Pensar é natural e mais fácil. Colocar as ideais no papel é bem diferente.
Tive o dom? Se tive, estou perdendo-o...Ou tendo medo de expor minhas ideias, dar vida ao pensamento e usar a escrita. Com a minha idade, não devia ser o contrário? Não sou mais sábia, agora, aos 60 (e alguns) do que fui aos 20? Teoricamente, não sei mais, não entendo melhor as coisas, não sou mais capaz em tudo?
Claro que não!
Resolvemos dar à velhice a capacidade de ser melhor. O ter tempo na vida, depois que já terminamos o ciclo de trabalhador produtivo, pais de família criando os filhos, etc.serve para exercitarmos o que, muitas vezes por falta de tempo, deixamos de fazer. Tudo bem, quando a velhice chega com a pessoa numa situação financeira confortável e a saúde em dia.
No mais, ser velho não tem muitas vantagens, não...
Não podemos deter o tempo nem sonhar com os anos passados, pois isso só leva à depressão e à angústia.
Mas o que quero dizer é que perdi a capacidade de me emocionar a ponto de querer passar para o papel (ou a tela) o que me vai na cabeça...
Viver é muito complicado e ainda mais agora, vivendo na frente de uma telinha, sempre dispostos a discutir e impor uma opinião, todos nós donos das nossas verdades. Não é fácil.
Tem dia que tenho muita preguiça...
Hoje sei bem menos do que sabia. Ainda penso mais do que devia.
Hoje só quero da vida o bem-estar dos que amo. A minha saúde em dia.
A paz de espírito tão necessária a qualquer idade.
Quero sol. Aconchego.
(Este não é um post sobre a velhice, pois que velha não me sinto, embora não esconda os anos. Mas a imagem mostra a disposição que podemos ter, sempre, independentemente da idade. E, principalmente, não ter a arrogância de achar que sabemos mais porque vivemos mais.Ou que nosso tempo já passou e estamos desatualizados...)
