Mãe aos 50 anos/Opinião


 Comentei no Facebook sobre a gravidez da apresentadora Márcia Goldsmith, agora moradora de Portugal, casada com um português e já mãe de adolescente de 17 anos. 
Ela espera gêmeas e está com 50 anos.
Coloquei o texto, junto com a foto dela: "50 anos é uma idade linda, a mulher ainda é jovem, pode estar com "tudo em cima" como a Márcia, mas ter filhos agora?! Ela é mãe de um rapaz, já adolescente. Para mim, muita coragem enfrentar uma gravidez com essa idade. Aos 50 somos jovens para quase tudo. Mas não para ser mãe. (Opinião pessoal, irrevogável)."
Uma simples opinião, não a "proibi" de ter filhos, nem condenei o fato dela estar grávida. 
E recebi várias opiniões, cada uma com sua verdade. 
Não tiro o direito da Márcia estar grávida, imagina! Ela é uma  mulher saudável e deve ter pensado muito para engravidar, pesado bem os prós e os contras.
E desejo que suas meninas nasçam fortes e saudáveis e todos sejam muito felizes.
Opinião por opinião, continuo dando a minha.
Ninguém tem garantia de nada nesta vida e uma jovem mulher de, por ex., 23 anos, pode ter morte numa gravidez. Nada a ver, então, com a idade em si.
Mas com os limites mostrados pela própria natureza.
Técnicas de reprodução assistida aumentam e evoluem em todo o mundo. As americanas são em maioria quando a gravidez é acima dos 50 anos, seguida da Inglaterra. No Brasil, ainda são tímidos os números na faixa acima dos 40 anos. Depois dos 50 anos é quase impossível uma gravidez natural.
"A maternidade tardia ainda impõe questionamentos sociais. Muitos especialistas afirmam que, depois dos 50 anos, o vigor físico e o psicológico não são os mesmos. Falta aos pais tardios, dizem, energia para lidar com os filhos. Estes, por sua vez, podem sofrer impactos psicológicos por terem pais que mais se parecem com os avós dos amigos. E, pior, correm maior risco de se tornar órfãos. Segundo o último censo, uma criança nascida no Brasil de uma mãe cinquentenária ficaria órfã aos 23 anos. Nos Estados Unidos e na Europa, onde a expectativa de vida é maior, essa idade subiria para 30 e 32 anos. No ano passado, o casal italiano Gabriella e Luigi d’Ambrosis perdeu a guarda da filha recém-nascida porque a Justiça considerou que ela, com 58 anos, e ele, com 70, eram velhos demais. A decisão chamou a atenção do mundo para o dilema: é possível (e justo) traçar um limite etário para a maternidade?" (daqui)
Como penso quanto ao aborto, isso nunca deveria ser questão legal, cada um toma a decisão que quiser na vida, basta ter estrutura familiar (caso os pais faltem) para que a criança fique bem assistida.
Amor não tem idade, desejos também não, muito menos sonhos.
Não me arriscaria numa gravidez com esta idade. 
É brincar com a natureza, já que tanto os óvulos quanto os espermatozóides "envelhecem".
Mas não tiro o direito de quem quiser ter os seus filhos. 
Uma década faz uma grande diferença, pais aos 40 e poucos anos são ainda jovens, mas aos 50 e poucos, muda tudo, me parece.
Não acho que filhos tenham que arcar com as (in)consequências das decisões dos pais.
Tudo é muito lindo numa reportagem, numa explicação, mas a vida real é bem difícil.
Acho que quem me leu no FB não vai opinar mais, mas se puder, gostaria que o fizesse.
E quem viu e nem quis entrar na "discussão", pode fazê-lo agora?  Gostaria muito. 
Que fique bem claro que não tenho nada com isso, engravide quem quiser e se for alguém a quem eu ame muito, sei que passaria os meses todos em angústia, doida para que a gravidez passasse e a criança nascesse, e vivessem todos felizes para sempre, mostrando-me que meu medo era infundado. Medo, nunca preconceito.
Comentei que minha mãe teve a décima filha aos 44 anos e hoje, minha irmã com 42 anos e minha mãe com 86, forte e saudável, têm uma relação delicada.
Minha irmã respondeu assim, no FB: "Lu, como a irmã caçula em questão, posso dizer que nunca foi fácil, em nenhuma época da minha vida. Mas esta é a MINHA experiência. Não quer dizer que seja assim em todos os casos. Muito difícil. Em cada fase, um dilema. Na escola, queria que minha mãe fosse jovem como as outras. Na adolescência e início da idade adulta, medo de perdê-la. Nunca admiti as limitações da idade dela. Fora o conflito de geração, a sensação eterna de nunca ser compreendida. Lembro de assistir o filme "Como Água Para Chocolate" e me sentir bastante incomodada com o fato de que a tradição daquelas famílias mexicanas da época dizia que a filha caçula não poderia se casar para cuidar dos pais idosos. E hoje sinto na pele a imposição velada dessa condição, mesmo casada. Sofro por não ter realmente nunca desfrutado da companhia saudável da minha mãe. Vejo minhas amigas viajando com as delas, curtindo, aproveitando a vida. E comigo nunca foi assim. Mas isso sou eu e ela. Pode ser diferente em outros casos. Mas fácil e tranquilo, duvido que qualquer caso de maternidade numa idade dessa seja."

