A nostalgia já foi considerada uma condição médica no início da Era Moderna, por ser associada com a melancolia, além de ser importante na literatura como "necessária", no Romantismo.
A nostalgia é diferente da saudade, pois a última é direcionada a um alvo ou momento especifico e até pode ser superada pela presença ou repetição, já a nostalgia não pode ser superada no campo físico pois diz respeito somente a uma visão idealizada de passado que cada um possui.
A nostalgia é estudada na área médica como retrofilia.
Segundo os teóricos da área da psicossomática, o termo "nostalgia" significa sentir falta de uma ação que poderia ter sido realizada e que por um motivo qualquer não se realizou.
Estado de depressão, quando você revê fotos, lê mensagens de textos, ou lê cartas e tem vontade de reviver os velhos tempos." (Parte deste texto tirei da Wikipédia).
Se uma palavra me define, entre tantas, nostálgica é uma delas. Principalmente por estas conclusões:
- a nostalgia não pode ser superada no campo físico pois diz respeito somente a uma visão idealizada de passado que cada um possui.
- "NOSTALGIA significa sentir falta de uma ação que poderia ter sido realizada e que por um motivo qualquer não se realizou."
Sou nostálgica exatamente porque não me lembro do meu passado remoto. (agora, mais remoto do que nunca. rs). Não tenho lembrança nenhuma, em idade nenhuma. Somente o que chamo de "flashes", uma ou outra cena, se ouço falarem dela. Ao contrário de minha mãe e dos irmãos, que se lembram de muita coisa. Minha mãe sempre teve uma memória fantástica, sabia detalhes de roupas, frases inteiras, situações de quando tinha 4, 5 anos de idade.
Para mim, meu passado é um mistério e se eu fosse sozinha no mundo, não saberia dizer nada de mim, como criança e adolescente. Isso não me preocupa, a ponto de me tratar, mas à vezes me leva à nostalgia.
Hoje me peguei pensando na minha madrinha de batismo, uma tia, irmã do meu pai. Que morreu há anos e com a qual convivi pouco, ela morava mais no interior do que na capital, mas lembro-me do seu sorriso bonito, como o das filhas, sua voz calma. E pensei nela por um motivo interessante.
Não gosto de cozinhar e hoje pensei de onde teria vindo essa falta de vontade e cheguei nela, na Tia Maria. De quem não tenho sequer uma foto e hoje gostaria de ter. E essas constatações me levam a chorar, a sentir uma tristeza profunda, a me emocionar quase que fisicamente.
Minha mãe é exímia cozinheira (hoje não vai mais para a cozinha, aos 88 anos, mas até os 83, mais ou menos, ainda fazia os almoços do domingo). Tenho irmãs que amam cozinhar, sendo que uma é cozinheira profissional.
Daí, como sei que o sangue fala alto, pensei na minha madrinha e tia, sangue do meu sangue e decidi que sai a ela, que era professora primária, dedicadíssima, do tempo em que professora era uma das figuras mais importantes de uma cidade.
Tia Maria vivia para os filhos, marido e alunos. Nem gostava de comer. Era magrinha e alegre, sempre sorrindo. Morreu nova, de uma crise de apendicite. Teve 10 ou 11 filhos. Era alheia à cozinha, chegava da escola e se dedicava aos filhos, voltava para os livros, comer era só um detalhe.
E as crianças tinham tudo a tempo e a hora, visto que "naqueles tempos", numa cidade que era quase uma roça, tinha-se empregadas, às vezes mais de uma, mesmo que não se tivesse situação financeira para isso. As moças, vindas de grotões, trabalhavam pela comida, por um quartinho limpo e só delas, já que saiam de casas com pencas de irmãos, sem camas nem colchões. E eram tratadas como filhas, como família, algumas passavam a dormir no quarto, com as meninas da casa. E eram ensinadas, aprendiam a ler e a escrever, eram vigiadas, como as filhas, para que encontrassem um bom marido, não "se perdessem" na vida. Sei disso por ouvir tanto as histórias e eu mesma ter vivido alguns casos, já morando na capital e vindo moças do interior para morar conosco, às vezes duas irmãs, e em minha casa aprendiam de tudo, até bordado, namoravam e se casavam com "moços bons". Ou voltavam pra roça, se não quisessem seguir as regras da casa.
Quanto viajei, nessa conversa!
Hoje estou absolutamente nostálgica.
Por ser Dia das Mãe, será? Mas ainda tenho a minha, e dos 3 filhos, estarei com 2.
Será isso? Será não poder passar o dia com todas as minhas crias?
Hoje decidi que sou avessa à cozinha, lembrando-me da Tia, de quem não tenho nem a metade das qualidades. E não entendo o que isso poderá significar para mim...rsrs
Um lindo domingo para as mamães que amam cozinhar e vão para o fogão sorridentes e felizes.
Um lindo domingo para as mamães, que como eu, vão almoçar uma comidinha preparada pela irmã gastrônoma, em casa da velha e querida mãe.
Uma foto preciosa, com todas as irmãs e mamãe. (Uma cunhada, uma esposa de sobrinho, netas, uma bisneta, faltando ainda algumas outras das mulheres da família). Dez. 2011.
Amo!
(E o que tudo o mais tem a ver com a nostalgia, do título? Só a constatação de que sou assim e que toda tristeza passa.)
