Sonho de consumo. (Da série Gosto mas não tenho)

Tem objetos que se tornam sonho de consumo pra muita gente.  (Consumir é gastar, despender, extinguir.) 
Eu tive um, alimentei esse sonho por anos. Cheguei a entrar em lojas várias vezes,para comprar, mas marido brecava e fiquei na saudade. Hoje ele não existe mais em linha, não no modelo que queria. (Foto Google). A marca era Lafer, que hoje é a Interdomus Lafer, em SP.
Além do desenho, o que me encantava é que ele abria com um simples toque de pé, numa alavanca que ficava na lateral dele. E era macio, bem confortável, dormi nele várias noites na casa de uma amiga. (levei um susto quando fui em casa dela, em outra cidade, e "dei de cara" com o sofá).
E hoje, procurando uma bicama-box pela internet, encontrei outra peça que me encantou, já até a vi na loja fabricante e nem pensei em tê-la, mas é um sonho da Renata e os olhinhos de Letícia brilharam o dia que a viu na Lider Interiores, naquela clássica situação "tal mãe, tal filha".
Este é o sofá, que me parece de uma cobertura meio de nylon, mas o meu lindão da época era de couro, o preço nem era salgado demais, valia pela qualidade e pela "tecnologia" de como abrí-lo sem nenhum esforço.E esta abaixo, a penteadeira-porta-bijous-ou-jóas. O site diz que é em laca branca, e essa  cor de rosa não sei se é de linha.

 A proposta é colocá-la no quarto da adolescente.
Ela é  chamada de penteadeira múltipla. Tem a função de ser escrivaninha e porta joias de vários tamanhos. "Possui cinco gavetas com espaços para itens escolares, ocupando um espaço mínimo no quarto da garota, além de possuir uma chave para guardar os momentos mais delicados de uma menina na fase da adolescência.
Medidas:
Altura: 825, largura: 101, profundidade: 42.
Padrão de Acabamento:
Laca Branca Fosca
Estrutura:
MDP com lâmina natural de madeira." (texto entre aspas tirei do site).
Um mimo mesmo! Prefiro a rosinha, sem dúvida.
E você, tem um sonho de consumo?

O melhor de mim

(Este texto foi escrito em 19/10/2010 e fazia parte da blogagem coletiva proposta pela Elaine nos 2 anos do blog dela, o Um pouco de mim.

A Elaine propôs esse tema porque a maioria das vezes falamos de nossos defeitos.
Falar das qualidades parece que é "feio", é gabolice, é pedantismo, é falta de humildade.
Pois não acho!
Tenho muitas qualidades, nem sempre reconhecidas, mas me orgulho delas.
O melhor de mim quem conhece são meus netos.
Com Letícia que, na época, morava comigo, exercito minha alegria, minha paciência, minha ternura.
Já que não posso abraçar os outros netos, que moram em outro Estado, abraço-a com uma "fúria" enorme , uma vontade  de que fosse cada um deles.


("Empoleiradinho" acima, Estevão, 3 anos; abaixo dele, o gêmeo Henrique e no chão, o gêmeo Fabrício, meus "buzudunguinhas" de 1 ano e 7 meses)

 (Como o post tem 2 anos, somem 2 aninhos nas idades dos netos)

O melhor de mim está no meu coração, que se indigna com muitas coisas, que sonha com  muitas soluções para esse mundo caótico de hoje.
O melhor de mim é meu desprendimento para o material, que às vezes nem acho vantajoso. Se posso ter, porque não tê-lo?
Mas não consigo, fico travada, pensando em tantos miseráveis que nada têm.
Uma pieguice, parece, mas sou assim.
Sou linda, forte, sensível, alegre, otimista, rica, sensata, sonhadora, prática, educada,simples, fina, chic, culta.

