Mas que, nem sempre, ela traduz uma verdade absoluta.
É voz corrente que aprendemos com o exemplo. Que pais devem dar o exemplo para os filhos e estes seguirão fazendo as mesmas coisas vida afora.
Não é bem assim. (E ainda bem que não, pois quantos pais dão maus exemplos e nem por isso os filhos os copiam?)
Leio uma postagem de amiga, no Facebook, contando que acordou e foi surpreendida pela filha, menina de uns 11 anos, creio, que tinha feito um bolo de chocolate sozinha.
E como essa amiga é prendada na cozinha, comentei que a filha tinha aprendido com ela.
Mas percebo que não é uma verdade absoluta. A filha aprendeu por gosto próprio.
Não gosto de cozinhar e nem me animo a bolos, doces, sobremesas, pães, etc. Quer dizer, gosto de manter uma distância da cozinha.
Ironicamente, cozinho todos os dias, de 2ª a 6ª feira, pelo menos.
Minha mãe era excelente cozinheira, daqueles pratos que ela incrementava, dava o seu toque e nenhuma das filhas sabe fazer igual, mesmo com ela supervisionando. Mistério.
Sempre cozinhou, ensinou-nos o básico e o resto fomos aprimorando.
Hoje fiz carne moída, arroz, feijão, verdura (almeirão) e salada de tomate e cenoura. A filha comeu elogiando a cada garfada. Isso me mostra que precisamos, antes de tudo, de boa vontade para entrar para a cozinha e preparar uma boa refeição. Sem sofisticação, mas com carinho. Embora não goste, vou para a cozinha com disposição pra cozinhar. Se não estou a fim, nem entro!
Claro que o exemplo de quem cria uma criança (sejam os pais ou outras pessoas) é fundamental para algumas informações e atitudes que estas crianças levarão pela vida.
Mas uma mãe que é prendada em várias frentes (como minha mãe), não necessariamente vai ter filhos que também o sejam e cozinhem, tricotem, bordem, costurem, como ela. (coisa que nem todas as filhas fazem).
Faço um crochê basiquinho, que nem aprendi com minha mãe, pois ela adorava o tricô e detestava o crochê, embora soubesse fazê-lo. Fui aprender sozinha, sob supervisão dela, lendo em revistas especializadas. Ela nem acreditou quando consegui fazer meu primeiro forrinho de bandeja, que nem sei se existe ainda, em casa dela.
Incomoda-me muito essa falta de vontade minha e isso é inexplicável, visto que quando estou disposta a cozinhar, sei fazê-lo muito bem. Pelo menos o trivial.
Precisamos de incentivo, de motivação, de apoio, para trilhar o caminho que quisermos.
Isso acho de total responsabilidade dos pais, nos primeiros anos de vida dos filhos.
Formar uma criança, moldá-la para que seja um adulto que saiba seu lugar na sociedade, é uma missão delicada e não depende apenas de exemplos efetivos.
O que não quer dizer que os exemplos dos pais não sejam importantes. Mas não bastam, sozinhos. Educar é um conjuto de atos e atitudes.
São necessários, pois criança precisa e depende de orientação. Mas não cumprem toda a informação de que precisam. (Mas aí já é outro assunto).
(Depois do post pronto vi o cartaz abaixo e não resisti em trazê-lo pra cá.)
20 comentários:
O problema de cozinhar é tudo o que envolve: lista de compras, decidir o que fazer, armazenagem, administrar o que sobra e, o pior, a limpeza da cozinha. Ah! E a repetição! fazer tudo, todo o santo dia.
Não é tarefa fácil, minha amiga.
Mas, claro, fica muuuito prazerosa quando compartilhada!
