5h, para dar aulas às 7, por exemplo, dorme no máximo às 22h. Não há como aceitar tantas pequenas coisas que, somadas, se agigantam.
Não dá para aceitar enganação da emissora que promoveu a contenda, com vídeo gravado, como se os candidatos tivessem chegando naquele  minuto e depois o próprio áudio dizendo que "o debate se iniciará às 22h15, aqui na..." e já eram quase 22h30, mas a outra emissora ainda não tinha liberado o horário, com sua novelinha de quinta.

Desde que leio e me interesso em conhecer o minimamente necessário de política, vivo a mesma situação. Nada se resolve por aqui e nos contentamos em ser sempre "o país do futuro".
Seria loucura não admitir todos os benefícios que o governo PT trouxe para o país. O que tirou o PT do páreo, espero eu, foi a corrupção gigantesca que se alastrou. As decisões primárias da governante, como a importação de médicos cubanos. Como se associar a um país como Cuba? Como acreditar em Chaves, de triste memória, em Moralez, ditadores de primeira linha, sem ter medo quanto ao nosso futuro? 
Como não entender, entra governo, sai governo, que um país se faz com pessoas fortes, pensantes, e a educação tem que ser prioridade?
Saúde é fundamental e também é natural, adoecemos, temos que ter atendimento médico e ponto.
Mas com educação, até as doenças são secundárias, porque mais informados podemos nos prevenir.
Como dar dinheiro, por 12 anos, a tantas família, milhões de assistidos, bilhões de reais, sem dar a essas famílias condições para melhorar, realmente, de vida?
Como não colocar crianças e adolescentes em horário integral nas escolas e adequar esse horário ao do emprego da mãe, para que ela busque esse filho e passe o resto do dia com ele?
Como exigir de patrões que eles paguem FGTS, creche, ônibus, plano de saúde para seu empregado domiciliar, como se fosse uma empresa? De onde tirar esse dinheiro?
É justo o trabalhador doméstico (empregada/o, faxineira/o, jardineiro/a, motorista) não ter o respaldo de um dinheirinho, se ficar desempregado? Não é, claro. Mas esse dinheiro pode vir do governo, de acordo com a contribuição de IR que o patrão tem. Por que ainda não foram votadas essas questões? Por que o governo vetou o desconto no IR sobre o salário pago ao empregado doméstico? Porque é um dinheiro grande que ele terá que deixar com os patrões, já tão cheios de encargos a pagar.
Mas ele é empregado doméstico por falta de oportunidade de ter estudado, na maioria dos casos. Ou por gosto mesmo. A minha última empregada me disse que não queria se "fichar", que tinha sido chamada para trabalhar num restaurante, mas não queria trabalhar aos sábados e domingos, nem à noite, nem com tantos descontos no salário, como viu que a amiga tinha. Trabalhando em casa, ela tinha o salário total, INSS pago sem desconto, ônibus pago integralmente por mim. Chegava às 8h, ou 8h30, ou 9h (sempre a cidade em engarrafamento...) e saía assim que acabava o serviço e como era esperta e "matava" alguma coisa, isso se dava quase que religiosamente, entre as 14h30 ou, no máximo, 15h. Enfim, culpa da patroa, também...
Isso, só para ilustrar uma situação pequena. Os problemas são outros, bem maiores, e todos passam pela educação.
Trabalhei em uma escola de Medicina, que tinha atendimento ambulatorial. A semana toda, filas grandes. Véspera de feridos prolongados, misteriosamente a fila se acabava...Ninguém para marcar consulta, afinal, a doença podia esperar o feriado passar. Nada justifica nossos postos de saúde serem precários, nossos médicos terem medo de trabalhar em regiões "perigosas", como nas comunidades mais pobres. Isso justifica trabalhar mal? Não justifica e nem todos trabalham mal, a maioria insiste em cumprir seu dever, mesmo com medo. Onde impera o respeito pelo ser humano, aí até o maior bandido vai se curvar ao bom profissional, que luta para salvar vidas. 
Há um desrespeito generalizado, todos estamos com "estopim curto", cansados de anos e anos de luta, dando murro em ponta de faca.