Ué, eu acho!
Ser linda, para mim, não implica o físico. Sou linda nas minhas ações.
Ser rica, para mim, é ter saúde, paz, amor, tranquilidade financeira.
O melhor de mim está em ser mãe, em ser uma mulher (esposa), em ser uma filha, uma irmã, uma amiga de qualidade.
Nem por uma linha falarei dos meus defeitos. Mas são muitos. E se a proposta fosse essa, falaria.
O melhor de mim é acreditar que a vida pode ser melhor, que passos têm que ser dados um a um , que ferir a terceiros e a si próprio é muito fácil e o cuidado tem que ser diário.
O melhor de mim está em aceitar como verdade absoluta a existência de um Ser magnífico, que olha por mim, por minha família, por todos nós.
Que muitas vezes é ignorado, rechaçado, negado, mas está presente, calmamente esperando que Sua luz clareie os pensamentos de todos e Ele resplandeça, vitorioso.
O melhor de mim está em meu coração generoso, que deseja o bem a todos, que não sabe perdoar (no sentido de "esquecer"), mas que sabe, generosamente, jogar para o fundo da memória o mal causado, ou ignorar sem ferir de volta.
O melhor de mim está no orgulho do legado maior deixado por um pai que nada tinha, a não ser o amor a nós e o lar que nos deixou: a certeza de que valemos mais pelo nome que honramos do que pelos bens que temos.
O melhor de mim está em poder olhar nos olhos das pessoas e não precisar desviá-los nunca, pois valho o que falo.
Sou um oásis no meio do deserto.
Sou o sol morninho do fim de tarde.
Sou uma taça de banana split.
Sou um fadinha velando os sonos.
Sou uma manhã de sol.
E, meio assim, renascida depois de um mês caótico, quero ter de volta esse sorriso no rosto.
Modifiquei algumas coisinhas, bem poucas, do texto.

Descortinar-me

 Independentemente do que estamos vivendo, o sol sempre nasce, mesmo que esteja encoberto por nuvens e pareça que ele não está brilhando. Não brilha aos nossos olhos, mas está lá, firme e forte com sua luz.
E ao abrir os olhos, ao acordar, temos que dar graças pelo dia que amanheceu, que se descortina para nós, que parece nos dizer:  "Estou aqui, aproveite-me!"
Cada dia é um dia. Carpe diem.
Deixe a tristeza num canto do coração e abra bem os olhos e ouvidos. Sempre há o bom para se enxergar.
Sempre há um som que pode nos alegar.
Um "Bom dia!" dito com um sorriso quebra muitas barreiras.
Difícil é acordar com caras amarradas à nossa volta, sem sorrisos, sem perspectivas.
Difícil é o gesto de abrir a cortina, mecanicamente, não para o sol e a luz entrarem, mas para começar o dia, simplesmente, porque faz parte da arrumação.
Abra as cortinas e realmente descortine a vida!
Nada vai mudar se não for através da sua vontade.
Se sorrir, facilmente vai encontrar um sorriso de volta.
A vida é feita de conselhos, de clichês, alguém tem um pensamento energético e o lança para a posteridade, tentando ajudar a quem souber entender o recado.
Tão certo quanto dois e dois são quarto, nada acontece por acaso e coincidências não existem, pois estas são a conjunção do desejo com a oportunidade.
Nenhum livro de auto-ajuda vai lhe ajudar, realmente, se você não estiver aberto para aprender.
Toda caminhada começa com o primeiro passo e num começo de dia significa que levantar da cama com o pé direito é sempre uma boa.
Fico me perguntando onde deixei minha alegria, como me permiti perdê-la!
Logo eu, que acredito tanto em Deus, que acredito que somos responsáveis por nosso destino, que declaro que as coisas são como têm que ser e tratemos de aproveitar o que nos vem, pois sempre pode ser pior.
Parecem frases deslocadas, mas cada uma tem um propósito.
Colocar meus pensamentos em dia, deixar a tristeza de lado, deixar os julgamentos de lado, amar incondicionalmente os meus amores.
Aquelas pessoas que o destino colocou entrelaçadas a mim, nem um pouco por acaso.
Sem julgar, como não quero ser julgada. Entendendo, amando e respeitando, por todos os dias de nossas vidas, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, entendendo a pessoa que cada um é, admirando a cada um por suas possiblidades, desejando o sucesso a quem precisa dele, desejando um bom emprego  a quem procura um, desejando que o amor de dois seres que nos juntaram seja honrado com nossa alegria, nosso entendimento.
Vou abrir as cortinas, deixar o sol entrar de verdade, dar sempre o melhor de mim, pois só assim vale viver.

