A vida é feita de questionamentos. Pelo menos a minha é.
Vivo me perguntando sobre isto ou aquilo, alguns porquês nunca têm resposta.
Uma inquietação constante me invade. Nunca fui uma pessoa tranquila, embora aparentemente o seja.
Estou num momento delicado comigo (vide o post anterior), acho que pela proximidade do Natal, que é uma data difícil pra mim. (o que tb não vem ao caso, já falei disso algumas vezes).
Nada a ver com trauma nenhum, apenas não gosto, por N motivos.
Percebo, em muitos textos que leio, que pessoas mais lúcidas, mais críticas, mais conscientes da importância de se viver bem a vida, estão em constantes questionamentos também.
Viver não é fácil.
Recentemente li um texto que falava dos 5 maiores desejos dos doentes terminais. O que eles mudariam na vida deles tem a ver com disponibilidade, amor, convivência, autenticidade, enxergar a vida como um bem.
- Viver mais a vida que queriam e não a que tiveram que viver, em função de uma família, ou de um emprego. Quanta gente deixa de fazer o que quer para pagar os estudos dos filhos, dar maior conforto aos pais, acatar os desejos de consumo de toda a família, inclusive os seus?
Ser fiel ao que queremos, e não ao que querem de nós, é um passo para uma vida sem arrependimentos. Ou, se eles existirem, que sejam para o que não foi feito, nunca para o que fizemos porque assim o quisemos.
- A maioria das pessoas passa a vida toda trabalhando para ter o que o dinheiro pode comprar, se esquecendo de que a presença pode ser muito mais preciosa do que o brinquedo da hora, ou a roupa da moda, o carro do ano, a viagem esquecida tão rapidamente. E muitos trabalham no que não gostam, sem coragem de deixar "o certo pelo duvidoso" e passam uma vida toda refém de um emprego.
Muito difícil ter essa "coragem" quando se tem uma família para criar e contas para pagar, mas pior do que trocar um bom emprego (monetariamente falando) é não ter tempo de viver a vida com a família.
Fico pensando que devemos fazer da virada do ano uma data simbólica de mudanças efetivas, passar a limpo o ano ou a vida, e deixar que tudo corra mais leve, menos tenso.
- Demonstrar os sentimentos é um bom motivo para levar bem a vida. Não esquecer de dizer que ama, que os que nos cercam são importantes, que a vida é melhor com eles. Nada mais triste do que ver a velhice chegar sentindo que um temperamento tempestuoso afastou de nós quem amamos. Muitas vezes a solidão do velho (a) no leito de um hospital ou mesmo dentro de casa, nada mais é que o reflexo do que fez de sua vida, afastando as pessoas de si, ou por causa do temperamento, ou pela falta de tempo, ou porque se...se tivesse sido diferente, quem sabe?
- Na correria da vida, quem não tem tempo para cultivar amizades, tem tempo para a solidão, um dia. Saber escolher os amigos é fundamental e muitas vezes um amigo é mais do que uma família inteira.
Amizades sinceras e proveitosas são fundamentais. É um laço que criamos, não nascemos com ele, não está no sangue, veio por afinidade, por identificação. Por isso manter à nossa volta pessoas que "queremos" como amigos, mas não sentimos essa amizade, pode ser mais danoso do que não ter alguém.
- Ter consciência do que o faz feliz. E buscar essa felicidade. Que certamente não está apenas num bom emprego, ou numa família perfeita, mas na realização dos reais prazeres. Saber ser dono do seu destino, saber dividir ou multiplicar, depende do que. Dividir responsabilidades, multiplicar tranquilidade, por exemplo. Entender, desde cedo, que ser sempre será mais importante do que ter.
Na verdade, não queria escrever nada disso, mas o texto me apareceu e resolvi desenvolvê-lo.
Uma receita repetitiva.
Mas se a gente come o bolo preferido todos os dias, por que não ler todos os dias os mesmos alertas, e incorporá-los à vida?
Enquanto é tempo, né?
7 comentários:
Lucia, tu tens razão! Ler escritos e reflexões assim não fazem mal nunca. è como chupar uma balinha a cada dia, esperando a vida um pouco mais doce... Que venham as mudanças que queremos em nós...As dos outros só podemos esperar! beijos,lindo fds! chica
Ah Lucia querida, fico tao feliz qd encontro alguem que, como eu, nao gosta de Natal. Tenho muitos motivos para nao gostar, mas acho que, no fundo, nao gosto pq nao gosto. Adoro este texto e sempre que reaparece na minha frente, releio e reflito. Nossa parte parecida da vida. Beijo grande
Olá, Lucinha!
Prefiro passar o natal na roça, sem aglomerações. O excesso de bebidas e comilanças, assim como o excesso de gastos são distorções do natal.
Nesta época, as "caraminholas" típicas de professora se intensificam: será que fiz o melhor por cada um deles? Será que dei atenção suficiente para aquele que precisa muito mais? Será que a cobrança de meus superiores será mais forte no próximo ano? Será que a família está sendo devidamente contemplada?
E assim fechamos e reabrimos ciclos...
Beijos meditativos a ti!
Perfeito, Lúcia! No final vc disse tudo: enquanto temos tempo ainda... Amei essa bela reflexão e que a cada dia assalta mais meus pensamento, ainda mais quando me deparo com uma perda de alguém querido que estava ali e num momento não mais está. Isso é a vida!! E cada momento deve-se vivê-la , pois o próximo segundo já pode ser diferente. Parabéns, sempre, por compartilhar seus pensamentos .
Beijos, te adoro e um bom final de semana!
Sheyla.
Vixe!, tenho que deixar de ser rabugento.
:)
Aprender, crescer, me desenvolver... tenho um longo caminho pela frente. Se Deus me der tempo para tanto.
Bjks. Iaiá Arteira
Ouvi de uma conhecida "íntima" (daquelas que se fazem de amiga, mas...), que a gente é - no final - aquilo que "cultivou" ser durante a vida.
Observei a pessoa que gerou a "conclusão" (com quem ambas convivem compulsoriamente) e, sim, ela estava certa...
Vivamos, pois, da melhor maneira possível - e sem preguiça - porque a vida é curta demais!
Perder tempo com "bobeiras" pra que?
E que isso se torne a minha melhor e maior oração!
: > ) bjnhssssssssssssssssss
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