Não quero números, senhores presidenciáveis. Não quero saber o que passou, eu VIVI o que passou.
Quero saber é daqui pra frente. 
Quero ver o dinheiro aparecer, não ir para os bolsos dos mesmos.
Sim, porque enquanto tivermos Sarneys vivendo às nossas custas, Malufs, Genoinos, Dirceus, Pimenteis, Roris, Arrudas, Suplicys, Collors, Calheiros, Genros, Lobões, Cardosos,  e tantos tantos tantos, seja de que partido forem, todos farinha bichada, do mesmo saco. E o pior é que não há luz no fim do túnel quanto a políticos bem intencionados, porque o que a maioria quer é fazer sua vida, o país que se dane.
E não é só no Brasil, isso é universal e atemporal.
Mas ainda dizemos que "roubem, mas façam"!
Não quero citar números, pois não sou como D. Dilma, que os sabe de cor e nem vou parar para colar, mas sabemos que o Brasil recolhe bilhões ou até trilhões de impostos, até para respirar se paga, e para onde vai esse dinheiro? 
Cadê estradas? Cadê mobilidade urbana? Cadê bons ônibus, circulando pelas cidades, levando os cidadãos com conforto para o trabalho? Enquanto carros importados desfilam pelas ruas, principalmente em Brasília? E os ônibus da cidade são mais velhos e feios e descuidados do que os mais velhos e feios e descuidados de BH, que é onde vivo e de onde posso comparar? E de Brasília falo com conhecimento, pois tenho ido lá duas ou três vezes por ano.
Qual a vantagem de tanto concurso público, inchando a máquina administrativa, salários altíssimos para cargos de segundo grau, embora a escolaridade exigida seja a de terceiro...
Se eu fosse concursada, se meus filhos fossem concursados, garanto a vocês que eu pensaria diferente, porque certamente estaria cumprindo fielmente meu dever, que seria o de atender bem à população, com agilidade e habilidade, sem emperrar nada, sem burocracias inúteis. E cada um com esse pensamento, tudo andaria bem.
E sobre empregar parentes, jamais vi entrave nisso, desde que o parente seja competente!
Se eu tenho uma obra para fazer na  minha casa, vou procurar o rapaz que me atendeu, há 3 anos, me satisfez, por sua dedicação e competência. Se meu filho resolve aprender tudo sobre obras, faz tudo com seriedade, bom preço, dedicação, só vou chamar a ele, quando precisar, não?
"Nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos."  Atentem para o negrito. 
Claro que não falo de contratar pessoas sem qualificação para o cargo e nem às dúzias, mas se houvesse transparência quanto ao que estava sendo feito, e bem feito, não deixaria motivos para especulações primárias.
O Brasil ideal é o Brasil sem corrupção, isso é fundamental, pois precisamos do dinheiro para realizar obras, aplicar na saúde, na educação, investir em fábricas, para gerar empregos.
Precisamos acreditar que agora a coisa anda, porque não somos mais bobos, não vamos fazer vistas grossas às bandalheiras, vamos fiscalizar cada centavo aplicado em obras públicas.
Vamos? Hã?
Poucos vão ter paciência para ler, muito ainda tenho a falar, mas minha barriga dói, de tanta indignação!
Empolgo-me porque acredito.
E, a favor de D. Dilma, ela tem razão ao dizer que pessoas estão presas, atualmente, por conta da roubalheira, e que em outros governos isso não se deu, estão todos soltos. 
Acredito também que ela não esteja envolvida nessa sujeira, no sentido de ter embolsado dinheiro, mas foi conivente, pois sabia de tudo e nega isso.
Dou um crédito a ela, quando diz que não é corrupta.
Mas foi terrorista, não idealista. Foi partidária do comunismo, atirou bombas, usou armas, invadiu prédios públicos, participou de assaltos, e se tudo fosse em nome dos pobres e injustiçados, até seria perdoável, mas foi por sede de poder, por diletantismo, pelo momento, pela coragem em agir (mesmo que para o mal),talvez até pela pouca idade, se deixou influenciar, mas para mim os fins não justificam os meios. 