(Imagem retirada do blog da Irene Marques)


Deixe a raiva secar

Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.
No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.
Júlia, então, pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.
Ao regressar do passeio  Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.
Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.
Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
"Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo?
Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão!"
Totalmente descontrolada, Mariana queria porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.
Mas a mãe, com muito carinho ponderou:
"Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro jogou lama em sua roupa?
Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra o que a vovó falou?
Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa.
Deixa a raiva secar primeiro.
Depois fica bem mais fácil resolver tudo."
Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão.
Logo depois alguém tocou a campainha.
Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão.
Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
"Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei.
Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado.
Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.
Espero que não fique com raiva de mim.
Não foi minha culpa."
"Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou."
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.

Nunca tome qualquer atitude com raiva.
A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são.
Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta.
Diante de uma situação difícil., lembre-se sempre:
Deixe a raiva secar!

(Texto postado no "De amor e de..." em 23/10/10.)
(Autoria desconhecida, recebido por email. Se sabe de quem é, identifique-o para mim, por favor.)

Doida ou santa?

Sou doida, sou santa.
Sou doida (mesmo sabendo que a palavra é forte) quando me perco de mim e solto os bichos todos que me habitam.
Sou santa quando aceito que tenho que cumprir meu papel.
Sou doida quando desacredito das pessoas.
Sou santa quando encontro quem compartilha da minha luta.
Sou doida quando quero falar tudo que sinto.
Sou santa quando consigo me calar.
Soi doida quando acho que todos têm que pensar como eu.
Sou santa quando entendo que cada um é um e vê a vida com as lentes que tem.
Sou doida quando espero das pessoas o que não podem dar.
Sou santa quando  percebo que nem todos têm o que dar.
Sou doida quando acho que basta querer para conseguir.
Sou santa quando me curvo à vontade de Alguém maior que eu, que me ensina a esperar.
Sou doida quando quero que tudo seja do meu jeito.
Sou santa quando aprendo que cada um tem sua maneira de ser.
Sou doida, sou santa, sou tantas.
Principalmente sou eu.
Com minhas doidice e santidade, cada uma na sua hora, atuando de acordo com a necessidade.

(Saiu-me de um tapa, quando li a poesia de Adélia Prado, que a Sílvia Masc postou no Facebook).

A SERENATA
 (Adélia Prado)
  Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?        

(Por causa desta poesia de Adélia Prado o título de um dos livros de Martha Medeiros, "Doidas e Santas". Imagem Google) 

Mudanças

Hoje reparei que tenho mais de 100 acessos todos os dias. Quer dizer, tirando as vezes que eu mesma venho ao blog, e vou ler outros, e volto pro meu blogroll, a cada vez que faço isso também é marcado como visita, então vai que sejam uns 70, 80 acessos por dia. É muita gente, eu acho. (Pode ser pouco, mas para mim é muito.)  Gente que vem me ler, que vem na expectativa de encontrar alguma coisa boa para se distrair, ou até algo forte, mas que lhe sirva de alguma coisa, né?
Por isso volto a escrever, embora o coração ainda esteja apertado, as coisas tenham melhorado um pouco, mas parecem longe de se normalizarem.
Senti, desde ontem, que a tristeza tomou conta da minha vida, de tal maneira que me esqueci de sorrir, de rir, de me distrair com que bobagem seja.
 De manhã, com Letícia aqui em casa, entrou com ela a alegria, porta adentro, e fiquei "horas" brincando com ela, pegamos bichinhos que a prima trouxe da Disney e demos vacina, fiz todas as vozes, imitei até o Pato Donald, levamos todos aos dentista, fizemos limpeza nos dentes, depois eu fui maquiada, tudo só na imaginação, os pincéis eram os dedos, as cores eram os bichinhos, tudo só com gestos, com nossa alegria, com nosso calor. 

