Mudanças

Se perco tempo com tristeza, não tenho tempo pra ser feliz.
Quero tempo para ler, para escrever, para conhecer pessoas e lugares.
Um tempo para me cuidar, aprender a me perfumar, passar creme no corpo.
Tempo para olhar para tudo com menos severidade.
E pensar que o pesadelo político que nos amedronta não precisa acontecer.
Que milagres acontecem e este possa ser mais um.


                  (Imagem Tumblr)
Não quero chegar ao topo de nada. Porque ao chegar lá, a saída é descer. Não quero refazer caminho nenhum. O que fiz, está feito.
Quero aprender mais e mais, porque o dia é hoje e a hora é agora.
Costuro uma colcha de retalhos. Dia a dia faço mais um pedaço.
Um dia está harmônico, outro dia as cores não combinam, mas o propósito é este.
Quero minhas lembranças de volta. Ou no lugar certo.
Não me lembrar de tudo, mas mais do que me lembro.
Fazer uma lista. Colocar em cima as melhores palavras.
As mais bonitas, as mais alentadoras.
A primeira, na minha praticidade, seria Saúde.
Mas agora quero a Felicidade.
Quero vestir a camisola nova que não vou guardar para uma "oportunidade".
Oportunidade de quê?
Numa noite que não chova, num dia de lua cheia, numa noite de data comemorativa, numa noite sozinhos?
Quero hoje. Para mim. Uma noite de sono fácil, revigorante.
Quero ver TV, assistir telejornais, ler revistas e só filtrar as notícias boas.
As ruins são as de todo dia.
Quero ver o mundo com olhos de ternura, sem críticas, sem considerações.
Quero aprender receitas novas e ter prazer em cozinhar.
Quero continuar acreditando no que sempre acreditei, sem tirar nem pôr.
Quero continuar tendo meus prazeres pueris.
Preciso aprender uma nova língua, aperfeiçoar o português, cantar mais.
Exercitar-me mais.
Sair de dentro de mim, tirar a casca, como se fosse um casulo e me libertar.
De mim mesma.

Blogosfera

Você me conhece? Se está na blogosfera desde 2009 e é minha (meu) amiga (o), pode achar que conhece. Mas de verdade, de verdade, não conhece.
Não sabe, por exemplo, que não meço palavras quando estou com raiva, que não penso para falar, nesses momentos, e que falo tudo o que quero, sem parar, irritando quem me provocou, porque quero esgotar o assunto, quero que fique tudo em pratos limpos.
Aqui, na blogosfera, você conhece meu lado melhor, porque não justifica eu vir aqui e ficar brigando com um e com outro, sendo grosseira, pegar o bonde andando e dar pitaco num assunto que, às vezes, nem conheço a fundo, só pra discordar de alguém. 
Mas nas entrelinhas, se você gosta de mim, entende que sou uma pessoa assim, só que contida.
Talvez pelo simples motivo de eu ser uma pessoa educada.
Uma senhorinha que é mãe de 3 filhos, avó de 5 netos, cabelos grisalhos, o que não me habilita para nada, mas que presume que tenho chão nessa vida e, como pessoa inteligente, devo ter aprendido a viver em sociedade.
Meu lado pior (todos temos, né?) deixo para os que realmente me amam, me entendem e podem me desculpar, porque sabem que 97% de mim valem a pena.
Preciso contar, também, que sou amiga até não poder mais, que defendo somente quem precisa ser defendido, então, se você é minha (meu) amiga (o) e errou, conte comigo pra ficar ao seu lado, mas sem me envolver, porque para mim o certo é o certo e o errado é o errado. 
Ter um blog é ter um espaço para escrever sobre o que queremos e sermos visitados pelos amigos que vamos conquistando. Alguns se chegam mais e a amizade virtual pode virar real. Outros serão sempre amigos virtuais, com o peso de reais, só não podemos nos abraçar, mas podemos manter contato por e-mail, por carta, por telefone, por in box.
Todo esse preâmbulo sobre mim, para contar que, num momento de nostalgia, uma blogueira conversa com amigas, on line, e cria-se um grupo, para recordar um tempo de ouro, que se deu há uns anos, onde houve uma linda movimentação, com blogagens coletivas que ficaram em nossos corações. Orquestradas por outra blogueira, que se foi de nós há quase 2 anos, e deixou um vazio insubstituível.
Inicialmente, aquela turminha que estava na conversa, on line, 7 de fevereiro, à noite, entrando pela madrugada do dia 8, queria um espaço para combinar como seriam essas postagens, que temas, que dia da semana, ou com qual periodicidade se postaria. Uma espécie de comissão, para o que poderia tomar rumos maiores, cada uma buscando seus amigos que pararam de blogar, juntar as pessoas que se perderam de cada uma. Mas para aquela hora em que o grupo foi criado, seria só nós, para ajustarmos os ponteiros. Por um mal entendido, um mal explicado, talvez, começamos a chamar nossos amigos e deu-se que em menos de 1 hora de grupo, e àquela hora da madrugada, ficamos com mais de 150 participantes, alguns nem entendendo para o que estavam sendo chamados...A chamada seria aos poucos, gradativamente, mas nos atropelamos.
Na tarde de sábado, com mais gente sendo convidada, duas das amigas da conversa inicial se assustaram, acharam que com grande número de pessoas não conseguiríamos falar sobre nossa ideia inicial. E se retiraram, junto com outras já convidadas, que se sentiram ofendidas mas que simplesmente se despediram e saíram, sem dramas. Uma delas era minha convidada e imediatamente falei com ela, in box, e ela entendeu que preferia sair, agradeceu-me e pronto, ficamos em paz.
Não me senti humilhada, nem ofendida por já ter convidado algumas pessoas, que ainda estão lá, numa boa, gostando de estar ali, mas me senti na obrigação de explicar tudo, tentar esclarecer. Nada que justificasse tomar partido de ninguém, pois em todo começo de grupo é preciso haver ajustes, sem que ninguém seja "culpado" de nada.
Simplesmente por causa da opinião de duas blogueiras, que tinham o direito de expor o que pensavam e quem não gostasse saísse, como minhas duas amigas fizeram, ou contestassem, para se chegar a um acordo.
E como não deixo passar o que me incomoda, comecei a criar posts tentando colocar panos quentes na questão, uma coisa absolutamente normal, um impasse entre opiniões, mas nada que ofendesse a ninguém.
O post foi retirado, porque a pessoa que o fez achou por bem que o assunto se encerrasse, sem mais melindres. E quem não o leu ficou sem saber e eu tentando justificar, e pessoas fazendo questão de ficar ao lado dessa ou daquela blogueira que a convidara. Mas ninguém perdeu o rumo, a maioria quer que o grupo continue e assim será. O que mais houve, que fique no esquecimento e que esse grupo consiga resgatar pessoas queridas, que desanimaram de escrever, por N motivos, e que se sintam acolhidas para uma nova temporada, novas amizades, novos conhecimentos.
Vida longa ao Blogosfera, mesmo sem algumas das suas idealizadoras, que se retiraram, mas sem alarde, sem mimimi, sem manifestações, como deve ser.
Se você me conhece, sabe das minhas razões por fazer este post.
Se você não me conhece, não fale de mim. 