A vida não é um conto de fadas e nem alguém é dono da verdade. O ponto principal que eu pensei foi exatamente na mulher, no quanto não está mais apta a dar tudo de si para uma criança, que merece vir para ser tratada com pompa e circunstância.
Temos que sentir na pele.
Opinar é a parte fácil.

16 comentários:

chica disse...

Interessante teu post. Nem sabia nada mais sobre a Marcia.

Mas fico pensando que a diferenças tão grande de idade não seja muito legal.

Quando a filha tiver 15 anos, no auge da adolescência, a mãe estará com 65 anos , 2 a mais que eu... E é tudo diferente...

Por outro lado, com 54, assumi um dos netos, todos os trabalhos e tenho me saído muito bem até hoje. Portanto, não dá pra generalizar. É questão de escolhas... E depois, assumí-las...

beijos,lindo fds,chica

Judy Kennedy disse...

Concordo plenamente c/ vc Lucia e ter colocado aqui a opinião de sua irmã caçula enriqueceu seu post. Sei por experiência própria (quero dizer da filha) q a diferença de idade entre a mãe na menopausa e a filha na adolescência é um cáos e deve ser evitada. Ter filhos só p/ brincar de boneca é mto egoísmo.... bjs...judy

Anônimo disse...

Bom, estou aqui rs...
O que acho na verdade é que se temos um sonho, não podemos deixar de correr atrás. Obstáculos sempre vão existir, ora de maturidade, ora financeiro, ora saúde, etc. Então eu não acho idade um fator intransponível que não possa, conforme o caso, ser driblado. Casais jovens tem filhos e também muitas vezes são ausentes e irresponsáveis. Então para mim, tudo é relativo, cada um é cada um.
Beijinho e tudo de bom, Lúcia.

Misturação - Ana Karla disse...

Lúcia o tema é mesmo muito polêmico e com apenas 41 anos de idade, posso dizer-lhe que quando nasci, a diferença entre minha mãe e eu foram de 30 anos e já deu pra perceber o conflito de geração, uma vez que naquele tempo se tinha filhos com 16, 17, 18 anos e era puramente normal. Assim como sua irmã, senti falta da presença da minha mãe em muitos momentos naturais da vida. Atualmente temos uma boa relação de mãe e filha.
Sua irmã exemplificou serenamente a questão e sabemos que é assim mesmo.
Que queira ou não.
Eu tenho algumas amigas da minha faixa etária que já são avós e fico me perguntando se não é cedo demais, mas o mundo está assim.
Outro dia, meu filho questionou a idade do pai de um amiguinho que é bem mais velho que ele.
Outro exemplo de um aluno meu, antes de apresentar o pai, foi logo me dizendo que ele era muito velho, mas não era o seu avô.
Aí pergunto, quem são os verdadeiros preconceituosos?
Os sonhos podem e devem ser realizados,mas devem ser analisados antes.
Nesse caso, acho que vai depender o tipo de mãe que ela vai ser.

