Vamos voltar aos "velhos tempos"?

 (Estou num momento de muita reflexão, muitas dúvidas, muitos desapontamentos. E sem vontade de escrever. Vou continuar postando textos que me servem de lição e estavam guardados em rascunhos. Bom para ler e refletir, sempre.
Meu tempo é hoje, pois estou aqui.
Os jovens, de maneira geral, são mesmo arrogantes e se acham os donos da verdade.
Fui assim também, e ainda sou, em alguns aspectos.
Letícia, aos 5 anos, me surpreende com suas respostas prontas, que nem sei de onde traz. Não pode ser contrariada, o mundo está aí, à sua disposição. Às vezes me assusto.
A vida segue.)

 "Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse: 

- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu: 

- Este é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora.
Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se
preocupou adequadamente com o ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio, que depois será descartada como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pallets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta tantas vezes ao invés de comprar outra. Amolávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em 'meio ambiente', mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?"


(O texto termina aqui e fico imaginando a cara do rapaz e de quem mais estivesse ouvindo. 
Belo discurso da velha senhora.
Será que é só isso? Um discurso para não ser ouvido? 
Se formos parar para pensar, que espécie de vida estamos deixando para os filhos e netos? E a pergunta que circula muito pela internet: que espécie de filhos e netos estamos deixando para o mundo? Não assusta demais?)
O texto circula pela internet há um bom tempo e não encontrei o autor. Se souber, me conta.

4 comentários:

chica disse...

A cada parágrafo, a resposta ficava melhor e se completava. Lindas verdades realmente. Num tempo onde a simplicidade imperava ...
Adorei o texto e realmente faz pensar.

E muiiiiiito! Bom t ler! beijos,tudo de bom,chica

welze disse...

Simplesmente fantástico.
Adorei.
Valores deturpados.
Infelizmente vivemos em um mundo de valores deveras deturpados.
obrigado pela lição
obrigado pelo carinho sempre.

Cucla

sheyla xavier disse...

Lucia, texto maravilhoso para se ler e guardar... Vivia-se tem bem antigamente, muito menos complicado. Uma forma de fazermos pensar no ontem e hoje!

Bjosss, sua linda

ML disse...

Texto aplaudível, Querida!
Adorei! De fato, quando a humanidade era "ecologicamente correta", nem sabia...
Hoje, teria de abrir mão das 500 conveniências... Difícil, né?

bjnhsssssssssssssssssss

PS: espero que se sinta ótima o mais rápido possível! bjs