<3
É verdade. O incentivo ajuda muito, mas também o dom e a vontade de aprender faz a diferença. Tem pessoas que não gostam de cozinhar, mas se destacam em outros afazeres. O texto bem escrito é bom para refletirmos de como devemos olhar, incentivar e apoiar boas atitudes dos filhos... Fiquei feliz em ter citado a minha filha. Beijos com carinho,
Ana
Lindo texto, lindas fotos. E quando vemos nos pequenos habilidades, bom é incentivá-los a seguir com elas, mesmo que não tenham nada a ver com as nossas. beijos,chica
Lúcia, tenho dois exemplos pra ti:
- a minha mãe não deixava entrar na cozinha, a não ser para ajudar a colocar a sobremesa nas cremeiras, tinha quem cozinhasse, já que ela costurava o dia inteiro e fazia croché a noite. Então casei sem saber fazer nem arroz, ela dizia que a dor ensina a gemer e que eu aprenderia na hora certa. Pois quando assumi a cozinha e aprendi, adorei. Claro que aquela chatice de saber o que fazer todo o dia não gosto;
- passei a vida brigando com a filha para que ela se organizasse, o quarto dela era uma zona, tinha espaço pra tudo e ela deixava os sapatos um ao lado do outro e não era pra guardar. Ela casou e foi para um "apertamento". Imagina uma casa limpa, cheirosa, organizada. É a casa dela hoje e cozinha melhor do que eu. Ela diz que não fazia, mas via eu fazer, então o exemplo serviu.
Perdão, publiquei sem querer e não deixei um bjim pra ti, cosquirídia.
Lúcia, também tive essas dúvidas sobre a influência dos exemplos e das palavras na educação dos filhos. O que seria o mais adequado, o mais certo? O que daria melhores resultados? Hoje em dia sei que a coisa não é tão simples assim, afinal, quando nascemos já trazemos um DNA completo e uma vida espiritual rica e carregada de aprendizagens. Acredito na sincronicidade. Então amiga, "cada cabeça uma sentença". Mas isso não quer dizer que os pais estão livres para abandonarem os filhos ao Deus-dará. Não! O ambiente influi sim. Mas, há que ter valores e bom senso. Adorei o texto. Um beijo.
Lucia educação é atitude, aptidões e gosto pessoal cada um de nós tem as suas. Não se culpe por ñ "gostar" de certa coisas que sua mãe fazia. A minha é escritora e lê um livro por semana, ela tem 81 anos, e nenhum dos seus filhos é assim. Mas temos caráter. É o que importa. Um abraçaão. Aliás, eu nao cozinho absolutamente nada, e meus filhos dizem que aqui em casa, a mãe (eu) ñ faz nada, mas providencia tudo. Família assumida com as minhas limitações.
Adorei o seu post.
Olha, minha mãe é uma excelente cozinheira também! Não herdei isso dela, mas me dou muito bem na cozinha também. Acho que o segredo é fazer com amor, com vontade. Fazer por fazer, acho que nunca dará certo. Li uma frase esses dias que dizia que, cozinhar é uma forma de demonstrar amor ao outro, e acho que é a mais pura verdade. Eu cozinho (e tudo que eu faço) pra agradar, faço com carinho, quando eu vou pra cozinha, vou com prazer (antigamente não era assim).
Gostei...
Beijinhos
Lúcia,
Também tenho muitas dúvidas a esse respeito.
Sempre ouvimos que "as palavras calam, mas os exemplos arrastam", mas acho que não é bem assim, embora tenham um peso grande na educação.
Quanto à cozinha, penso que só nos últimos tempos está mudando a postura que temos diante dela.
Anos atrás era encarada como simples obrigação e sem qualquer prazer. E era difícil o exemplo das mães colar nas filhas.
Hoje, mesmo com "obrigação", tornou-se atividade prazerosa, até para os homens. E é muito bom descobrir esse prazer.
Beijo.
Minha Nossa Senhora! Se eu dependesse da minha mãe para aprender a cozinhar, não ia prestar. hehe Ela não sabia (não sabe) e nunca quis aprender. Olha, a gente até pode fazer crochê num dia em que não está lá muito bem, mas cozinhar, dá certo não. É um tal de salgar ou talhar, ou o bolo não cresce...é muito doido, isso. hehe Aliás a cozinha está em moda, haja visto todos os programas de culinária do GNT e em sua maioria, com homens. Os exemplos de carater que os pais devem dar aos filhos, é que contam. Exemplos, limites... estes é que estão em falta.
Bom dia, Lucia. Sol no Rio.
De cozinha não vou nem falar, risos
Acho que os exemplos de atitude são fundamentais, mas de resto algumas coisas são de cada um. Eu gosto de artesanato, amo costurar e sempre costurei, minhas filhas mal pregam botão e fazem uma barra quando não tem jeito, preferem pagar para alguém fazer. Então boas atitudes são bons exemplos, talento para cozinha ou bordado faz parte da personalidade de cada um.
bjs
Jussara
Verdades minha amiga.
Uma reflexão precisa e em tempo,incentivar sempre, dar exemplo sempre e nem assim estará garantido a sequencia, mas é o minimo que se pode fazer Lucia.