(À noite, em comum acordo nós, as blogueiras citadas no post, resolvemos fechar o grupo). C'est fini e que todos vivamos em paz, como deve ser. Obrigada pelos comentários).

Casamento

Presto atenção nos textos que circulam pela internet. Se me atraem, guardo. Sempre procuro saber a autoria deles, pois é sabido que o que mais temos são textos escritos por um e atribuídos a outros. Achei este, aproveitei até a imagem que o acompanhava. Estava sem o autor, procurei no Google e cheguei até ele. Abaixo coloquei o nome e o link para o seu blog. Escreve muito bem, o rapaz.

Casamento: modo se usar.

Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche.
Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranquiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se.
Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos.
Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas.
Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não lhe peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo.
Para se casar, bastam pequenas habilidades. Certifique-se de que um dos dois sabe cumpri-las. É preciso ter quem troque lâmpadas e quem siga uma receita sem atear fogo na cozinha; é preciso ter alguém que saiba fazer massagem nos pés e alguém que saiba escolher verduras no mercado. E assim segue-se: um faz bolinho de chuva, o outro escolhe bons filmes; um pendura o quadro e o outro cuida para que não fique torto. Tem aquele que escolhe os presentes para as festas de criança e aquele que sabe furar uma parede, e só a parede por ora. Essa é uma das grandes graças da coisa toda, ter uma boa equipe de dois.
Passamos tanto tempo observando se nos encaixamos na cama, se sentimos estalinhos no beijo, se nossos signos se complementam no zodíaco, que deixamos de prestar atenção no que realmente importa; os valores. Essa palavra antiga e, hoje assustadora, nunca deveria sair de moda.
Os lábios se buscam, os corpos encontram espaços, mas quando duas pessoas olham em direções diferentes, simplesmente não podem caminhar juntas. É duro, mas é a verdade. Sabendo que caminho quer trilhar, relaxe! A pessoa certa para casar certamente já o anda trilhando. Como reconhecê-la? Vocês estarão rindo. Rindo-se.
                         Casamento: modo se usar
Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche. 
Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranquiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se. 
Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos. Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas. 
Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não lhe peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo. 
Para se casar, bastam pequenas habilidades. Certifique-se de que um dos dois sabe cumpri-las. 
É preciso ter quem troque lâmpadas e quem siga uma receita sem atear fogo na cozinha; é preciso ter alguém que saiba fazer massagem nos pés e alguém que saiba escolher verduras no mercado. 
E assim segue-se: um faz bolinho de chuva, o outro escolhe bons filmes; um pendura o quadro e o outro cuida para que não fique torto. Tem aquele que escolhe os presentes para as festas de criança e aquele que sabe furar uma parede, e só a parede, por ora. Essa é uma das grandes graças da coisa toda, ter uma boa equipe de dois. Passamos tanto tempo observando se nos encaixamos na cama, se sentimos estalinhos no beijo, se nossos signos se complementam no zodíaco, que deixamos de prestar atenção no que realmente importa; os valores. Essa palavra antiga e, hoje assustadora, nunca deveria sair de moda. Os lábios se buscam, os corpos encontram espaços, mas quando duas pessoas olham em direções diferentes, simplesmente não podem caminhar juntas. É duro, mas é a verdade. Sabendo que caminho quer trilhar, relaxe! A pessoa certa para casar certamente já o anda trilhando. Como reconhecê-la? Vocês estarão rindo. Rindo-se.
Diego Engenho Novo
http://palavracronica.com/