Xeros

Luma Rosa disse...

Lúcia, acho idade algo bem relativo e tudo depende de como a pessoa se sente. Vai ver que a Márcia sempre quis ter outro filho, mas não teve segurança com os homens que se relacionou. Quem sabe agora com esse ele pode realizar um antigo sonho? Tomara que a gravidez prossiga bem.
Quando a minha mãe se casou, tinha 35 anos e teve o primeiro filho com 38 anos. Sou a terceira filha que ela teve e todos com uma diferença entre si de 10 anos, portanto, a minha irmã tem 20 anos a mais que eu e a minha mãe tinha 58 anos quando me teve. Ela não ficou com medo de ter filhos porque achou que o meu pai, sendo 15 anos mais jovem que ela, fosse amparar os filhos na sua falta. Acontece que o meu pai morreu com apenas 48 anos, quando eu tinha somente 5 anos. O único senão dessa história, era que os meus amigos de escola, pensavam que a minha mãe era minha avó :P
Bom fim de semana!! Beijus,

olga oliveira disse...

Lucia! Concordo com você. Acho que quem sofre com isso, é a criança, acho que sempre vão olhar a mãe, com medo da perda, vai sempre sentir como a boneca da mãe, acho que deve ser evitada. Mas já que ela (Marcia) já està que seja muito feliz.

Luciana disse...

Apesar de pensar como você com relacäo a idade e maternidade, ainda disse que era relativo, porque a vida mostra as relatividades, como você mencionou no comeco do post. Ontem eu estava numa loja e tinha uma crianca aos berros, chorando horrores. ja acho que as mães não deveriam levar criancas tão pequenas (devia ter uns dois ou tres anos) para uma loja de moveis, as criancas ficam entediadas logo e assim liberam sua raiva e frustracao por estar naquele ambiente nada atrativo pra elas, e da-lhe choro, mas entendo tambem que a mãe precisa ir ali e nao tem com quem deixar a crianca, e assim vai, mas enfim, a crianca aos berros e observei que a minha tolerância pra berros de crianca diminui muito com o passar do tempo, agora aos 40 ja nao vejo isso como um charminho infantil, puts, fiquei quase surda e vi que outras pessoas estavam irritadas (geralmente as mais velhas) e saindo da loja. Então... o passar do tempo nos encaminha pra outras coisas na vida e, sim, nos afasta da maternidade, o pique não eh o mesmo, a paciëncia tambem, o desempenho muitas vezes vai ser prejudicado.

E fiquei surpresa que a menina que comentou sobre a mãe e como era dificil pra ela eh sua irmã, não sabia, ate comentei la sobre culpa, colocam tantas na nossa cabeca, ne?

E ainda mais: Continue dando seus pitacos e levando coisas pro face, adoro.


Beijo

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Lúcia,
Essa questão é bem polêmica, mas, em tese, não há como discordar da sua opinião.
Maternidade depois dos 50 e, ainda por cima, de gêmeos é algo muito complicado. É evidente que a mãe já não terá a energia necessária para cuidar das crianças, e essas serão submetidas, com certeza, a situações difíceis de filhas de "idosos".
O depoimento da sua irmã foi muito interessante, e olhe que sua mãe ainda estava longe dos 50.
Beijo.

Palavras Vagabundas disse...

Lucia,
quando i a notícia só pensei em uma coisa, como vai ser aguentar um adolescente com 66 anos!!!!!
Acredito que a natureza é sábia, mulheres de 50 devem ter netos e não filhos, pois o vigor físico já era...mas cada um é cada um...
Nunca pensei como o filho se sente, por isso gostei demais de ler a resposta de sua irmã, pois também não deve ser fácil ter pais idosos, que não jogarão futebol ou pularão corda com a gente.
bjs e boa semana
Jussara

Calu Barros disse...

