Confiança virtual


A convite da Rosélia,de "mil e um blogs", todos voltados para a espiritualidade, vamos ver o que entendo por "confiança virtual". (clica no nome dela e conheça o blog).
Entrei para esse mundo virtual há 8 anos, quando meu neto mais velho nasceu. Nunca tinha ouvido sequer a palavra "blog" e fui apresentada a um quando uma filha, a tia do menino, criou um blog para ele. Aí me apaixonei pelos blogs e seus blogueiros. Cada blog que visitei o fiz por indicação de alguém e aí outro indicava outro e lá fui eu, criar o meu, por incentivo de duas amigas muito queridas, que ainda estão no campo virtual, mas desde ali vivem no meu coração. 
E assim é, se não me identifico com a/o blogueira/o, não volto ao blog, nem por curiosidade.
A confiança entre pessoas é algo que não pode deixar dúvida. Confia-se ou não. Não há meio termo.
Não precisamos pensar exatamente igual, mas seguir uma certa linha de compatibilidade, senão não "rola" nada. Sempre haverá quem goste do azul e não goste do verde e não é por isso que não vou me dar bem com a pessoa. 
Tenho amigas com religiões diferentes, amigos ateus, amigos petistas, amigos que amam cozinhar, amigas artesãs, amigos escritores, amigos caseiros, amigos que amam viajar, amigos ativos, "elétricos" e amigos dorminhocos, amigos que moram pertinho, ou bem longe, fora do Brasil. 
Amigos que vivem na França, na Alemanha, na Noruega, nos EUA, na Itália, na Espanha, no Japão.
De cada um pego um pouco e espero deixar um pouco de mim neles. 
A confiança vem naturalmente, quando começamos a ler até nas entrelinhas. Se não acontecer assim, melhor nem insistir. 
O blog da Rosélia, o seu carro-chefe, Espiritualidade, completa 6 anos de muita coisa boa. Fala de Deus mas não obriga ninguém a acreditar. Principalmente, ela respeita cada pessoa.
O que precisamos, afinal, para viver bem, além da compatibilidade, que é o nos que aproxima, é ter respeito por cada um, em nome da boa convivência.
Tive o prazer de conhecer pessoalmente a Rosélia e só confirmei o quanto ela é uma pessoa do bem, aquela com a qual se quer conviver e ser amigo para sempre. 
Vida longa ao blog e sempre nos ofereça lindas mensagens, Rosélia. 


A alegria de crer

Nem todos os dias se tem inspiração para escrever. Para um profissional, deve ser um caos a página em branco, à sua frente. Ou a tela em branco.
Um assunto que é tabu sempre me leva a escrever textos enormes, que ficam somente no pensamento, nunca acho que devo publicar.
Porque as pessoas, de um modo geral, não todas, felizmente, resolveram que "religião" não é uma boa coisa, que não precisamos de uma para reconhecer Deus e tantas questões mais.
Eu creio e sinto-O em todos os momentos da minha vida. E também "brigo" com ele, quando não entendo a doença da minha mãe ou a morte abrupta de uma menina de 17 anos, de uma meningite que a acometeu de manhã e à noite estava morta. Não há explicação e se não for "o mistério da fé", não há como prosseguir.
O texto abaixo fala por mim. 


No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro:
"Você acredita em vida após o parto?"
O outro respondeu: "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."
"Bobagem", disse o primeiro. "Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria esta?"
O segundo disse: "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora."
O primeiro retrucou: "Isto é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos.O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."
O segundo insistiu: "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico."
O primeiro contestou: "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum."
"Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós."
O primeiro respondeu: " Mamãe, você realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?"
O segundo disse: "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir."
Disse o primeiro:" Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."
Ao que o segundo respondeu: " Às vezes, quando você está em silêncio, se se concentrar e realmente ouvir, poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa lá de cima."
Segundo encontrei, este texto é de um escritor húngaro explicando a existência de Deus.Não sei o nome nem se procede ser ele um "escritor húngaro".
Só sei que o texto é lindo e me comoveu.

Era uma vez... Uma memória avariada...

