Manual para a vida / Parte 4

O texto que recebi por e-mail e que virou esse "manual", em 4 postagens, hoje se completa.
A Parte 1 abordou a saúde, como devemos cuidar bem dela, para ter qualidade de vida.
A Parte 2 abordou a personalidade, como lidar com nosso jeito de ser.
A parte 3 mostrou como viver bem em sociedade e agora, vamos falar da Vida em si, como encarar o dia a dia. E como venho dizendo, se realmente fosse um manual, onde bastaria abrir a página, ler e aplicar uma lição, seria fácil demais.
Para viver bem, é preciso "andar na linha". fazer o que é correto. Socialmente correto, seria isso? Não. Para mim, fazer o que é correto é ...fazer o correto. 
Não há meio termo, não há maneira de encarar, o que está estabelecido que é o correto, tem que ser seguido. Para mim é fundamental, senão a vida seria um eterno "samba do criolo doido". (Ops! "Samba do afrodescendente com problema mental". Melhor assim.)
  (Uma das maiores provas de que o correto tem que ser respeitado, pois cada um precisa do outro, em sociedade)
 E a palavra de ordem parece ser o desapego. Então, a mensagem é de que precisamos nos desfazer de tudo que não nos seja útil, nem bonito, nem alegre. Ok, quanto ao útil e ao alegre, temos que nos desfazer do que não nos faz bem. Mas, quanto ao "bonito", qual o parâmetro que se usa? O bonito para mim, pode ser feio para você, e vice-versa. Entendo por "bonito" manter algum objeto, móvel, utensílio, etc. em bom estado, esteticamente perfeito, o que, se visto por esse lado, está certo. Cuidando do que se tem, mesmo o desgaste normal de uso é percebido e consertado.

Para mim, que creio, a fé é fundamental e precisamos ter em mente que  Deus tudo cura. O que é absolutamente confortador. Embora nem sempre fácil de perceber. E como religião é uma seara delicada, não me estendo.
 Para viver bem temos que ter em mente que os dias se sucedem, numa ordem natural, e que nunca é igual ao outro. Por muito boa ou má que a situação seja, ela mudará. Sempre pensamos que as fases ruins são grandes e as boas duram minutos, mas a vida é bastante equilibrada e se vai mal o tempo todo, tem que ser revista. O que não adianta é só lamentar, sem sair do lugar. Fases boas e fases ruins, ou não tão boas, são o normal da vida. Ninguém vive em "um mar de rosas", por mais que passe essa impressão. O que acontece é que há pessoas que não fazem tempestade por tudo, sabem enfrentar os problemas, encar a vida com fé e sabedoria, não deixando que a parte ruim seja maior do que a boa.

 Por isso, não interessa como se sente, levante-se,  arrume-se e apareça. Essa é a tônica do bem viver. Tem um pensamento antigo, daqueles que a gente nunca se esquece e nem sabe onde leu, desde mocinha eu o repito: "Sorria, que o mundo sorrirá contigo; chore, que o mundo rirá de ti".  Por mais duro que possa parecer, é isso mesmo, ainda mais em nossos dias, onde o individualismo tomou conta.

Tenhamos em mente que o melhor ainda está para vir. Tudo tem seu tempo certo, basta lutar e muitas vezes, apenas esperar. 
Por isso tudo, quando acordar pela manhã, agradeça a DEUS pela graça. O dia está ali, à sua frente, prontinho para ser vivido e por isso se chama "presente", está sendo lhe dado e cabe a você saber conduzí-lo.
Mantenha seu coração sempre feliz,  por mais que lhe seja difícil. 
Embora às vezes me pareça que temos o destino traçado, lutar é preciso.
 E, por mais difícil que possa ser, sempre há nuvens no céu, sempre o sol se levanta e se põe, sempre vida chegando e gente se indo, sempre as horas se sucedem, inexoravelmente e ficar parado, olhando a vida passar é tudo o que não podemos deixar acontecer.
Viver bem depende de nós, mas não custa abrir um "Manual para a vida", às vezes escrito por um visionário, e encontrar uma luz no fim do túnel.
Sempre há.    
(Imagens retiradas do Google) 

