Mostrando postagens com marcador Dias da semana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dias da semana. Mostrar todas as postagens

Domingo de calmaria

Domingo era o Dia do Senhor. E a melhor manifestação era ir à missa, para os católicos.  Ainda é, para muita gente, mundo afora. Mas não para mim. Quando começaram as palmas, os abraços, os discursos, desencantei-me. Coincidiu que era mais velha, já tinha entendido que Deus se encontra em nós mesmos. Que para tê-Lo não precisava estar em um lugar específico. Mas entendo que é necessário, também. Porque um templo nos acolhe, nos deixa ali, "trancados" com Ele, mais intimamente.
Estou escrevendo e ouvindo o quarteto Il Divo, que me inspirou. Alguém com estas vozes não podem ser senão obra de um ser especial, dadivoso. E as músicas, que inebriam.

Não esquecendo que uma orquestra assim valoriza qualquer apresentação.
O que importa, nesse post, é que a música me inspirou a pensar no início do meu blog.
Disse que escreveria para que meus netos me lessem, um dia, e me conhecessem. Mas não ando fazendo nada disso. Claro que tudo que postei até hoje é parte de mim.
Um texto que leio e me agrada, ou não.
Uma frase que escrevo, uma imagem que posto, tudo reflete um pouco do que sou.
Só preciso cuidar para não me deixar envolver pela tristeza, pois esta não faz parte de mim. Por isso deixo de escrever mais sobre mim, para não cair no lugar comum e também, claro, para não me expor desnecessariamente.
Não douro a pílula, a vida é, sim, a maior parte do tempo um porre, mas a gente dá conta.
Há quem ame e quem odeie os domingos. Acho que faço parte da turma do "tanto faz".
Namorei com namorado e noivo à distância, só nos víamos nos finais de semana. Então, domingo de manhã era a glória, pois ia ficar o dia todo com ele. E domingo à noite era o desespero, pois ele iria embora e só daí a 6 dias nos veríamos de novo. Mas passou, como tudo passa.
Domingo é dia de moleza, de passeios, de uma comidinha mais caprichada, ou um passeio e almoço fora.
Domingo é dia de parar e pensar, programar a semana, mesmo que venha o destino e desprograme o que quiser.
A bem da verdade, domingo é dia de nada. Com força.
Depois vou contar a história desses meninos que formam, esse sim, um quarteto fantástico.


À espera da sexta-feira



 Não entendo a espera frenética que as pessoas andam tendo pela sexta-feira.
Parece que a vida fica em suspenso, só esperando pelo fim de semana. Claro que há brincadeira no meio mas,...há?
Namorei "de longe", com encontros só nos finais de semana e aí, claro, sonhava com a 6ª feira. Ou talvez fosse porque era jovem e queria que o tempo corresse, como sempre querem os jovens.
Não faz  muito sentido querer que os dias passem rápido, pois é sabido que o fim de semana passa mais rápido ainda. Trocar 5 dias por 2 me parece tolice.
Claro que há toda a problemática de se acordar cedo demais, para o trabalho ou para a escola, enfrentar ônibus, trem, metrô, cheios de gente mal-acordada e, portanto, mal-humorada. No inverno, sair da cama quentinha é mesmo uma tremenda injustiça para conosco.
Agora que meus dias são cheios de horas, fico deveras preocupada pelo que parece ser o "não-viver" das pessoas, só querendo o descanso do final de semana.
Não temos, pelo menos nas grandes cidades, o hábito de sair do serviço, num dia qualquer, e emendar com um cinema, uma visita a uma exposição, uma parada para um café ou um encontro com  amigos. 
Claro que há os famosos "happy hours", mas não é todo mundo que adere, seja por não poder mesmo ficar na rua, seja por falta de condições de torrar o dinheiro num bar, jogando conversa fora.

 O fato é que o fim de semana, para alguns, pode ser o período do sufoco, com casa para limpar, crianças para olhar com mais atenção, trabalhinhos escolares a fazer, visitas em casa de parentes, para uns quase obrigatoriedade.
Acho que o principal do fim de semana é o não fazer nada com tempo marcado, é ter tempo para o nada, apenas deixar as horas passarem...e ver chegar o domingo à noite, tão alegre para uns e tão melancólico para a maioria.

 Cada dia tem que ser vivido ao máximo, esgotado em suas horas.
Há beleza numa segunda-feira, mesmo vista pela janela embaçada do trem, do ônibus ou do metrô. Ou do carro, que seja, com o trânsito caótico de cada dia.
O pulo do gato é pensar que cada dia é um bem em si mesmo, pois estamos vivos, saudáveis para a luta em busca do pão, ou da bolsa, do sapato, do carro do ano...
Desde os 9 anos de idade, quando fui para o que se chamava terceiro ano do curso primário, acordava cedo. Antes da minha mãe. Vestia o uniforme e me deitava de novo, esperando que ela se levantasse e me desse o dinheiro para ir à padaria. Era um tiquinho de gente, atravessava uma avenida imensa, ela nem gostava que eu fosse, mas eu era cuidadosa e ela confiou, com o tempo. Também, os tempos eram outros, as ruas com poucos carros. Depois,trabalho,filhos, e os dias começavam cedo. Agora é meu tempo de nem pensar no relógio. Às vezes fico horas sem saber que horas são...

E, apesar da tristeza de deixar o namorado, nunca me sufoquei pela chegada da segunda-feira, pois amava estudar, até sair de casa, abarrotada de irmãos, e ter uns minutos para mim, enquanto descia por uns 10 quarteirões, para ir à pé para a escola. 
Tudo tem um lado bom, temos que descobri-lo e viver plenamente o hoje.