(Foto de 2001)
E a cada coisa que inventávamos, colocávamos os meninos no meio, nunca brincamos sem falar de Estevão, Fabrício e Henrique, e estamos dando entrada pra Samuel , que chega em agosto (noto que ela fica cabreira, está meio enciumada desse menininho que vai entrar em nossas vidas, há uns meses me perguntou se eu ia amá-lo...rsrs E eu falei que sim, ia amá-lo muito, como amava a ela e aos meninos, que no coração da vovó cabia todos os netinhos).

 (Foto de março/2012)
 Então, primeiro por mim, mas também, muito por eles, vou abrir as janelas e portas, deixar entrar o sol, a luz, o frio, a brisa, a paz, a alegria, porque se eu tiver tudo isso pra oferecer a quem de mim precisar, vou fazer um bem enorme a eles, e de volta terei junto às minhas, as alegrias deles.
(Lembrei-me da música cantada pela Vanusa, quem quiser ouvir é só procurar no youtube, chama-se Mudanças. Mas é bom ler como poesia, sem melodia.)

Hoje eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
E ressentimentos tolos.

Fazer limpeza no armário

Retirar traças e teias
E angústias da minha mente
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas
Deixar de ser menina
Pra ser mulher!

Hoje eu vou mudar

Por na balança a coragem
Me entregar no que acredito
Pra ser o que sou sem medo.

Dançar e cantar por hábito

E não ter cantos escuros
Pra guardar os meus segredos
Parar de dizer:

"Não tenho tempo pra vida
"
Que grita dentro de mim
Me libertar!

Hoje eu vou mudar

Sair de dentro de mim
E não usar somente o coração
Parar de cobrar os fracassos
Soltar os laços
E prender as amarras da razão!

Voar livre

Com todos os meus defeitos
Pra que eu possa libertar
Os meus direitos
E não cobrar dessa vida
Nem rumos e nem decisões!

Hoje eu preciso

e vou mudar
Dividir no tempo
E somar no vento
Todas as coisas
Que um dia sonhei
conquistar,

Porque sou mulher

Como qualquer uma
Com dúvidas e soluções
Com erros e acertos
Amor e desamor.

Suave como a gaivota

E ferina como a leoa
Tranquila e pacificadora
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionária!

Feliz e infeliz

Realista e sonhadora
Submissa por condição
Mas independente por opinião,

Porque sou mulher

Com todas as incoerências
Que fazem de nós
Um forte sexo fraco!

(Composta por Vanusa e Sérgio Sá.)

Podia ser eu


  Procurei uma poesia onde pudesse encontrar sua confusão mental.
Procurei por respostas que ninguém pode me dar.
Encontrei dentro de mim a certeza
De que quando falha o amor, tudo o mais pode falhar.
O amor falha quando não acolho
Quando não escuto ou mesmo escutando, não atendo
O amor falha por omissão, por ignorância, por falta, por excesso.
Ando muito confusa e dói em mim saber que sua confusão não passará,
a minha, talvez, posso controlar.
Olho para a menina que você foi e que não enxerguei.
As brigas na hora da lição, você não aprendia por não querer, mas por  não poder.
Sempre condescendente, era melhor aceitar o diferente.
Não entender.
Eu tão frágil quanto você, governadas por mãos de ferro que pretendiam tudo saber e poder.
O passado não volta, a culpa não pode se instalar.
Podia ser eu.
Mas foi você.

(Imagem Google).
(Amigos, preciso desses desabafos, mas sei que incomoda um pouco falar do sofrimento. Por isso interrompi os comentários. Agradeço quem já comentou).