"Quase" um Central Park. Parque Municipal de BH

Belo Horizonte completou, no dia 12/12, 115 anos de vida. Uma cidade-menina, ainda. Traçada numa área plana, estendeu-se pelas montanhas e o resultado é uma cidade cheia de altos e baixos, literalmente.
O Parque Municipal, em pleno coração de BH, foi inaugurado 16 dias antes da cidade, em 1897.
O local era o de uma chácara e o Parque foi idealizado pelo mesmo engenheiro que projetou BH, Aarão Reis.
O arquiteto francês Paul Villon fêz o projeto do Parque, inspirado nos parques parisienses, da antiga Belle Époque. (Em várias pesquisas aparece que o estilo era o romântico inglês).


Originalmente nosso parque era muito maior, 555 mil metros quadrados. (Hoje está reduzido a 182 mil metros quadrados). Depois, a urbanização tomou parte de sua área. 

                      (Inspiração num quadro de Monet? O jardim em Giverny, me lembra esta ponte, no nosso Parque Municipal).
                                           (A tela de Monet)
Para quem conhece BH, onde é hoje a Faculdade de Medicina, o Hospital das Clínicas, toda a extensão das avenidas Alfredo Balena, a Alameda Ezequiel Dias, até a av. Assis Chateubriand, eram áreas do Parque Municipal, chamado Américo Renée Giannetti (nome do prefeito, entre 1951/54, época do governo de JK).

                     (Foto espetacular, de Frederico Haikal/Jornal Hoje em Dia) 
Hoje o parque ocupa pouco  menos do que 1/3 de sua área original. Abriga o Colégio Municipal Imaco, o teatro Francisco Nunes, o Palácio das Artes, um orquidário, coreto, concha acústica, banheiros, etc.
 Em alguns domingos há concertos com a orquestra sinfônica, aproveitando a movimentação da feira de artesanato, que se estende ao longo da avenida, próxima às grades do parque.
                                (Vista de cima, a feira de artesanato, antigamente chamada de "Feira Hippie". O Parque, do lado esquerdo).

Por ali passeiam, além de pessoas, 110 espécies de pássaros, gambás, micos, inúmeros gatos.
Há 280 espécies de árvores nativas e 3 lagos naturais. Árvores centenárias, algumas se deteriorando. Em 2011 uma delas tombou e atingiu uma mulher, que fazia caminhada pelo parque. O que obrigou o fechamento dele, para vistoria em várias árvores, algumas sendo retiradas, para evitar novas tragédias.
Em 1920 teve que ser cercado por grades, depois retiradas, as mesmas que  hoje cercam o Cemitério da Saudade.
Em 1977 a área foi novamente cercada, até os dias de hoje, abrindo às 6h e fechando às 18h seus vários portões.
O parque tem quadras de tênis e outros esportes, pista de patinação, aparelhos de ginástica, área para caminhadas, um parquinho com brinquedos eletrônicos e os brinquedos naturais aos parques, burrinhos para passeios das crianças, trenzinhos que contornam o parque e os fotógrafos lambe-lambes. (Dos burrinhos e dos fotógrafos falarei depois).
Morei pertinho dele por anos e todas as manhãs lá íamos brincar e catar coquinhos, literalmente, aqueles amarelinhos, em cachos, e um maior, da casca dura, cujo nome era "coco catarro".
 É um lindo parque, atravesseio-o, a pé, durante alguns anos, quando ia para o serviço e cortava caminho entre a Av. Afonso Pena e a Alameda Ezequiel Dias. 


Não sei quanto a outros lugares, mas o belorizontino não gosta de frequentar o parque. Normalmente é visitado por famílias mais simples, é lugar de entrada gratuita, embora tudo que se use lá dentro seja pago. Mas é um bom local para um pic-nic, coisa que por aqui não fazemos.
Guardadas as devidas proporções (inclusive em tamanho , manutenção, estrutura física) temos o nosso Central Park, mas poucos usufruem do prazer de frequentá-lo, nem que seja esporadicamente. Talvez a única coisa em comum entre os dois parques seja o fato de estarem no centro de uma grande e moderna cidade.
 Descia do ônibus do outro lado da avenida, atravessava 6 pistas e 1 canteiro e entrava no parque, para cruzá-lo, pela manhã. (menos às segundas-feiras, quando fecha, para limpeza). A mudança de ar, assim que passava pelo portão, era impressionante. Uma delícia respirar ali, em meio às árvores centenárias.

Li uma reportagem, em dezembro passaado (15/12), no nosso jornal Estado de Minas, sobre o parque, por isso quis falar dele, um dos cartões postais de BH. Usei informações contidas nela, algumas de sites e fotos do Google.
Eu mesma nunca levei um visitante de fora para ver o parque, por vários motivos. O maior deles, o descaso pelo parque, quanto à manutenção. Embora seja constante, não temos a política de torná-lo um local turístico. Culturalmente, somos preguiçosos para caminhadas e nossos meios de transporte não são para turistas usarem, infelizmente. Então, ir ao Parque fica em segundo plano, pois a pé não vamos, de carro é inviável, não há onde parar, e de ônibus é impensável. 
Belo Horizonte é uma cidade linda, em muitos aspectos, mas ainda é uma província, em matéria de infraestrutura para o turismo. O que não me impede, nem um pouco (olha a passividade de cidadã!) de amá-la radicalmente. 


(http://br.kekanto.com/biz/parque-municipal-7 - um site com opiniões de visitantes. Muito interessante para ser lido).