E, por pensarem assim, e acreditarem que foi isso que Maquiavel disse, sendo que ele NÃO disse, muita gente ainda acha que política é isso e estamos conversados.
Minha indignação é enorme e sei que de nada adianta só me indignar. 
Quero um Brasil justo, onde a violência seja erradicada, pois isso é possível, com educação e oportunidades. Ninguém nasce bandido, embora muitos queiram se tornar um e mesmo que tivessem educação formal, escolar, e de berço, a fundamental, ainda assim iriam para o lado do mal.
Porque o mal é inerente ao ser humano, assim como o bem, e são escolhas que fazemos que determinam nossa vida.
Não é agora, com o PT, que o pobre teve acesso à faculdade, isso é horrível de ler e as pessoas acreditarem. Talvez hoje as oportunidades sejam maiores até porque há mais faculdades, que estão formando alunos sem condição nenhuma, ou pouquíssima, de se tornarem bons profissionais, justamente pela má qualidade das mesmas. Um diploma agora não é mais garantia de bom emprego, de carreira digna. Mesmo porque, é preciso fazer uma pós-graduação imediatamente, e depois outra...e outra...
Quem quer estudar, quem quer trabalhar sério, quem quer fazer, faz. 
A maior base que temos é a família e onde ela está? 
Cadê pais para educar filhos?
Cadê estabilidade familiar, para que as crianças não fiquem como joguetes entre pai e mãe, numa briga pelo pátrio poder?
Cadê planejamento familiar, para que meninas de 9 anos não engravidem, algumas do próprio pai, ou de um irmão, ou de um vizinho, que se aproveitou porque a criança fica sozinha em casa, porque a mãe tem que trabalhar, porque...porque...porque...
Tantas questões, que não dependem de quem governa, mas de cada um e todos juntos pela mesma causa, que seria o bem comum. Onde tudo está bem, cada um cuida melhor de si.
Quanto mais eu escreveria, sem que fosse para malhar com ferro frio?
Primeiro, quem leria um texto enorme assim? rs
À medida que vou escrevendo, vou me acalmando.
Tanto caso para contar, de pessoas sem muitos recursos, que moram de aluguel, ou em lotes comparados "de a meia" com pais, irmãos, cada um fazendo um barraco simples, mas digno? 
E, essas mesmas pessoas, trabalhadoras que não dependem de nenhuma bolsa, vão à luta, acham natural se esfalfarem no trabalho para dar um tênis de 600,00 para um filho de 16 anos, um galalau, que não pode trabalhar em nada, porque é "de menor". E estão atrasados na escola, mal sabem falar, que dirá escrever, e se habilitar para um emprego..
Mas nem tudo "é culpa" do governo, claro que não.
Não falei da luta da mulher pela vaga no mercado de trabalho, o que a desviou da vida familiar mais efetiva; não falei de negros, pardos, homossexuais, especialmente, porque falei para todos, seres humanos, onde eles se incluem.
Não acredito em cotas, em privilégios, acredito em assistência verdadeira e obrigatória, pelo Estado, para que todos, todos mesmo, tenham uma vida pelo menos digna.
Não falei do produtor rural nem daquele meeiro que tem a sua alimentação vinda da terra e, sem estudo, não tem a mínima ideia sequer de que há uma outra vida, com água, luz, calçado, roupas decentes, geladeira, chuveiro elétrico...
Nem dos pescadores, que se arriscam pelo mar afora, ainda noite, para pescar o peixe, o camarão; nos mangues, os caranguejos, tudo vendido a peso de ouro nos mercados, mas eles mesmos ganham ninharia...
Tanta, tanta, tanta coisa a ser feita, que desespera pensar.
E este é um post sem comentários, porque acho que todo mundo pensa igual a mim e deseja só o bem para o Brasil. E vai ficar em aberto, para eu vir colocando o que quiser, na medida da minha indignação ou da  minha satisfação. 

Ontem, 16/10/14, outro debate, agora no SBT. Outra decepção, mas a confirmação de que Dilma não dá mais!