14 comentários:
Essa nostalgia chega sem sabermos o motivo.Lindo como tu a descreves. Linda família, fotos assim também! Que teu dia seja lindo e bem animado com tida a turma junta! Feliz Dia das Mães e muitas alegrias! bjs,chica
Nostalgia é um sentimento que tbm me dominava muito... é bom, qd na medida certa ne? traz um clima meio melancólico.
Tbm tive uma tia Maria, que tbm era bem magrinha e sua filha foi quem morreu por causa de uma apendicite...
Vc pode nao gostar de cozinhar, mas admira um bom prato. Isso já é bem legal :-)
Familia bonita, como todas as failias mineiras sao.
Feliz dida das maes!
Não sabia dessa diferença, Lucia Querida (nostalgia é "viagem" e saudade é .. saudade, mesmo, né? Falta de algo real).
Eu, como vc, tb tenho uma memória sobre o meu próprio passado quase que zerada, mas minha irmã, 3 anos mais nova, se lembra de todos os detalhe (ex.: quando eu tinha 6 e ela 3: ela se lembra de inúmeras situações! Quando me conta, eu até que tenho algum registro, ou crença: já que ela diz... : > )))
bjsss e espero que seu Dia das Mães (e das Vós) tenha sido sensacional!
Oi Lúcia...Em primeiro lugar gostaria de dizer que não faço mais parte do face, até tentei, mas realmente não é pra mim. Fico muito feliz de estar voltando ao blog onde me sinto muito mais à vontade e adoro ler os textos e por exemplo esta sua história agora. Você é realmente sem medidas, escreve com a alma e mesmo eu não te conhecendo pessoalmente, quase que sinto seu perfume e consigo pegar a sua mão. Muito feliz por estar d volta e lentamente vou retomar a alegria que era escrever diariamente no meu blog. Beijos e até.
Lúcia, eu escuto música sempre, sou movida a música e, às vezes, uma ou outra me deixa nostálgica.
Não sabia literalmente a diferença entre nostalgia e saudade, mas sempre senti que um sentimento era diferente do outro. Agora aprendi aqui.
Eu tenho uma irmã de criação. Ela foi lá pra casa quando tinha 10 anos e saiu quando casou.
Também passei o dia das mães com a ausência de um filho, ele tinha compromisso e não teve como sair, mas sei que estava comigo de coração. Filhos são assim.
Bjim, cosquirídia
Ihh Lúcia, pois eu também sofro às vezes dessa tal de nostalgia!
Mas, a minha nostalgia é como a da amiga Rosamaria, acima. Eu enro em nostalgia ouvindo músicas de um tempo bom, de um tempo que não volta mais nem a pau Juvenal, porque tá tudo muito mudado neste nosso país.
Entretanto, estas datas tipo Natal, Dias Mães e dos Pais, sempre machucará pessoas, pois não poderão estar com todos que ama e o mesmo acontece com aqueles que estão distante, ou seja, todo mundo sofre, por isso não sou lá muito fã dessas datas.
Esta foto está bonita por demais, e todas parecem bastante felizes com o encontro familiar.
um beijo grande carioca
rsrsrsr, safadééénha, se aproveitando da irmã gastrônoma né ??
Mas relembrar essas histórias é sempre muito bom, outro dia comentava com uma amiga, essas histórias trazem a pessoa que já se foi para mais perto de nós né ??
Adorei ler !!
Adorei também a foto da mulherada , que família grande !!!!
Bjus 1000 querida !! E feliz dia das mães atrasado, srsrsrs
Oi Lucia, é a Vi, se a nostalgia não abraçar a depressão, ela até pode ser bem vinda.
Acho que essas festas de família sempre nos tornam nostálgicas, muitas recordações, muitas historias.
Também não gosto de cozinhar.
Bom fim de semana,beijos,Vi
Oi, Lúcia!
Não vejo muita diferença entre saudade e nostalgia, ambos são sentimentos de "prazer" melancólico, afinal, não sentimos saudades de coisas ruins.
Não tem como, o dia das mães mexe com todo mundo. Eu não via a hora da data passar!
Posso dizer que sou nostálgica, pois não tem um dia que eu não me lembre de coisas passadas e isso é um bom exercício para não perdermos a memória.
Os mais antigos diziam que os afilhados sempre puxam para o jeito de ser de seus padrinhos/madrinhas. Se assim fosse, eu estava n'água! :D
Felizes dias, Mamãe!!
Beijus,
Lucia, voltei pra agradecer o carinho por lá!uma semana tri linda! bjs,chica
A nostalgia chega, invade a nossa alma e nos remete ao passado ou mesmo ao presente recente. O importante é que ela não permanece em nós, assim como chegou, vai embora de repente.
Um blog maravilhoso. Fotografias muito boas.
Parabéns!
Abração.
Oi Lucia
Para mim saudade e nostalgia são sentimentos que se assemelham e são bons, desde que a gente não queira 'de volta' o passado aqui e agora. O dia das mães é sintomático, mexe mesmo com a gente! Não sou nostálgica mas sempre procuro lembrar o passado, pois tem coisas tão boas que não quero que o tempo apague. Bjs. Marli
Obrigadõ,Lúcia! A danadinha vai ficar boa, mas ela é demais de safada!! Tomara passe logo! precisa ver a cara de vítima dela,rs Um amor! cada dia nos apegamos mais ,isso é dooooose!beijos,chica e boa noite.Aqui frio e chuva!
O que fazer se não podemos dela esquivar?
Ela existe Lucia e vem sempre recheada destas lembranças que voce afirma nao ter.
Lindas ilustrações desta parte boa da vida,a familia.
Meu terno abraço amiga.
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