14 comentários:

Clara Lúcia disse...

Lúcia, qdo pisei aí, em Julho, e vi a cidade imensa e eu sem conhecer ninguém, apavorei! Mas não tive outra opção a não ser ir em frente.Cheguei no meu destino sã e salva.
Nessa feira hippie, é uma loucura!
Eu tenho fobia à multidões, mas como o local é ao ar livre, só fiquei suando frio.... mas uma vontade de sair correndo dali!!!

Amei BH. Amei!

beijos

Cristina Pavani disse...

Oi Lúcia!
Adorei conhecer um pouco de sua cidade... Amo Minas, mas rumo a você só fui até Tiradentes.
Sou vizinha de Poços de Caldas e me orgulho disto.
Um abraço do leste paulista.

Anônimo disse...

Tenho que levar a Lelê lá!!! Outro dia passei lá, é tão gostoso!!!! Rê

ML disse...

O RJ tb é assim, Lucia: cheio de lugares lindos com infraestrutura deficitária... Acho que talvez a diferença seja que o carioca "finge que não repara nos "menos" ...
Euzinha, que não sou carioca, mas vivo aqui há um bom tempo, acho lindo. O descaso aqui tb é fato, nem acho que um dia a gente "chega lá". Mas é belo no rústico - apesar de mal administrado por natureza (estou relendo "1808" - vale a pena: faz a gente entender o que há...)

bjnhs

Beth/Lilás disse...

BH é muito bonita e eu conheço bem esta linda praça e a feira de artesanato, cheia de coisas que mulher adoooooora.
Mas, ainda não fizeram uns toldos padronizados para as barraquinhas?
Ficariam mais arrumadas e harmoniosas vistas, principalmente assim, de cima.
Toda cidade merece ter um pulmão verde dentro dela, faz o ar ficar mais leve e as pessoas mais relaxadas ao passarem por ali.
grande abraço carioca


Ana Jardim disse...

Oi Lúcia,
Gosto demais deste parque...Frequento muito com minha filha para passeios e brincadeiras, vou sempre de ônibus. Piquenique não dá porquê fica muito gato te rodeando, filhota fica apavorada coitada...rsrsrs. Mas também não levo ninguém para passeios por lá...Não tem estacionamento e é como você falou, transporte público daqui é sem comentários!! Mas eu amo este parque!! Parabéns pelo post, adorei!!

Palavras Vagabundas disse...

Lucia,
estive em BH a uns trinta anos atrás e do pouco que lembro está esse parque.
bjs
Jussara

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Que beleza este parque. Embora ele seja enorme e muitas coisas por ali aoontecem e é claro que há os seus perigos assim como na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro.
Me lembro que tive que passar pela Quinta uma vez a noite com o Christian e pedi a ele para colocar os óculos de sol mesmo às 22 horas e pedi a ele para se fazer de cego.

Passamos pelo jardim saos e salvos e ouvimos pessoas dizendo: Pode passar tranqüila minha tia porque com cego nao queremos nada.

Bjos

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Lúcia,
Conheci esse parque há muitos e muitos anos, quando estive por aí. Lembro de como era grande e agradável.
É uma pena que, de um modo geral, os brasileiros não dêem valor aos seu parques.
Beijo.

Regina Rozenbaum disse...

Ah Lúcia concordo em parte com vc...sim o parque necessita de muito investimento e manutenção, mas não deixo de ir até lá levando as crianças (sobrinhos netos)pra brincar ou euzinha pra ouvir os concertos da orquestra que adoooro. Estaciono no Extra que aos domingos é digrátis rsrs. Às vezes desço à pé e volto de taxi. Realmente nossos meios de transportes públicos, infelizmente, não ajudam nem um cadiquinho! Mas mesmo assim adoro esse Parque.
Beijuuss

Lia e Vi disse...

Nossa Lucia que parque lindo !!!

E que tamanho de feira ??
Aqui em Sampa eu pelo menos não sou muito de parque, temos aqui pertinho o horto florestal e a serra da cantareira, mas sabe aquela desculpa da falta de tempo ??
Então, rsrs

Adorei as fotos !!!

Querida, obrigada pelo carinho no meu niver !!
Você fez o meu dia ser ainda mais especial !!!!

bjus 1000

Astrid Annabelle disse...

Que bela foto reportagem Lucia!
Não conheço BH e nenhuma cidade de Minas Gerais, fato que lamento, pois pelas fotos e vídeos que já vi tudo realmente é muito lindo!
Parabéns...adorei conhecer o parque através dos seus olhos!
Beijo grande
Astrid Annabelle

Lia e Vi disse...

Oi Lucia, é a Vi, lindo o parque, amei conhece-lo virtualmente através das sua informações.
Nos aqui também evitamos os parques, pois na maioria das vezes não tem policiamento e corremos risco.
Mas temos parque perto de casa, ode fica o Palácio de inverno do governador.
Boa semana,beijos,Vi

Teredecorando disse...

Olá Lúcia,
Não sei se você sabe, mas sou mineira e quando sai de Raul Soares fui morar em BH. Ah!!! Eu e minha mãe íamos muito nesse parque. Adorava demais. Além do parque, BH possui lugares muito interessantes.
Agora essa feira fui conhecer há pouco tempo e fiquei encantada, pois amo artesanato.
Tudo de bom.
Oh Minas Gerais...Quem conhece não esquece jamais...
Beijos mil