Dá mesmo o que pensar, Lucia, o processo biológico é incessante e desgastante.Claro que a escolha é particular e intransferível.
Pensando pela ótica dos filhos, ressalta os conflitos e medos que podem vir desta distância entre as gerações.Bem complicado,isso.
O comentário de tua irmã clareia amplamente estas discrepâncias.
Melhor seria que todas as mulheres pudessem realizar a maternidade dentro duma perspectiva favorável de saúde e circunstâncias...é o que desejamos, mas a vida não é só sonho.
Boa conversa, esta que vc partilhou aqui.
Bjos,
Calu

Beth/Lilás disse...

Oi, Lúcia!
Conseguindo só agora à noite postar comentários, vim aqui deixar meu parecer sobre este interessante tema que levantou.
Bom, você sabe, já contei até em um texto que fiz pra Borboleta, sobre minha opção de ter ficado com apenas 1 filho, pois eu o tive com 32 anos e já me sentia um pouco velha para enfrentar uma gravidez e criá-lo, mas depois fui vendo quantas mulheres que se casaram depois de mim e tiveram filhos com idades bem maiores que a minha. Entretanto, eu ainda acho que é um bocado desgastante, tanto para a mulher, quanto para o filho que terá uma mãe mais cansada e menos presente em sua vida.
Nós, mulheres, não podemos nos esquecer que temos um tempo biológico e isso não muda nem com o passar dos tempos, pois podemos mudar o visual externo, mas o interno continua o mesmo, nossos órgãos envelhecem, assim como nosso corpo de uma maneira geral.
As palavras de sua irmã, endossam tudo o que você quis expressar quando fez este post e comentário lá no Face.
É claro que algumas, poucas, mulheres, enfrentaram e com muita competência esta situação, mas não é fácil com certeza.
um grande abraço, carioca

Teredecorando disse...

Olá Lúcia,
Eu também acho muita coragem ter filhos aos 50 anos.
Sabe, por melhor que estejamos, o nosso pique é outro, mas...Acho que com essa idade , pelo menos eu, quero curtir os meus momentos e não ter que recomeçar tudo de novo, já que a minha mais nova tem 21 anos. Cada um no seu quadrado, né?
Bons fluidos.
Beijos mil

Cristiano disse...

O problema todo nem é agora... É daqui uns 15 anos 20 anos... e por ai vai.

Valéria disse...

Oi Lúcia!
Este é um tema bem delicado, pois envolve o desejo e se ele existe temos que respeitar, ams assino embaixo de seu depoimento. Acho que cada fase da vida requer suas experiências e esta de ser mãe não é aos 50 certamente.
Meu cunhado tem 52 anos e sempre disse que não queria ter filhos protelou,protelou na sua convicção e por um descuido a mulher bem mais jovem engravidou. Hoje ele vive abatido, estressado por não ter pique suficiente para acompanhar uma certa tirania do filho de 2 anos. Imagine uma mulher na mesma situação!
Beijinhos e uma semana abençoada!

Elaine disse...

Eu tenho dúvidas... realmente me preocupa o fato de as meninas terem 15 anos e a mãe 65... mas a gente não cria filhos pro mundo? sempre vejo os casais americanos, já repararam, eles sempre são muito mais velhos que seus filhos...

Clara Lúcia disse...

Lúcia, vou dar minha opinião...

Não sabemos o que vai acontecer amanhã.... se as mães vão ser mães como tem que ser, se os filhos vão ser filhos normais, como tem que ser....
Por isso acho que idade não influencia nada não.
Falo isso porque sempre fui tratada como um móvel da casa, quase que uma criança invisível, mesmo meus pais não sendo idosos. Me criei sozinha.... e isso foi dolorido pra mim, mas não foi ruim porque aprendi a me virar sozinha. E uma pessoa que tinha muita afinidade comigo era minha avó.... entende?
Cada caso um caso, e existem tantas mulheres cinquentonas com a alma jovem, que fazem academia, que se cuidam, que são felizes...
Aquela figura de mulher de 50 ou 65, não é a mesma da nossa época. Os tempos são outros mesmo.

Beijos....
Ótimo domingo pra vc!