Máscaras

Em maior ou menor escala, todos somos inconstantes. Não somos?
Nem sempre estamos alegres, nem sempre estamos felizes, nem sempre estamos calmos, nem sempre somos compreensivos, pacientes, amigáveis, tolerantes, etc., etc.
A vida é mesmo como uma roda-gigante, onde um dia estamos num banquinho lá em cima e numa volta apenas cá estamos, embaixo.
Para quem sabe lidar com isso, fica fácil. Para quem gosta de tudo nos mínimos detalhes, é sempre cansativo.
Como lidar com nossas idiossincrasias? (característica comportamental ou estrutural peculiar a um indivíduo ou grupo). Cada um é um e, tendo que viver em sociedade, o impacto sobre nossas emoções é sempre grande.
Para mim, nada somos sem a saúde. É nosso bem maior. Por mais que tudo seja difícil, quando nos levantamos da cama com entusiasmo, força, fé, o dia se ajeita. 
Quando lutamos pela saúde, estamos frágeis, vulneráveis, incompletos.
Uma mente que não está bem, fragiliza o corpo.
Não adianta lutar contra moinhos de vento, quixotescamente. A realidade é...real.
Tapar o sol com a peneira é impossível.
Viver num mundo globalizado tem vantagens e desvantagens. 
Ando percebendo mais desvantagens. Nem sempre precisamos saber tudo, em tempo real. Há notícias que têm que ser "digeridas" e não se está dando tempo para isso. E debate-se, cada um com a opinião mais correta possível, prende-se, arrebenta-se e...amanhã, o que aconteceu mesmo?!
Não gosto do andar da carruagem.
Era mais feliz quando vivia menos informada. 
Parece contraditório, já que sou tão ligada em tudo. 
Mas cansa-me a verborragia, estamos todos meio adoecidos, bombardeados por todos os lados, na mira de uns e outros, que amanhã nem "Bom dia!" nos darão.
Por isso tanta máscara. Tanto riso, tantas lágrimas, tantas dores, dissabores.
Temos que fazer coro com o assunto do momento, que pode ser um livro, uma blogueira perseguida, um gatinho perdido, um cachorrinho precisando de um lar, alguém que sumiu, um bordado delicado, uma flor colorida, uma paisagem de fim de tarde, uma mesa de café da manhã lindamente montada, um político corrupto novamente no poder, chuva, inundações, fogo, mortes e mil informações, relevantes ou não. E números, números, números. E numerário.
Ando devagar, já tive pressa.
E, na minha inconstância, vou cuidar de mim.
(Gosto quando faço postagem meio louca, começando com um assunto e acabando...sem nenhum. Gosto de uma imagem que não me diz nada do texto, mas me inspirou). Sou normal. Inconstante. Maré.

Os Estatutos do Homen

Amadeu Thiago de Mello, mais conhecido apenas como Thiago de Mello. Poeta brasileiro, nascido em Barreirinha (AM), em 1926, onde vive hoje, depois de muitos anos exilado pela ditadura.
Não li toda a sua obra, mas gosto, particularmente, desse Estatutos.
 Os Estatutos do homem

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e que de mãos dadas,trabalharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a transformar-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem nunca mais precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único: O homem, confiará no homem como uma criança confia em outra criança.
Artigo V
Fica decretado que o homen será livre do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a esperança será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica decretado que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura humana.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs que vão chegar. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida de todos os dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, ou como a semente do trigo e a sua morada será sempre o coração do homem.

Santiago do Chile, abril de 1964

(Thiago de Melo viveu anos exilado, por sua luta pelos direitos humanos. Viveu no Chile, Argentina,  Portugal, França e Alemanha.)

(O vídeo mostra uma inversão nos Artigos II e III, algumas palavras modificadas e um Artigo que este texto não contem, seja porque ele inseriu ali, na hora, seja porque o Google só trás essa versão).




Manual para a vida / Parte 3

(Lembrando - e, se não falei, falando agora - que as partes em negrito que coloquei nos posts (aqui e aqui), e neste, fazem parte de um texto que recebi por e-mail, há uns meses. Apenas desenvolvo cada item com minhas palavras).

Agora, falando na parte social. Como viver bem em sociedade, já que não somos mesmo uma ilha e por menos que queiramos conviver, algumas regras são indispensáveis. 
Claro que ninguém precisa seguir nada. Como disse nos outros posts, a vida podia vir com manual, mas eles servem só de direção, não quer dizer que tenhamos que seguir totalmente, senão perde a graça.
A graça de viver com espontaneidade, muitas vezes "desrespeitando" , mas nunca a ponto de desorganizar.
                                        (Tela de Tarsila do Amaral, "A Família")

Assim, é recomendado estar em contato com sua família, por menos que a ideia não lhe seja agradável. A respeito de família, há um livro excelente chamado O Arroz de Palma, que tem um texto ótimo sobre o que seja uma família. Muitas vezes não são as pessoas com quem queremos conviver, mas são a nossa base, mostram aquilo que é herança, o que não arrancamos de nós. Minha família, por ex., grande e cheia de problemas, é a minha. Não vim nela por acaso. Não a troco por outra, por mais que possa admirar outras.
 Outra máxima para o bem viver é saber doar-nos, oferecer algo bom diariamente. O que não significa dar, materialmente, mas pensar que temos sempre algo a oferecer a alguém. 
Um sorriso, pra começar o dia. Um Bom dia!, um Boa tarde!, Por Favor, Obrigada, Com licença, sendo o mínimo
Nem é regra de boa convivência, é regra de educação primária. Conviver implica exatamente em termos boa educação, para sempre saber nossos limites. 
Na vida, sempre menos é mais. Só podemos extrapolar em alegrias, fineza, atenção ao próximo.
 Um ponto sempre polêmico: perdoar a todos, por tudo. Acho que esquecer o mal que nos fazem, ignorando a pessoa, reflete melhor o ser humano. Não é que não possamos perdoar, mas há que saber a quem e como perdoar. Envolve nossa emoção, nossa convicção. Se não sei maltratar, não sei perdoar o maltrato. Definitivamente, fico "ferida de morte" por qualquer maltrato a mim.