Um carinhoso abraço de paz e luz.
Ilustrações perfeitas.
Oiii Lucia, bom te ler novamente depois de um período longe do blog, sem duvida nem sempre filho de peixinho peixinho é, minha mãe tbém era uma cozinheira de mão cheia, a quanta saudades dos pratos maravilhosos que ela fazia, tbém crochetava e fazia artesanatos maravilhosos além de bordados incriveis, e pergunta se eu faço alguma destas coisas?! Absolutamente nada rsrsr Bjinhosssss
Lúcia,
O que fica mesmo são os bons exemplos que os filhos percebem no lado pessoal dos pais, eles admiram como o garotinho da imagem abaixo que repete o gesto do pai amado.
Acho que a geração de agora não está muito interessada em aprender conosco sobre coisas que no nosso tempo era de grande importância e interesse. Para eles o que importa mais é ter um pai ou uma mãe presentes em suas vidas modernas, por isso tantas mães aprenderam a caminhar pelas redes sociais e internet, de uma maneira geral, para que seus filhos a admirassem no quesito modernidade. Aprender a cozinhar, lavar, passar, isto hoje é detalhe, vão aprendendo com o tempo e com o youtube. kkkkkk
Brincadeiras à parte, mas o que fica de nós para eles é o carinho, a conversa, as atitudes coerentes e éticas. Bom papo este!
um grande abraço carioca
Oi, Lúcia!
Todos os filhos de minha mãe são diferentes e a única coisa que nos une é o afeto. Ela tentou nos ensinar muitas coisas e cada um assimilou de alguma forma. Eu fui a que mais "puxei" à ela, mesmo assim tenho muita coisa do meu pai, mesmo sem ter convivido muito com ele. Já o meu filho que nasceu sem conhecer meu pai, tem todos os modos e pensamentos. Como explicar isso? Se meu pai morreu quando eu tinha 5 anos e não falo quase nada sobre ele para o meu filho?
Na verdade é a vida que nos forma. A nossa vontade é que nos faz crescer.
Boa semana!!
Olá Lúcia,
E como é verdade, né? Os pequeninos nos surpreendem com suas habilidades. Os bons exemplos e os valores são essenciais para criar mentes pensantes.
Aprendi muitas coisas com a minha mãe...
beijos mil
Como diz o ditado, palavra convence, exemplo arrasta...
Mas acho que motivação é mesmo muito importante, prá tudo...
Se não forem incentivadas as crianças não tem mesmo um objetivo a alcançar...
Acho que ter filhos hoje em dia é ainda mais complicado do que quando nossos pais nos tiveram né ??
Bjus 1000 querida vamos fazer artes no finde ??
Mesmo que a gente não faça o que nossos pais faziam, fica a formação.
Minha mãe "arruma" a roupa no varal (fica decorativo ; > ), aprendeu com a mãe dela (linha dira).
Eu dependuro de qualquer maneira, mas me incomoda, costumo voltar e consertar. Não fica tão lindo, mas pelo menos apresentável ; > )))
bjnhssssss
PS:casa em mini reforma, teclando no chão... Semana que vem, termina... UFA!
Nem me fale...Vivo me sentindo culpada e culpada e culpada.Já até aprendi a fazer bolo só para incentivar minha filha a gostar ou pelo menos saber se gosta de cozinhar.Eu sei que o meu exemplo e muito importante,mas eu vejo que a criança tem o seu gosto pessoal(logico),tanto que eu sou a descrição em pessoa,uso muita roupa fechada e preta,adoro um terninho,Maite adora um brilho.
Até onde eu consigo ser um bom exemplo eu não sei,mas faço das tripas coração,educar Lucia e muiiitoooo mais do que eu imaginava.E amor demais,misturado a responsabilidade,a dó,a vontade de dar umas palmadas e depois se matar...kkkkk.
Sei de uma coisa,e amor demaisssss.Lúcia me passe seu telefone pela vigesima vez.
Deusa
Lúcia, você tem razão. Minha mãe borda, aqueles pontos lindos, antigos, sabe?
Eu nunca consegui, e minha irmã que é mais dada a isso também não.E exemplo a gente teve, cada coisa linda. Mas nenhuma seguiu rsrsrs
Quanto a cozinhar: eu gosto, mas sabe? Todo dia é muito chato rsrsrsrs
beijossss
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