Para comemorar os  6 anos do blog http://pensandoemfamilia.com.br/blog/, a Norma convida a falar de nossa vida, a partir de uma foto, uma lembrança. 
Já falei algumas vezes que não tenho memória da minha infância e juventude, a não ser de pequenos flashes, algo que me ocorre se alguém fala muito sobre. Algumas vezes isso me incomoda, outras nem penso nisso.
Atualmente uma foto me emociona. Não tive vontade de colocá-la na caixa de fotos. Deixo-a no armário, bem à vista, quero que fique ali.
Eu, aos 2 anos e Carlos, meu irmão, com quase um ano. 
Carlos não está mais conosco, morreu há quase 3 anos. Talvez por isso não quero deixar a foto "enterrada" na caixa.
Sou a terceira filha e ele foi o primeiro filho homem. Foi muito esperado, com certeza. Tenho uma carta, onde meu pai escreve para avisar a minha avó do meu nascimento. Ele diz que mamãe achava que estivesse aborrecido por ter tido mais uma menina e ele dizia que não, que estava satisfeito. Então, com a chegada, 1 ano e meio depois, do primeiro varão, certamente ficou muito feliz.
Eu e ele tivemos uma boa relação, ele sempre me agradou e eu sempre tentei ajudá-lo quando precisou, em momentos confusos de sua vida. 
Eu fui a primeira de cabelos escuros. As duas irmãs acima de mim eram loiras e Carlos era ruivo, herança do avô materno. Eu era pequenina, eles eram grandes.
Minha família não era de tirar fotografias, embora me lembre que meu pai tinha uma máquina maravilhosa, alemã. Acho que a revelação era algo caríssimo e ele não tinha como revelar fotos todos os dias, sei lá eu.
Esta foto era de uma tia, que me deu há uns 10 anos. 
Vivemos nesta casa e nesta cidade até os meus 7 anos, quando viemos para a capital, Belo Horizonte, e daqui não saímos mais. 
Uma foto traz mil lembranças, ou nenhuma, como esta. Mas sei que envolve muito amor e carinho. Éramos, os 4 de meus pais e mais 2 de outra tia, os primeiros netos maternos, então reinávamos nos corações de tios e tias. 
Noto minha mão na perninha dele, talvez tentando apoiá-lo, talvez um carinho. 
Éramos bem felizes, os sorrisos atestam.
Lembranças que não tenho, de um tempo que passou, mas que fez de mim o que sou.
E a minha história pode ser um pouquinho assim: 
"Era uma vez uma menininha de cabelos escuros, fartos, cacheados, que se sabia muito amada, mas que não se lembrava de nada da vida dela. Sua memória eram os irmãos e a mãe. Mas ela não pensava muito nisso e se contentava com o que lhe contavam sobre seu passado. 
Afinal, não dizem que 'o que passou, passou'? 
Melhor deixar o passado lá, onde ele mora.
E viver o hoje, tentando guardar melhor suas lembranças."


Gente boa

Que blog mais abandonado!
Vamos lá, tentar inspiração.


Acabei de ver esse banner, numa postagem da Calu, no FB e respondi:  "O melhor, afinal. rs Como diziam antigamente, "lé com lé, cré com cré", né?"

Esta expressão pode parecer preconceituosa. "Lé" é diferente 

de "cré" por quê? Um é melhor do que o outro? 

Este é um provérbio português, "lé com lé, cré com cré, cada um com os da sua ralé".
(ralé é o conjunto de indivíduos pertencentes à camada 

inferior de uma sociedade; arraia-miúda, plebe, populacho).

Uma expressão comum "na minha época"  e acho que um alerta para mostrar que nem todos somos iguais, no que se refere a hábitos, atitudes, moral, crenças, etc.
Nada a ver com status, posição social, embora a citação de classes. 
O célebre "não se misture com essa gentalha". 
Ninguém é igual a ninguém, mas pode ser melhor ou pior. Nem os dedos das mãos e dos pés são iguais, por que teríamos que ser? A cada um de nós foi dado um destino. 
Mesmo quando destinos se cruzam é para somar, para purificar, talvez, e por isso devemos saber separar o joio do trigo.
Doce é mais gostoso do que salgado
ar puro é melhor do que quarto escuro
alegria é melhor do que tristeza
silêncio é melhor do que barulho, tantas e tantas comparações, que nada têm a ver com o que queria escrever...
Vamos, lá, recomeçar...
Cercar-nos de gente boa é o ideal. Ou cercar-nos de gente tão legal como nós mesmos.
Embora "os opostos se atraiam", as diferenças têm que ser só em alguns aspectos, mas há aqueles que não podem se chocar.
Gostos podem ser diferentes em tudo e ainda assim dar certo a convivência, desde que haja respeito. Mas não podemos divergir na moral, por exemplo. A moral é o conjunto de valores e princípios éticos. 
"Gente boa" é gente que respeita o outro, que está sempre disposta a ajudar, que é um ombro amigo. Uma pessoa em quem acreditamos justamente porque nos parece igual a nós. "Igual"  quanto a seguir todas as regras da boa convivência, que incluem o respeito, a admiração, o carinho. 
"Gente boa" é gente que nos faz rir quando estamos tristes, que brinca na hora certa, que sabe ficar em silêncio quando é preciso.
"Gente boa" é gente que não fica com raiva de você sem motivo, ou se o tem, vem e lhe conta, porque muitas vezes a gente fere sem querer, sem intenção, mas o outro se ofende e o certo é conversar e mostrar o que lhe desagradou.
"Gente boa" é quem nos acolhe, quem chora conosco, quem luta por nós, se preciso for.
"Gente boa"  é quem confia em você, conta suas tristezas, compartilha suas alegrias, confidencia, acolhe, acredita.
"Gente boa" é gente que deixa a vida mais simples.