                        (Netos, eterna paixão, renovação da vida)
Passe tempo com pessoas acima de 70 anos e abaixo de 6 anos é uma regra que não me diz nada, absolutamente. Nem sempre a companhia de uma pessoa mais velha é agradável e nem sempre estar com uma criança é bom. Depende muito do que têm a oferecer e do que temos para dar.  
Ninguém é legal nem sábio só por ser mais velho. E estar com uma criança demanda disposição, tempo e paciência (que pode se esgotar no momento seguinte). 
Obviamente pensando que estar com eles (um idoso ou uma criança) não seja parte da nossa rotina, pois sendo, temos mesmo que estar dispostos o tempo todo, ainda que precisemos dos nossos momentos de lazer. 
Pra dizer melhor, nem falemos de pessoas com idade X, pois muitas vezes uma pessoa mais velha é mais jovial que muitas pessoas de 20 anos. Nunca associei idade a atenção diferenciada. Todos temos que ser bem aceitos, o tempo todo, desde que sejamos agradáveis de conviver.
No meio de qualquer conselho, sempre vem o lembrete que devemos sorrir, sorrir muito.
 
 (Samuel, aos 5 meses)
Quanto a vivermos em constante preocupação sobre o que pensam de nós, consigo entender. Não lhe diz respeito o que os outros pensam de você!  para mim, não vale como regra. O dia em que realmente acreditar nisso, estarei realizada. Para mim é fundamental uma boa aceitação, não por ser eu, mas por ser alguém que sempre faz de tudo para ser legal.
 O mais necessário é estar em contato com quem realmente importa, pois  ninguém fica ao nosso lado, a não ser um verdadeiro amigo, e nada espera por nós, se não estivermos bem conosco mesmos. Cultivar boas amizades, saber com quem lidamos, a quem nos entregamos emocionalmente, é fundamental para que evitemos decepções. Só um amigo (que pode ser também um familiar, sempre separamos "amigos" de "família", como se um familiar não pudesse ser o melhor amigo) pode nos dizer coisas que não saberíamos ouvir de um simples conhecido.
Por isso é tão importante saber nos cercar de pessoas que realmente façam a diferença em nossa vida. 


(Fotos Google e Facebook).

Manual para a vida / Parte 2

Para bem viver, temos que pensar na saúde, sempre em primeiro lugar, prestando atenção no que levamos para dentro do nosso corpo, não nos esquecendo que sorrir, caminhar, ajudar ao próximo, são boas práticas para a vida.  
Aqui você lê a primeira parte.

Hoje falo do bem viver quando tratamos de nós mesmos, da nossa personalidade.
O ideal é viver nossa vida, sem nos compararmos com outras pessoas. Vamos esquecer que a grama do vizinho é mais verde, porque pode ser apenas impressão nossa. 
Não sabemos o que vai no coração de alguém e imaginar que a pessoa é melhor que nós nem sempre corresponde à realidade.
 Temos que viver a nossa vida, com pensamentos positivos e tomando decisões que possamos viver plenamente, sempre focando que a vida é nossa e não temos que dar satisfações a ninguém do que fazemos dela, desde que, também, não prejudiquemos quem vive a nossa volta. 
Tudo tem limite e precisamos saber até onde chegar, o que queremos realmente para nossa vida, tendo sempre o controle sobre ela.
 É preciso dar leveza à vida. Deixar a alegria tomar conta, a bagunça se instalar, um horário ou um trabalho fugir do combinado, enfim, não levar a vida a sério demais, para alguns momentos ou situações.
 Sonhar, não perder as ilusões, deixar que a idade seja esquecida e vença o emocional, o lado criança, a alegria. Não odiar, não invejar, não viver do passado, perdoar, são preciosidades. O contrário nos puxa pra baixo, nos sufoca, agride mais do que alivia.  
 A vida é um eterno aprendizado e temos que vivê-la plenamente, sempre respeitando nosso meio social, nosso trabalho, as amizades, a família.

 As discussões por qualquer motivo, o querer sempre ter razão, atrapalham a vida, tornando-a mais pesada, menos alegre. Quando alguém não concorda, muitas vezes pode-se aprender com a opinião contrária.
 Um traço da personalidade que se tem que encontrar, se não o temos, é o de ser aberto à alegria, encontrar motivo pra sorrir e rir, encontrar momentos para gargalhar, fazer da vida uma grande festa, mesmo sabendo que há momentos que poderão nos exigir a seriedade necessária a ele.


 Viver é intuitivo, afinal.
Se tivesse manual e fosse só estudá-lo, compreendê-lo e colocá-lo em prática, seria bem mais fácil!
Mas também, seria mecânico, sem graças, padronizado.

(Fotos do Facebook)